quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A vida numa caixa




Hoje estava a fazer as malas/caixas/sacos e estava a pensar que, depois de 29 anos a encher este quarto, eu não vou levar comigo nem um quinto das coisas que possuo;levo comigo apenas o essencial:
- Os livros que enchem a minha alma e elevam o meu espírito;
- Os livros que vou precisar para exercitar a minha mente e aprender o que tenho de aprender nesta nova fase de trabalho;
- O computador que vou usar para escrever, estudar e entreter;
- O portátil porque o computador não dá para ir a todo lado;
- A roupa de cama, de banho e a roupa que irei usar todos os dias (eu de fatinho quase todos os dias - aqui está algo novo!)
- Por fim, levo a caixa de recordações, um quadro feito por bons amigos, as cartas e as memórias e um carrinho de LEGO (que por acaso é uma pão de forma que simboliza viagem e aventura...curiosa a escolha que fiz) para me lembrar da criança que tenho em mim.

Que poderia levar mais? O que realmente é essencial para começar novas fases? 
Estas questões deixaram-me curioso enquanto empacotava e enchia as malas. Porque será que nos agarramos tanto às coisas materiais quando, o que realmente é de valor, cabe numa caixa? Claro, gostamos do nosso conforto e de encher os nossos espaços com coisas bonitas e que enchem os olhos mas, que valor realmente têm? Porque é que nos matámos a trabalhar para ter coisas? Não falo de casa, contas e educação/saúde, eu falo das coisas - daquela televisão grande, do telemóvel topo de gama, do vestido bonitinho ou carro que conduz sozinho; daquelas coisas que compramos para encher o ego e não a Alma. 

Neste dia, em que tive de ponderar sobre as coisas que gostaria (e precisava) de levar comigo nesta mudança de fase, concluí que o essencial nas nossas vidas devemos guardar numa caixa de recordações e, principalmente, nos nossos corações. Todo o resto deve ser visto como simples utensílios que nos irão auxiliar no dia-a-dia mas que, no fundo, nunca deveriam chegar ao ponto de ser o foco da nossa atenção e amor; o chamado amor às coisas materiais.

 “Procuramos a nossa felicidade em coisas materiais, mas que a felicidade não está na matéria, e sim nas coisas espirituais.”
W. Somerset Maugham


domingo, 6 de setembro de 2015

Mudança de fase


"Se não tivermos fé em nosso Pai Celestial, não nos é possível obter sucesso. A fé nos dá a visão do que pode acontecer, esperança no futuro e otimismo nas tarefas do presente. Quando temos fé, não duvidamos do sucesso final da obra." 
Ezra Taft Benson


Acho que não há melhor momento, para recuperar os bons hábitos, como uma mudança no curso da nossa vida. Devido à estagnação eu parei de escrever mas, hoje, com o futuro mesmo à porta, eu volto a pegar na caneta e no papel. 

Uma nova fase de vida está para começar e com ela vem a ansiedade, os receios e a tristeza de deixar algo para trás. Por outro lado, quando temos os olhos fitos em algo melhor... em algo maior... poderemos ver uma luz atrás daquela neblina matinal que esconde o caminho que vamos percorrer. Esta nova fase irá trazer, à minha vida, uma nova cidade, uma nova rotina, novas caras, novas formas de pensar e agir; muitas coisas serão novas e tudo é como uma neblina que esconde o caminho pois nenhuma destas mudanças me será familiar (pelo menos não totalmente). O que sei é que fui trabalhado e moldado para chegar a este ponto e, com uma certeza acompanhada de mãos a tremer, eu posso dizer - estou preparado! 

O blog volta com mais reflexões (posso dizer que são reflexões?) e, talvez, acompanhadas de novidades e noticias sobre a minha adaptação a esta nova vida.  

Daqui a 4 dias estarei na cidade das sete colinas... para ficar.


Aqui fica a vista do local onde irei trabalhar:



segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Fim do blog



Desde Abril de 2012 que o blog existe. Foram dois anos e meio a escrever e a partilhar ideias, conceitos e também o que acredito e defenso. Conheci pessoas através do blog e também notei que o que escrevi chegou a muitos lados o que é muito gratificante e, no fundo, também inspirador. Apesar de tudo, sinto que o blog chegou ao seu limite e, por isso, vou deixar de escrever aqui.  O blog continuará aberto para que os textos possam ser aproveitados para que, um dia, alguém possa encontrar inspiração neles quando cair aqui por acaso.

Continuo a escrever mas para este site dedicado às famílias - familia.com.br  (neste link têm acesso directo ao que é publicado em meu nome). 
Quem sabe, no futuro, outro blog surja ou algo mais interessante!


Muito obrigado a todos que por aqui passaram, me motivaram e inspiraram :) 


quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Eu a escrever..



Se há uns anos atrás tivessem me dito que eu iria passar parte do meu tempo a escrever, eu não teria acreditado. Um antigo professor da primária, quando o reencontrei depois de muitos anos e lhe disse que estava em física, ele ficou curioso pois eu era melhor a português do que a matemática. Acho que isso mudou durante os meus anos de escola pois, até ao final do mestrado em biofísica, eu nunca me tinha interessado pela escrita. Bem, não é bem verdade.. durante uns tempos eu escrevi uns poemas em inglês mas já nem sei onde eles andam; foi algo que durou apenas uns meses - tão rápido surgiu como desapareceu.
Em 2011 comecei a sentir uma maior necessidade de escrever mas foi apenas em Abril de 2012 que comecei a escrever mais a sério - foi quando criei este blog ( Das saudacões e apresentacões ). Desde esse dia eu escrevia uma média 3-4 textos por semana. 
Paralelamente ao blog eu comecei a escrever um livro onde relataria as coisas que acontecem comigo, sejam elas boas ou más (já falei dele). Também tenho um outro caderno onde vou escrevendo as coisas que já falei num púlpito da Igreja e onde também escrevo sobre o meu estudo mais aprofundado sobre temas da fé. Por fim, tenho outro que vou começar a escrever que não será mais do uma espécie de "índice de referencias" para complementar o caderno anterior. 
Infelizmente, nos últimos 6 meses, sensivelmente, tenho sido atacado com uma falta de inspiração enorme, o que se reflectiu na quantidade de textos que escrevi até agora. Essa falta de inspiração pode ser resultado de, neste momento, não acontecer nada de novo na minha vida e, quando não temos nada de novo a nos inspirar, acabamos por esgotar a nossa reserva. Mas nem tudo é mau. No inicio do mês, e como falei na entrada anterior do blog, eu comecei a escrever artigos para um site (familia.com.br). Foi uma enorme bênção, a oportunidade que tive para escrever para este site. Durante o mês de Outubro escrevi estes artigos:




Os três artigos seguintes são baseados nos discursos da conferência geral proferidos por:

Elder Jeffrey R. Holland

Elder David A. Bednar

Elder Quentin L. Cook


Se há uns anos atrás me tivessem dito que eu iria escrever artigos para todo o mundo ver, eu não teria acreditado e acharia ridículo. Imagino o que poderá acontecer quando eu encontrar a minha inspiração! Provavelmente algo muito bom ou muito mau ^_^

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

25252 Visitas e.. novidades?


Hoje, ao ver a estatística do blogue, reparei em duas coisas engraçadas:

- O numero de visitas chegou às 25252 !! Um muito obrigado por continuarem a passar por cá.
- Este será o 191º texto que escrevo no blogue. 

São dois números capicua para celebrar!

Infelizmente, e como devem ter notado, eu não tenho escrito muito nas ultimas semanas; aliás, aqui no blogue nem tenho escrito nada. A grande culpada é a falta de inspiração.. Não me têm surgido ideias para novos textos (alguma ideia??) e ainda não consegui ultrapassar isso. O caminho fácil seria escrever textos sem grande profundidade/significado mas eu não consigo escrever apenas porque sim. Quando escrevo, desejo passar uma mensagem; desejo que as pessoas retirem algo de positivo - talvez até criar uma pequena mudança nas suas vidas ou na forma de ver o mundo. Acho que é por isso que tem sido tão difícil escrever aqui..

Em contrapartida, comecei a escrever em outras paragens - algo novo, que nunca fiz antes e, sinceramente, nunca pensei vir a fazer. Agora, escrevo artigos para um site dedicado, principalmente, à familia (familia.com.br). Claro que isto não significa que vou deixar o blogue; apenas quer dizer que, agora, escrevo em dois lados :) 
A facilidade que esta minha nova aventura me trás é o facto de os temas serem dados e a minha maior função é desenvolver o tema - o que confesso que facilita bastante a minha vida pois, a minha falta de inspiração afecta principalmente a minha capacidade para encontrar novos temas. Talvez com esta nova mudança, as coisas melhorem!

O Link do meu primeiro artigo é este:


Muito Obrigado !!

sábado, 6 de setembro de 2014

Nosso corpo é um Templo


Há algo, entre todas as coisas que existem, que nós mais damos como garantido. Nós crescemos com ele, fazemos de tudo com ele, aprendemos a andar e a controlar o equilíbrio com ele, interagimos com as pessoas usando-o, somos capazes de trabalhar devido a sua força e resistência. Aprendemos a lidar com as dores e a evitar o danificar. Falo do nosso corpo. 

Ele está em constante mudança. Ele cresce até certo ponto e o seu crescimento pode ser, ou não, saudável. Está sujeito a doenças e lesões. Necessita de constante nutrição e cuidado para não decair mais rapidamente. Apesar de todas as coisas que o nosso corpo necessita, nós o temos como garantido. É uma máquina perfeita, capaz de se regenerar sempre que é danificado, mas que necessita de constante cuidado para ser capaz de executar as suas funções de forma eficiente. E nós sabemos isso mas damos como garantido. 

Quando eu era mais novo, e ainda fazia campismo, eu tinha uma bicicleta para andar pelo parque, para fazer corridas com os meus amigos, para passear. Agora que me lembro dela lembro-me, também, de sentir o vento sempre que descia, a toda a velocidade, uma estrada que lá tinha. Bons tempos! Enfim, mas o objectivo da história não é nostalgia. Quando os meus pais me deram a bicicleta eles também me disseram que eu teria de cuidar dela; ela não deveria ficar à chuva, não deveria ser atirada, a corrente deveria ser oleada de tempos a tempos, entre outros conselhos. No inicio eu a tratava como uma criança - com todo o cuidado - mas, com o passar das semanas, eu já a tinha como garantida. No primeiro verão até correu tudo bem mas no segundo já a comecei a atirar mais para o chão sempre que tinha de parar durante uma brincadeira com os amigos. Não tratava da corrente e também a deixava à chuva. Os danos começaram a aparecer e ela deixou de ser a bicicleta brilhante que os meus pais me tinham oferecido. A ferrugem começava a ganhar terreno, a tinta começava a lascar e até as mudanças já eram mais difíceis para mudar. Será que este foi um efeito do tempo ou um efeito do meu descuido? 

O nosso corpo é, também, como uma máquina que necessita constante cuidado e nós, negligentes e com a ideia que os azares apenas acontecem com os outros, maltratamos o nosso corpo. Esses maus tratos passam por coisas que todos sabemos que fazem mal - como drogas, tabaco, álcool, e outras substâncias que ingerimos e que, apesar do prazer que dão, nós sabemos que fazem mal ao nosso corpo - mesmo a médio-longo prazo. Também cuidamos mal dele quando não dormimos as horas suficientes, quando não exercitamos, quando comemos em demasia ou insuficientemente, ou até quando estamos constantemente a danifica-lo quando praticamos desportos de risco. 
Quando somos jovens o nosso corpo é capaz de controlar e combater, mesmo que apenas em parte, os efeitos negativos das coisas a que o sujeitamos mas, algumas consequências dessas acções são apenas notadas a médio-longo prazo e, negligentemente, nunca olhamos para o futuro. Muitas pessoas hoje sofrem problemas derivamos de uma juventude de cuidados negligentes do seu corpo e, apesar de ser um facto, continua a ser negligenciado e temo que continuará a ser.

Eu não sou um exemplo de saúde física (e a mental é questionável ! ). Apesar de não consumir substâncias com efeito negativo sobre o meu corpo (apesar de ter contacto com algumas de uma forma passiva, como fumo de tabaco mas isso é mais complicado de controlar), eu tenho uma alimentação pouco saudável e o exercício físico era algo praticamente inexistente no meu dia a dia. Decidi mudar, drasticamente, esse paradigma e decidi começar a cuidar melhor do meu corpo. É interessante notar que apesar de essa mudança ter apenas 6 dias, eu já noto os seus efeitos. 

No fim de semana passado decidi começar a controlar o que como e, na segunda-feira, comecei a parte do exercício mais "a sério" (já ia ao ginásio até Julho mas era algo sem disciplina). Decidi começar por aquilo que gosto de fazer mas elevar a fasquia. Eu adoro caminhar e decidi começar por aí. Todos os dias (excepto fim de semana) eu vou caminhar para um dos parques da cidade. Faço todo o percurso até lá a caminhar, dou lá umas voltas e volto para casa. Esta semana decidi começar por, em média, sete quilómetros e meio por dia de caminhada relativamente acelerada. Para a semana vou subir a fasquia nos quilómetros percorridos (passar para oito ou nove). Tentei fazer corrida também mas o meu joelho ainda está fraco para isso mas acredito que com o exercício continuo ele será capaz de aguentar um trote. No entanto, um dos efeitos positivos que notei logo nesta primeira semana foram os efeitos no meu humor e, também, no meu joelho. Eu tenho artrite no joelho (resultado de um problema quando eu tinha sete anos de idade)  e as mudanças de temperatura/humidade e esforço (com impacto - como corrida) sempre causaram dor. A dor diminuiu e as mudanças meteorológicas destes dias não me afectaram, algo que já não sabia o que era. Os efeitos estéticos sei que vão demorar a ser visiveis mas também estarão lá - espero!

Devemos cuidar do nosso corpo; ele é um presente e uma bênção e devemos, portanto, tratá-lo como tal. Para terminar, deixo-vos com umas fotos do local onde vou caminhar. 


domingo, 31 de agosto de 2014

Uma Luz



Neste blog já falei de muitas coisas. Já falei de mim; já falei de ciência; já falei das coisas em que acredito; já falei dos valores que defendo; já falei de moralidade; já falei do Templo; já falei do Senhor e testifiquei d'Ele. Já falei de muitas coisas e, hoje, ao olhar para o que já escrevi, ao que já falei e ao que já mostrei, um pensamento/pergunta me vem à mente: "onde estou?"

O Elder Richard G. Scott, do quórum dos Doze Apóstolos, disse:
"Sem um minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos, (...) a fé que realmente funcionaria em nossa vida diária ainda estará fora de nosso alcance"

Por vezes temos de parar para pensar. Parar para fazer um inventário sobre nós mesmos; sobre a nossa moral, o nosso estado de espírito, as nossas fraquezas e também virtudes/talentos. Por vezes é preciso parar para sermos capazes de fazer as perguntas certas. A pergunta certa, para mim, neste momento, foi esta - "onde estou?". Esta pergunta só apareceu na minha vida outras duas vezes e sempre em momentos como este - em que duvido de mim mesmo. Ela vem à minha mente apenas depois de eu orar e jejuar fervorosamente; no fundo, acho que é apenas assim que nós recebemos as respostas certas para as perguntas certas - quando nós, fervorosamente, mostramos ao Senhor que precisamos da ajuda d'Ele e de uma luz orientadora para sair do escuro. No entanto, não basta pedir. Eu não podia ficar no meu quarto escuro à espera que uma pessoa chegasse e acendesse a luz. Não! Eu tinha de dar um primeiro passo - um passo de fé, um passo em que mostro que quero sair, quero melhorar, quero ser melhor! E, então, a pergunta veio até mim..

...Onde estás?

Esta simples pergunta tem um poder enorme. Tem o poder para mudar o rumo de um navio; de mudar uma vida. Sem esta pergunta eu não teria saído da minha zona de conforto e não teria tirado a carta de condução - pois poderia ficar a viver no medo de carros que tenho e sempre tive. Foi esta pergunta que fez, e faz, com que eu lute contra a ansiedade social que tenho e vá ter com as pessoas, vá falar com elas, as vá apoiar e ajudar. É esta pergunta que me faz seguir em frente. Quando o Senhor me pergunta - "onde estás?" , a minha resposta natural tornou-se: "eis-me aqui"

"Porque viste a tua fraqueza, serás fortalecido" (Éter 12:37). Olho para onde estou e vejo quem sou. Não vejo o meu reflexo, não vejo como os outros me vêem.. eu vejo quem realmente sou e, ao fazer isso com os olhos do espírito, eu vejo todo o meu potencial, como vocês podem também ver todo o vosso potencial. Quando fazemos isto, todas as coisas, todos os problemas, se tornam bem mais leves e pequenos. 

Ontem, dia 30 de Agosto, tive uma oportunidade maravilhosa para assistir a um baptismo de uma criança de oito anos. Foi maravilhoso ver um pai a baptizar, e confirmar, a própria filha. Foi maravilhoso ouvir um numero musical em que a irmã, no violoncelo, e uma prima, no piano, interpretaram um hino. Foi maravilhoso ver a mãe dela  a cantar (solo), acompanhada pelo piano. Foi maravilhoso ver o sorriso das crianças, enquanto se divertiam e corriam pelos corredores e jardins da capela. Foi maravilhoso sentir a união e paz que esta ordenança de salvação faz ao coração das pessoas - unindo-as e fortalecendo-as. 

Elder David A. Bednar, do quórum dos Doze Apóstolos, ensinou:
"Meus amados irmãos, vocês e eu, hoje e sempre, devemos abençoar todos os povos de todas as nações da terra. Vocês e eu, hoje e sempre, devemos prestar testemunho de Jesus Cristo e declarar a mensagem da restauração. Vocês e eu, hoje e sempre, devemos convidar todos a receberem as ordenanças de Salvação."

Deixo o meu testemunho de que eu sei que estas coisas são verdadeiras; eu sei que Jesus Cristo vive e através d'Ele alcançaremos a Salvação. Eu sei, e prometo, que quando vivemos o Evangelho e confiamos no Senhor, os nossos corações ficarão cheios de Amor e Luz e não teremos lugar suficiente para guardar todas as bênçãos que recebemos. As nossas famílias serão abençoadas, e nós viveremos uma felicidade que o mundo, que os poetas e os filósofos, não conseguem descrever. E digo estas coisas em nome de Jesus Cristo. Amém.