Mas todos aqueles dentre vós que fizerem mais ou menos do que isto não estão edificados sobre a minha rocha, mas edificados sobre um alicerce de areia; e quando as chuvas descerem e as inundações chegarem e os ventos soprarem e baterem contra eles, cairão; e as portas do inferno já estão abertas para recebê-los.
(3Néfi 18:13 - Livro de Mórmon)
Existe algo intrínseco ao ser Humano que é a capacidade de pensar, inovar, tentar melhorar algo - segundo o nosso entendimento. Esta escritura fala de algo muito importante para quem é seguidor de Jesus Cristo que é a nossa obediência aos mandamentos e ordenanças. Ele diz, de forma clara, que quem fizer mais, ou menos, do que for mandado não está edificado sobre a Sua rocha.
O Evangelho é muito simples, as ordenanças são bastantes simples e os próprios mandamentos são directos e simples. O que normalmente acontece, e que faz desviar as pessoas (e igrejas) do propósito divino é a nossa capacidade de complicar o que é simples.
Vou usar um exemplo simples que é a ordenança do Sacramento.
Foi revelado, por escritura (Bíblia e livro de mórmon) que o Sacramento é símbolo do corpo e sangue de Cristo e que nós tomamos este sacramento como forma de lembrar da expiação de Jesus Cristo e de limpar nossa alma de nossos pecados - renovando os convénios do baptismo. No sacramento existe pão e água que devem ser abençoados e passados aos fieis através do Sacerdócio. É uma ordenança simples com um texto simples. No entanto pode ser alvo de tradições e alterações que, normalmente, começam com as melhores intenções mas, no futuro, pode ser confundido com mandamento. Vou dar alguns exemplos de "alterações" que não são mandamento divino:
- O sacerdote deve segurar a bandeja com a mão direita - fazer as coisas com a mão direita é apenas simbólico em muitas coisas - como apoiar lideres, cumprimentar pessoas, mas o seu uso no sacramento não é mandamento;
- Quem abençoa devem ser (depois da presidência) os primeiros a serem servidos - servir quem abençoa, depois da presidência é apenas uma forma de facilitar a próxima bênção, por exemplo, se quem abençoa tomar o pão antes do resto da congregação, quando for a sua vez de abençoar já não estará a mastigar, mas isto é apenas de "utilidade" e não mandamento;
- Deve-se pegar no pão e na água com a mão direita - mesmo que no primeiro caso;
- entre outros exemplos.
Devemos ter cuidado com algumas tradições pois, apesar de começarem com boa intenção poderão causar problemas no futuro, principalmente se uma pessoa vai a outra área, vê de forma diferente e depois pode acusar de as coisas não estarem a ser bem feitas quando, na realidade, a ordenança em si está bem feita - que é simplesmente abençoar o sacramento com a devida autoridade e palavras.
Existem muitas formas de as pessoas se desviarem do caminho e isso passa, muitas vezes, pelas tradições criadas e de tal forma enraizadas que quando lerem os reais mandamentos nas escrituras elas não serão capazes de os reconhecer.
A história do cristianismo, em geral, está cheio de histórias deste género, onde ordenanças simples foram alteradas por razões de conveniências politicas ou apenas por boa intenção. Por exemplo, o baptismo é algo feito para remissão dos pecados e para nascer de novo mas existem igrejas que baptizam crianças bebés. Crianças nascem sem pecado e muito menos são culpadas pelos seus actos por isso o baptismo é algo que não faz sentido. Como diz nas escrituras da bíblia sagrada - Deixai os meninos, e não os impeçais de virem a mim; porque dos tais é o reino dos céus. (Mateus 19:13-14) Elas tem os céus garantidos pois são inocentes e sem pecado. No entanto, e pode ser verificado pela história, o baptismo das crianças começou porque, quando a igreja estava a crescer - depois dos apóstolos morrerem e Roma decidir ser líder da Igreja - havia muitos problemas com os judeus convertidos que, sendo judeus, estavam habituados às tradições e rituais, principalmente o da circuncisão das crianças. Para a Igreja não ter problemas devido a esta tradição, foi criado o baptismo das criancinhas, para existir na mesma um ritual e se manter uma tradição. Outro facto histórico foi o facto de o baptismo deixar de ser por imersão porque, um dia, um imperador Romano queria converter-se mas não podia ir à água porque estava muito doente.. Como esse imperador era "chefe" da igreja, criou-se então a tradição de apenas deitar água na cabeça.
Ou seja, o que podiam ser simples casos pontuais de alteração de ordenanças e mandamentos, tornam-se, devido às tradições, em erros consecutivos e desvios da Palavra original. Deus é o mesmo ontem, hoje e para sempre e os seus mandamentos não mudam porque o nosso tempo muda ou porque nós pensamos que "evoluímos" como sociedade e que as coisas de Deus são antiquadas. Elas são verdade ontem, hoje e serão verdade amanhã.
ResponderEliminarE a imersão total não poderá ser apenas uma "tradição"? Um ritual?
O batismo não poderá ser feito sem água nenhuma até, desde que a ação interna aconteça? Desde que a intenção interior, a morte e o nascimento intimos aconteçam?
Nada tenho contra os rituais, são, no meu entender, uma expressão externa de uma vivência interna... Por outro lado ajudam a enfatizar a experiência interior. Claro que é mais fácil "lavar-me" se o meu corpo for imerso em água. Mas será absolutamente necessário imersão para "lavar-me", para nascer?
É só mais um ritual, é só mais uma forma ...
Também as palavras são simbólicas... também o que está escrito é simbólico...
bj
AA
ps- sabes q não resisto...
Olá! :)
EliminarBem, sabes que sigo as escrituras por isso me baseio nelas. Está escrito que o baptismo é por imersão, até a própria palavra vem do grego e quer dizer isso mesmo - imersão. Nas escrituras fala disso usando a comparação do sepultamento e nascer de novo.
Mas numa coisa tens razão. O baptismo, como qualquer outra ordenanças, é muito mais do que o que é "externo". A ordenança, apesar de ter de ser feita como foi estipulado, é símbolo do que realmente se passa no nosso interior e do que isso significa. Se eu, por exemplo, tivesse sido baptizado sem um desejo de mudar então essa ordenança externa não passava de um banho :)
Ou seja, apesar de as coisas terem de ser realizadas como deve ser, nem mais nem menos, o que se passa no nosso interior, o que nos leva até essa ordenança e o que fazemos depois é o que realmente é importante.
´falaste em palavras como símbolo mas até o que fazemos é símbolo - como dizer que Amo - essa palavra é símbolo de um sentimento e as minhas acções serão demonstração desse sentimento. AS ordenanças é símbolo e demonstração daquilo que mudou em nosso coração e também do nosso crescimento. Elas, segundo as escrituras, devem ser realizadas mas a sua realização implica muito mais do que uma simples imersão, ou comer do pão e beber da água :)
Beijos :)
EliminarRepara, o que é o líquido amniótico? Água! Foi a analogia que fiz quando pensei sobre o assunto.
Imersão = mergulhar na mãe, isto é, sentir-se uno de novo.
"Mergulha na mãe e nasce, mas desta vez nasce inteiro, integro, uno (não dividido, não separado do restante)", seguido de, "não te esqueças de quem és (isto é, segue as regras do pai) e estarás em casa" (entendendo que a casa pode ser também aqui, neste momento, agora mesmo; na eternidade que é cada segundo, cada milionéssimo de segundo do momento presente, no exato momento do agora...
.... iieeeeq!! filosofias :P! :P :P
beijocas
ps - queimei o jantar!!
Por isso mesmo a analogia usada e simbologia do baptismo é mesmo "nascer de novo" :D
Eliminarmas é exactamente isso, dito por outras palavras :)
mas vai lá, desastrada :P !!
não quero que queimes mais alguma coisa :D
beijinhos :)
Eliminar...então... a imersão propriamemte dita não é "obrigatória"! :p
agora vou!
beijinhos
a ordenança é obrigatória :P
EliminarA simbologia é que tem mais do que um simples "banho". Simples palavras e intenções não têm grande valor sem uma demonstração "externa" :P
O que se passa espiritualmente é muito importante mas é preciso ser "selado" com uma ordenança. Como um casamento entre pessoas que se Amam por exemplo :)