quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Uma lição valiosa sobre amor próprio


Na segunda-feira, antes de deitar, escrevi no meu caderno:
"Eu amo o Pai acima de todas as coisas; eu amo o Filho e estou-lhe eternamente grato (...), eu amo o Santo Espírito e por tudo que ele me ensina (...); Eu amo a todos que me rodeiam e, por esse amor, daria a minha vida por cada um de vós (...) Apesar disso, eu não me Amo e é por isso que falho."

Quem é familiarizado com as escrituras e os seus ensinamentos, pode aprender sobre dois grandes mandamentos nos quais todo o Evangelho se resume:
"Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.
Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo."
 (Mateus 22:37-39)

O segundo mandamento diz que devemos amar ao próximo como amámos a nós mesmos. Esta passagem sempre me deixou intrigado porque eu amo o próximo mas não amo a mim mesmo; comecei a meditar sobre este problema e há apenas duas conclusões possíveis: 
- Eu não amo ao próximo;
- Eu é que estou errado e, no fundo, amo a mim mesmo mas não o sabia. 
Com esta duvida na minha mente fiz a minha oração antes de deitar e pedi que a minha dúvida fosse tirada, e que Ele me ensinasse a amar a mim mesmo. A este meu pedido juntei um jejum e a resposta não tardou..

mas..
..antes de partir para a resposta eu irei me descrever, ou seja, irei expor como eu me vejo pois isso irá clarificar o sentido da resposta que recebi.
Eu considero-me perfeccionista; não tolero falhar; pode existir apenas uma mancha no meu vaso interior que eu penso para mim mesmo que ele está todo sujo, por outras palavras, se eu falho em alguma coisa então falhei como um todo. Quando alguém me elogia eu posso agradecer mas o meu reflexo mental é pensar "como ele pode dizer que foi bom quando eu falhei 3 ou 4 notas". Todas estas coisas se reflectem em mim mesmo e muito raramente se transpõem cá para fora, para os outros. 

Continuando..

Quando comecei meu jejum no dia seguinte (ontem), ele começou com uma pergunta na minha mente - como se define uma pessoa? 
Durante estas últimas 24 horas essa pergunta ressoava na minha mente sempre que eu fazia algo diferente do mundo. Não vou contar o que fiz ou o que aconteceu durante o dia de ontem, pois não quero que pareça que me estou a enaltecer ou a chamar a tenção, no entanto, deixo as seguintes perguntas para ponderarem:

O que vos define? 
São os erros que cometem ou as coisas acertadas que fazem?
São os momentos em que estavam caídos no chão ou os momentos que passam levantados e firmes?
São os momentos de tristeza ou as alegrias que viveram?
São as lágrimas que caiem de vossos olhos ou são os sorrisos que conseguem criar em quem vos rodeia?

O que aprendi ontem foi que nós amámos a nós próprios quando amámos os outros. Não é o nosso amor por nós mesmos que nos faz amar os outros mas sim ver o que nós somos capazes de fazer por amor ao próximo que nos faz amar a nós mesmos cada vez mais (confuso?) . Aprendi que eu já me amava e que aquilo que exijo de mim é humanamente impossível de aguentar sem quebrar. 
A fasquia não diminui, nem deve, pois acredito que nós devemos ter a nossa fasquia apontada ao nosso potencial e não ao que "já fazemos direito"; no entanto, a perspectiva mudou. 

Querem sentir mais amor por vocês mesmos? Ver a vossa auto-estima a aumentar a cada dia que passa? A resposta que tive foi simples - sirvam aos outros, amem quem vos rodeia e demonstrem sempre esse amor, ajudem que precisa, chorem com quem chora, façam sorrir quem está desesperado, ensinem quem pouco sabe, abriguem quem anda à chuva, agasalhem quem está com frio, dêem de comer a quem tem fome. Quando olharem para o espelho e virem quem fez todas aquelas coisas não haverá razão nenhuma para pensarem mal de vocês mesmos. 

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