quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

"O que levamos nós desta vida?"



Depois da brincadeira do último post, está na hora de voltar a escrever. Desta vez precisei de ajuda, pois a inspiração me falta. Encontrei, em um blog que sigo, um pensamento deixado como desafio - O que levamos nós desta vida? Se hoje fosse o nosso último dia, o nosso último suspiro, como deixaríamos esta vida?

Nós vivemos como se fossemos viver para sempre, ou melhor, vivemos como se um amanhã fosse garantido; vivemos como se existisse sempre uma "segunda oportunidade" ou "tempo extra". Temos o mau hábito de deixar para depois todas as coisas que devemos começar agora a realizar. Deixamos sempre para depois os pedidos de desculpa, o tempo que deveríamos passar com quem mais gostamos, o tempo para melhorar o que é fraco em nós, o tempo para viver em paz nós deixamos sempre para o amanhã.

Eu gosto de pensar, e faço para que isso seja a realidade, que se este fosse o meu último suspiro o único pensamento que me viria à cabeça seria um Obrigado; o único sentimento seria de Gratidão e a última imagem que visse seria a de minha família, feliz.

Eu tenho uma frase colocada acima da minha secretária, retirada do Livro de Mórmon, que diz assim:
Pois eis que esta vida é o tempo para os homens prepararem-se para encontrar Deus; sim, eis que o dia desta vida é o dia para os homens executarem os seus labores 
(Alma: 34-32)

Sempre gostei da forma como é descrito o nosso tempo cá - o dia desta vida. A vida é um dia, é hoje, é agora. Se algo está mal então é agora que devemos fazer tudo para que fique bem. Se há uma desculpa a pedir, um perdão a dar, então é agora que devemos fazer isso. 

Uma vez ouvi uma história. Uma enfermeira perguntava aos doentes terminais se eles tinham algo com que se arrependessem e que gostariam de ter mudado enquanto tivessem tempo. As respostas eram quase sempre as mesmas:
- "Gostaria de ter passado mais tempo com as pessoas que amo"
- "Gostaria de ter vivido à altura de meu potencial"
- "Gostaria de me ter permitido ser mais feliz"

O que impediu estas pessoas de passarem mais tempo com quem amam? Ou de terem vivido de à altura do seu potencial? Ou o que as fez dificultar a sua própria felicidade?
Colocando de outra forma:
O que vos impede de passar tempo com quem mais amam?
O que vos impede de viverem à altura do vosso potencial?
O que vos impede de ser mais felizes?

Será medo? Será comodismo? Será preguiça? Será o orgulho?

Viver como se hoje fosse o último dia faz com que nós mudemos muitas coisas na nossa forma de viver. O mundo ensina, de forma errada, que viver um dia de cada vez é sinónimo de aventura, de não preocupar com o futuro, de não pensar em consequências, de simplesmente não viver de forma responsável e consciente. No entanto, e com um pouco de mais sabedoria, poderemos ver que viver o dia da nossa vida significa que nós vamos dizer "Amo-te" mais vezes a quem está ao nosso lado e que vamos passar tempo de qualidade com quem amámos; significa que vamos pedir perdão a quem ofendemos e que vamos abraçar quem nos pede perdão; significa que vamos dar o nosso melhor em todas as coisas e não vamos baixar os braços perante as dificuldades; significa que não vamos permitir que o nosso medo nos impeça de ser mais felizes.


Então, o que levamos nós desta vida? 

4 comentários:

  1. Miúdo... Tu és fantástico! :)

    Xitracinhocoração Grande!!!

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    Respostas
    1. Fantástico? hahahah (vou ignorar a parte do miúdo.. :P)

      Obrigado mas mérito do texto também é teu, mesmo que "by proxy", dado o desafio ter vindo de lá :)

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  2. :)
    Vou-te dizer o mesmo que me disseram há dias:

    Tens de começar a trabalhar o "merecimento" ;).
    Beijo Grande!

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  3. Ao contrário da maioria das pessoas, eu costumo pensar algumas vezes "e se eu morrer amanhã" ou "e se morrer agora". Não é algo que me meta medo, faço-o para tentar perceber como está a minha consciência se há alguém a quem devia mostrar que gosto, se devia agradecer a alguém ou se devia desculpar alguém. Gosto de valorizar quem está ao meu lado, de mostrar o que sinto.

    Não gosto de viver como se fosse viver amanhã. Não gosto de viver intensamente cada momento. Há uma beleza na calma e na serenidade. Há uma beleza em fazer planos para amanhã mesmo sue seja ara depois a vida vir desfazer.

    Desta vida o que levo é aquilo que sou e aquilo que amo.

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