sábado, 30 de novembro de 2013

O efeito entrópico das nossas experiências de vida

(imagem retirada do Shiuuuu)


A Entropia é uma grandeza física que mede, de uma forma simplificada, o grau de desordem de um sistema. Devido a esta grandeza existe esta lei:

A Segunda Lei da Termodinâmica determina que a entropia total de um sistema termodinâmico isolado tende a aumentar com o tempo, aproximando-se de um valor máximo à medida que restrições internas ao sistema são removidas. 

A nossa vida também sofre deste sintoma entrópico. Quando as coisas vão bem e seguindo uma ordem que nos é confortável então a entropia começa a aumentar e podemos ver o nosso conforto desaparecer e até ver a nossa vida a ser alterada completamente.. tudo porque um simples acontecimento fez alterar toda a energia do nosso sistema e, o que antes era ordem passou para um estado de desordem. 

Estes acontecimentos nem sempre são grandes. Lembro-me de um dia estar a falar com uma pessoa sobre variados assuntos e uma simples frase dela fez mudar a minha forma de pensar e ganhar conhecimento; principalmente no que toca à minha diligência em fazer essas coisas. Algo simples tornou algo ordenado e confortável em algo que criou desordem de forma a ser reorganizado para um estado melhor e mais favorável. No fundo, ao aceitar essa desordem e ao agir sobre ela, eu mudei o meu estado, que antes até podia ser bom, para algo que agora acredito ser melhor.

No entanto, existe um problema com estas mudanças - ninguém gosta de passar de um estado confortável para um estado desconhecido e sem uma ordem aparente. É neste sentido que muitas vezes se fala em sair da zona de conforto. Para um sistema físico progredir por vezes, ou até diria que todas as vezes, tem de realizar uma mudança, mesmo que pequena, para que evolua para algo melhor. É essa pequena mudança que requer a maior coragem. Nem sempre estamos dispostos a mudar algo; até podemos desejar mudar mas o passo entre o desejo e a acção torna-se complicado de dar porque temos receio.. 
e se não der certo? 
E se eu falhar e acabar num estado pior que este?  
O nosso medo de agir, as nossas duvidas, os constantes "e se's" que adiam uma mudança vão fazer com que o tempo passe, as oportunidades desvaneçam e nós..  acabamos por ficar na mesma..  


Para mudar algo, seja no rumo da nossa vida ou até em nós próprios, temos de arriscar e, por vezes, temos de arriscar muito; como gosto de dizer: "dar um passo de fé" (ou leap of faith, em inglês). Este tipo de passo é dado quando nós não temos todas as garantias de sucesso; nós apenas confiamos.. confiamos que dessa ordem, ou até desordem confortável, em que vivemos, podemos tornar em algo bem melhor.. mesmo que se tenha de passar por um período desconfortável de desordem. 


2 comentários:

  1. Adoro esse termo, "Leap of faith"... já o coloquei em prática várias vezes. Correu muito bem, correu muito mal, não há meio termo... mas o salto de fé para mim, tem uma ordem de grandeza muitíssimo maior do que provocar apenas uma desordem reorganizadora... :).

    Nem com a necessária clareza de espírito, provocada por um qualquer insight tal como descreves, algumas pessoas la vão. Ser "inconsciente de forma consciente", é das situações mais difíceis para o ser humano. É difícil entender, que tudo nesta vida é efémero...

    Beijinhos!!!

    Xitracinhocoracao para ti

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    1. Engraçado que os "leap of faith", no meu caso, sempre correram bem no que toca a tudo menos às coisas do coração ^_^. Há sempre algo que teima em não se "organizar" mas, o que interessa, é continuar a "fazer ondas" até que o estado mude.

      "inconsciente de forma consciente" é algo muito complicado, principalmente quando se gosta de conhecer todas as variaveis e possiveis resultados. Por isso gera tanto receio nos momentos de acção.. arriscar é algo que apenas alguns fazem sem ver o "chão" onde vão colocar os pés.. mas confiam que vai tudo correr bem e que ele está lá.

      Beijinhos.

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