quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Do Tempo VII - Das Manifestações Politicas


    Hoje irei fazer a minha primeira, de muitas, opiniões politicas (na internet). O blog sempre foi virado para o lado mais espiritual da vida mas, ultimamente, as noticias não têm favorecido muito a mensagem que tento passar - esperança, equidade, paciência, amor, caridade, honestidade.  
    Desde sempre gostei de politica, gosto de argumentar e discutir as coisas que mexem com o 'sistema', seja ele pequeno ou até um pais. Já foi catalogado de fascista, de liberal, de comuna, extrema disto, extrema daquilo, mas acho que o normal é dizerem que sou de "Direita". Apesar destas coisas eu sempre me considerei no centro. As minhas opiniões não estão presas a partidos ou a cores. Se tenho uma opinião mais socialista, também tenho outra mais liberal ou uma outra mais conservadora. Enfim... Não sou capaz de escolher um lado e aceitar todas as ideias desse lado. EU acho que deve ser assim qualquer pessoa que se interesse por politica - aberta a novas ideias e coma  capacidade para se adaptar, independentemente da sua cor politica. 
    Nestes ultimas anos o pais tem andado a perder sustentabilidade, a perder valor em relação ao resto do mundo. Tudo isto de deveu a ANOS de asneiras, sejam elas realizadas pela classe politica, ou realizadas pelo próprio povo. O nosso pais é o único da UE onde o FMI entrou três vezes, sim, leram bem TRÊS VEZES. Isto demonstra que nós estamos piores do que pensávamos. Não falo no défice, não falo do tamanho do buraco financeiro falo é no sentido de nós não sabermos para onde vamos e como vamos lá chegar. O nosso rumo, como pais, tem sido aos altos e baixos, com poços bastante fundos pelo meio. 
    Como todos os portugueses, eu estou indignado com esta austeridade, só os loucos é que não estão. Mas o mal vem de trás e não é culpado apenas este Governo mas sim TODOS desde o dia em que se permitiu corruptos entrar em Belém. Temos o poder para os derrubar a todos mas esse poder não passa nem pela violência nem por mais corrupção ou perda de liberdades. O povo deve ir às ruas e manifestar a sua indignação. Deve ir berrar e gritar - fazer valer dos seus direitos e lembrar ao Governo que quem manda é o povo - mas detestava ver isso a acabar em batalha campal - como na Grécia de uns meses atrás. O meu receio para estas manifestações dos próximos dias é ver pessoas cheias de ódio a estragar a sua vida e a de outras que também estão a lutar pelo mesmo. Ódio gera ódio e os corações inflamados que começo a ver nas ruas, até em pessoas onde achava nunca chegar a ver isso, .. uma faísca bastara para as pessoas esquecerem tudo em que acreditam e defendem, não porque lhes foi tirado algo mas porque o seu coração estava inflamado e bastou uma simples faisca. Detestava ver isso a acontecer também com Portugal e os portugueses. 
    O nosso mundo irá mudar nos próximos meses, seja pela austeridade, seja pelo cansaço, seja pelo ódio de alguns, seja pela corrupção de outros, mas eu sinto que o nosso mundo irá mudar nos próximos tempos. Aquilo que tínhamos como garantido deixará de ser. Não falo da comida na mesa mas falo da segurança - que tem vindo a ser cada vez menor e sinto que, com estes ódios e também politicas, ela será ainda mais reduzida. 

Manifestem-se, usem do vosso direito mas ponderem bem entre gritar o que defendem ou atirar a primeira pedra. 


Nenhuma revolução violenta, na história da humanidade, acabou bem - seja para o poder - seja para o povo. 
    


4 comentários:

  1. Sabes João o nosso país está a descambar de tal maneira , que não se avizinham bons ventos.
    Também não queria uma batalha campal, apesar de muitas vezes apetecer mandar tudo ás urtigas.
    És jovem como eu ou mais do que eu e sabes bem a dificuldade que é arranjar um emprego .
    Já nem falo um emprego na área que estudaste.
    As contas não deixam de existir porque temos , ou não emprego e chegasse a situações complicadas.
    Muitos pais não têm que dar de comer aos filhos.
    Não sei onde vamos parar, temos de lutar sempre.
    Gostei do que escreveste e acho que o fazes muito bem noutras áreas, sem ser a parte espirual, portanto dou-te os parabéns , por teres arriscado!!

    Um beijinho:))

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  2. Sinceramente acho que Portugal só nascendo de novo...
    Não tenho esperança nenhuma neste país. Felizmente sou licenciada e tenho mestrado em engenharia informática, talvez eu me safe por isso mas noutras áreas isto está muito complicado.

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    1. Olá :)
      Sabes, eu acredito que grande culpado de Portugal estar assim é o Povo. Num país onde o FMI já entrou trÊs vezes - caso único na união europeia - apenas demonstra a nossa fraca capacidade para governar ou até para escolher governantes. A mentalidade do povo é que precisa mudar e isso está aos poucos a acontecer - com alguns jovens - mas ainda se promove o facilitismo e os caminhos fáceis, enquanto a integridade fica sempre para segundo plano.


      Concordo que isto esteja muito complicado, para os jovens cada vez mais. Uma vez um amigo disse-me - Se queres trabalhar para um futuro melhor escolhe um curso que te dê essa oportunidade. Devemos fazer o que sonhamos mas devemos olhar para o "mercado". Muitos dos desempregados tiraram cursos de letras, ensino e artes, o que nunca foi muito "famoso" cá em Portugal no que toca a oferta de emprego. Devemos ser inteligentes nas escolhas dos caminhos a seguir - Temos sonhos e talentos mas isso não deve desculpar escolhas erradas. O ensino está "cheio" neste momento, mas os cursos continuam a encher. Numa entrevista a um jovem desempregado (na manifestação da geração à rasca), disse que tinha acabado o curso e não tinha emprego. Quando ele disse o nome do curso - o qual nem sei ao certo mas era da área das letras - fiquei a pensar " como é que com um curso desses pensavas em ter emprego em portugal onde eu nem sabia que havia mercado nessa área" .

      O emprego está mal para todos mas, escolhendo a área certa, a probabilidade de arranjar emprego é maior - devemos pensar no futuro de forma realista e não apenas sonhadora :)

      (Depois há sempre o estrangeiro - apesar de gostar muito de Portugal e desejar exercer cá, se tiver de me lançar lá fora, eu irei e voltarei depois.)

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    2. Na entrevista sobre a geração à rasca deves estar a falar de um curso de cinema ou algo do género, eu lembro-me que fiquei de boca aberta também... A verdade é que mais uma vez as vagas nas universidades estão preenchidas para cursos que sinceramente cá em Portugal não levam a lugar nenhum, e não adianta avisar ou dizer nada porque todos os anos há-de acontecer o mesmo...

      Não sei se a culpa é do povo ou não, não sei comparar com o que se passa noutros países... A ideia que me dá é que cá paga o trabalhador pelo desocupado. Só quem quer trabalhar é que lixa, porque os dos subsídios e dos rendimentos estão sempre bem, para esses não há cortes.

      Sobre o estrangeiro, também é uma hipótese para mim pois não me quero afundar com o país. Não acredito que daqui a 40 anos vá haver reformas decentes em Portugal.

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