terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Parábola do Tesouro e das Chaves



Certa vez um homem recebeu, como herança, duas chaves. Foi-lhe dito que a primeira abria uma caixa-forte que ele deveria proteger a todo custo. A segunda era para um cofre que estava dentro da caixa-forte e que continha um tesouro inestimável. Ele deveria abrir esse cofre e usar livremente as coisas preciosas ali guardadas. Foi advertido de que muitos procurariam roubar-lhe a herança. Foi-lhe prometido que, se usasse o tesouro dignamente, este seria reabastecido e nunca diminuiria, por toda a eternidade. O homem seria testado. Se usasse o tesouro para benefício de outros, suas próprias bênçãos e alegria aumentariam.

O homem dirigiu-se sozinho à caixa-forte. A primeira chave abriu a porta. Ele tentou abrir o tesouro com a outra chave, mas não conseguiu, pois havia dois cadeados no cofre. A sua chave, sozinha, não o abriria. Por mais que tentasse, não conseguiu abri-lo. Estava confuso. Recebera as chaves. Sabia que o tesouro era seu, por direito. Obedecera às instruções, mas não conseguia abrir o cofre.

Num determinado momento apareceu uma mulher na caixa-forte. Ela também tinha uma chave; era uma chave visivelmente diferente da que ele possuía. A chave dela serviu no outro cadeado. Isso fez com que ele humildemente reconhecesse que, sem ela, não poderia obter a herança que era dele por direito.

Eles fizeram um convênio de que, juntos, abririam o tesouro e, conforme as instruções, ele vigiaria a caixa-forte e a protegeria. Ela, por sua vez, vigiaria o tesouro. Ela não estava preocupada com o fato de ele, como guardião da caixa-forte, ter duas chaves, pois seu objetivo era garantir que ela estivesse em segurança enquanto vigiava aquilo que era muito precioso para ambos. Juntos eles abriram o cofre e partilharam da herança. Alegraram-se pois, como prometido, o tesouro não se esgotava.

Com grande alegria descobriram que podiam passar o tesouro para seus filhos, e que cada um poderia receber a medida plena, sem que diminuísse, até a última geração.

Talvez alguns de sua posteridade não encontrassem um companheiro que possuísse a chave complementar, ou alguém digno e desejoso de cumprir os convênios relacionados ao tesouro. Não obstante, se guardassem os mandamentos, não lhes seria negada nem a menor das bênçãos.

Como alguns tentaram levá-los a fazer mau uso de seu tesouro, eles foram cuidadosos ao ensinar a seus filhos sobre as chaves e convênios.

Mais tarde apareceram, entre os de sua posteridade, alguns que foram enganados, ficaram enciumados ou se tornaram egoístas porque a uns foram dadas duas chaves e a outros só uma. “Por que”, os egoístas perguntaram, “o tesouro não pode ser só meu, para que eu o use do jeito que desejar?”

Alguns tentaram moldar a chave que receberam, no formato da outra. Talvez, pensaram, ela poderia servir nos dois cadeados. E assim o cofre foi fechado para eles. Suas chaves remoldadas eram inúteis e eles perderam a herança.

Aqueles que receberam o tesouro com gratidão e obedeceram às leis referentes a ele, receberam alegria sem limites nesta vida e por toda a eternidade.

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