terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Da Religião XXIV - A Parábola dos Talentos


Hoje começo uma nova forma de falar sobre religião. Irei começar a colocar as parábolas usadas por Cristo e a comentar o seu significado. Se existe uma forma de ensinar o Evangelho que seja boa e aplicável a todos  nós é usando de parábolas e comparações com as coisas do dia-a-dia. 
A primeira parábola que irei usar será uma das minha favoritas que é a Parábola dos Talentos (Mateus 25:14-30). Talentos, na altura de Jesus Cristo, era uma moeda de troca e não o significado de talento usado hoje em dia.

Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens.
E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.
E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos.
Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois.
Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.
E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles.
Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles.
E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos.
Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;
E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?
Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros.
Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos.
Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.
Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. 


É uma parábola relativamente grande e contém uma mensagem bastante importante para todos nós, sejam fieis ou não. 
O homem chama seus servos e dá a um cinco talentos, a outro dá dois e ao terceiro dá um talento. Vamos ler isto como se fossem "Dons". O primeiro recebeu cinco dons, pode ser o dom da palavra, o dom da Fé, o dom do ensino e estudo, dom de ajudar, dom de liderar. O segundo recebeu dois dons, como o dom da musica, dom de falar com eloquência. O último recebeu um dom, que pode ser o dom do conhecimento. Escolhi dons diferentes para cada um de propósito. 
Todos nós temos dons, podemos não saber quais são mas todos nós temos, nem que seja apenas um. Esses dons e talentos existem para, além de nos elevar, ajudar os outros e complementar, com os nossos talentos, os talentos de quem nos rodeia. Um bom orador pode não saber como ensinar e, por isso, um professor o irá ajudar a ensinar usando o seu dom da oratória. 
Com estes dons, com os nossos talentos, existe uma responsabilidade associada, ou seja, nós temos a obrigação, o dever, de procurar por esses talentos, de desenvolve-los e de os aplicar no mundo lá fora. Como podemos ver na parábola, dois dos homens usaram dos seus talentos, muitos ou poucos, e aplicaram-nos na vida real e, no processo, aprenderam mais sobre eles próprios e descobriram novos talentos. Pelo contrário, o terceiro homem descobriu o talento dele mas não o usou, o dom podia ser do conhecimento, ou seja, ele sabia muitas coisas mas guardou-as para ele mesmo, não as partilhou. No final, como não desenvolveu esse talento nem o aplicou na sua vida, ele acabou por perder esse talento.. 

Devemos olhar para nós próprios e descobrir os nossos talentos e desenvolve-los. Podemos pensar que não temos nenhum talento mas a única coisa que poderá estar a acontecer é nós não os reconhecermos. Um talento muito bom mas negligenciado como tal é o talento de ajudar quem precisa, saber o que dizer para ajudar. Outro dom quase esquecido e que TODOS temos é o dom para Amar mas, como todos os outros dons, se não for usado poderá ser perdido.. por isso devemos Amar a todos e demonstrar esse Amor sempre que possível. 
Eu demorei algum tempo até reconhecer os meus talentos, ou dons. Ainda vou descobrindo alguns novos, e desenvolvendo outros. É um processo que pode ser trabalhoso e pode requerer sair da nossa zona de conforto para os aplicar e aperfeiçoar mas, no final, a recompensa é enorme. 

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