- Elder Tad R. Callister
Gosto muito desta frase de Tad R. Callister sobre a integridade; para a complementar, e antes de prosseguir, irei colocar a definição de dicionário de integridade:
(Etm. do latim: integritas.atis)
-Particularidade ou condição do que está inteiro; qualidade do que não foi alvo de diminuição; inteireza.
-Condição do que não sofreu alteração; que não foi quebrado nem atingido; que está ileso: integridade física ou mental.
-Figurado. Característica da pessoa que é íntegra; qualidade de quem é honesto; que é incorruptível.
-Figurado. Cujos comportamentos ou acções demonstram rectidão; honestidade.
-Figurado. Atributo da pessoa inocente; qualidade de quem é puro; castidade ou inocência.
Da definição, aprendemos que ser integro é qualidade de ser inteiro, honesto, incorruptível, honesto, puro e inocente. É interessante ver que a palavra inteiro e integridade façam parte da mesma família - quem é integro então está inteiro, incorruptível. Algo que é corrupto é algo que se altera ao longo do tempo; por exemplo, os nossos corpos são corruptos porque necessitam de alimentos para serem capazes de manter a sua forma e função, e, apesar disso, envelhecem à medida que os anos passam. Associada à integridade está uma pergunta muito famosa: "quanto vale a alma de um homem?" - no fundo é nesta frase que se baseia a imagem escolhida - será que até quando a nossa vida é ameaçada nós deixamos de ser íntegros e vendemos a nossa alma?
Há sete princípios de integridade que gostaria de focar:
1.- A integridade é o alicerce de nosso carácter e de todas as outras virtudes:
C.S.Lewis disse que quando cometemos um erro numa equação matemática não podemos simplesmente prosseguir: "Quando começamos uma soma da maneira errada, quanto antes admitirmos isso e voltarmos e recomeçarmos, mais rapidamente progrediremos". Eu já resolvi muitas equações matemáticas durante a minha vida eu aprendi, por experiência, que se deixar um erro por corrigir ele irá propagar-se por toda a equação e o resultado final estará muito longe do certo. Os nossos alicerces funcionam exactamente da mesma forma; quando temos alicerces bem fortes, como rochas, então tudo o que crescer irá estar bem seguro. Uma quebra na nossa integridade é semelhante a uma fissura nos nossos alicerces; no inicio poderá parecer irrelevante mas, à medida que o peso vai aumentando, a fissura irá aumentar e algum dia irá ceder. Para tornar os nossos alicerces bem fortes poderá ser necessário passar pelo doloroso processo de arrancar os alicerces fracos e danificados e os substituirmos, pedra por pedra, por um alicerce de integridade. É doloroso mas é possível.
2.- Integridade não é apenas fazer o que é legalmente correcto, mas o que é moral:
As leis dos homens mudam consoante os partidos políticos no poder, consoante a vontade geral de um povo mas isso não torna as coisas correctas. Sim, nós devemos obedecer a lei mas quando essa lei é permissiva quanto a questões morais, como o adultério, isso não irá fazer com que o facto de praticar adultério se torne uma coisa moralmente certa, ou seja, integra. Ser integro não é apenas a aderência a um código legal, é também a aderência ao código moral mais elevado. Abraham Lincoln sugeriu que "[devemos] viver de acordo com os melhores anjos de nossa natureza".
3.- A integridade toma decisões com base nas implicações eternas:
Uma pessoa integra é capaz de tomar decisões tendo em conta as possíveis consequências dessas escolhas em terceiros e, sobretudo, em si mesmo. Estas consequências podem acontecer num curto espaço de tempo como podem acontecer num futuro não muito próximo mas elas irão certamente acontecer. Um exemplo que é conhecido de todos são as cábulas durante os testes. Todos nós conhecemos alguém (até nós próprios) que já copiou em pelo menos um teste da escola. A desculpa para copiar era semelhante a esta "eu preciso da nota" . De que vale ter uma nota alta num teste se, no processo, nós perdemos a nossa integridade? A maior razão para se copiar nos testes é a falta de preparação, de estudo, culpada por uma vida de ócio e preguiça. Por estarmos sem preparação então nós, em vez de enfrentarmos a nossa incompetência de cabeça erguida, nós escolhemos ir por um atalho que irá "vender" a nossa alma por uma simples nota. Na altura pensamos que foi bom porque tivemos uma boa nota mas o nosso alicerce já está danificado e a pressão, à medida que a vida passa, irá apenas aumentar e, um dia, irá ceder.
4.- A integridade é revelar toda a verdade e nada mais que a verdade:
Quem é integro é honesto, não mente. Nós podemos cometer muitos erros durante toda a nossa vida, muitos deles até fruto da nossa ignorância mas há algo que é sempre feito de uma forma voluntária e premeditada - a mentira. Quando nós mentimos nós escolhemos não dizer a verdade. Isto parece ser uma redundância mas a palavra chave é "escolhemos". Nós não somos obrigados a mentir - nunca! Se uma pessoa aponta uma pistola à minha cabeça e, sobre coação, me obriga a dizer que algo não é aquilo que eu sei que é, eu não irei mentir. O preço é demasiado elevado. Eu posso até perder a minha vida mas a minha alma irá viver eternamente e a forma como irei passar a eternidade está estritamente dependente da forma como vivi esta vida - se fui integro ou não.
5.- A integridade não apresenta álibis ou desculpas:
Ou seja, nós não devemos arranjar desculpas para justificar os nossos erros e fraquezas. Entre muitas outras, há uma verdade que é universal - temos sempre escolha. Quando fazemos algo errado, e sabemos que é errado, nós não podemos culpar os outros por cometermos esse erro. Podemos ser alvo das piores ameaças, podemos até ter uma pistola apontada à cabeça mas é nesses momentos de verdade que os nossos alicerces são realmente testados. É fácil ser integro quando as coisas vão bem mas é quando as coisas começam a ficar mais complicadas, que nós somos realmente testados na nossa integridade, no nosso carácter.
6.- A integridade é o cumprimento de nossos convénios e de nossos compromissos mesmo nos momentos inconvenientes:
Os Santos dos Últimos dias, o povo do Senhor, é um povo de convénios. Um convénio é um contracto feito com Deus em que nós prometemos ser obedientes a uma lei e Ele nos promete bênçãos. Este contracto é feito entre um Ser Perfeito e nós, seres imperfeitos; nós falhamos mas Ele nunca falha. Apesar desta nossa condição imperfeita, quando fazemos um convénio nós devemos tentar, todos os dias, a toda a hora, cumprir essas coisas. Como falei no ponto 5., é fácil fazer as coisas quando tudo está bem mas será quando as coisas se tornam mais desconfortáveis que nós iremos ser realmente testados na nossa fé, na nossa convicção, na nossa integridade.
7.- A integridade não é governada pela presença de outros. Ela tem uma motivação interna e não externa:
Certa vez um filho estava a passear com o pai e passaram junto de um campo de milho. O pai parou, olhou para os dois lados e, como não viu ninguém, subiu a cerca para ir apanhar algumas espigas de milho. O filho olhou fixamente para o pai e, em tom reprovador, disse :"pai.. tu te esqueceste de olhar para cima..". A nossa integridade não deve ser uma máscara que apenas usamos quando estamos com outras pessoas. Um homem que se mostra simpático, prestativo, e que apoia os seus conhecidos e tem um comportamento exemplar em locais públicos mas que, em casa, não apoia nem ama a sua esposa, não é um homem integro mas sim um hipócrita. Na peça de Hamlet, de Shakespeare, Polonio diz a seu filho Laerte:
Sê verdadeiro contigo mesmo
E assim como a noite segue o dia,
Não serás falso com nenhum outro homem.
Como o Elder Tad R. Callister disse, e eu repito, que a nossa alma ostente uma placa com a seguinte inscrição: "Não está à venda por preço algum!". Nós devemos ser homens e mulheres íntegros, não porque precisamos mas porque queremos.
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