"Todo corpo continua em seu estado de repouso, ou de movimento uniforme em uma linha recta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele."
Esta é a primeira Lei de Newton, mais conhecida pelo Principio da Inércia.
A mecânica clássica estar repleta de fórmulas matemáticas que tentam explicar o mundo à nossa volta mas, essa amalgama de equações, constantes, leis e corolários, nos desviam a atenção, e até assustam os mais sensíveis, para a essência da lei em si. Não vou falar de física, nem vou expor as equações matemáticas relacionadas com esta lei; o que irei fazer é convidar-vos a lerem, de novo, a lei que escrevi em cima e a meditarem bem sobre ela.
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No fundo, o que esta lei diz é que as coisas vão continuar na mesma a não ser que algo seja feito em relação a isso. No mundo da física, como na nossa vida, nada muda de estado a não ser que algo force essa mudança. Nós temos o mau hábito de esperar, de deixar o tempo passar e, na nossa inocência ou apatia, nós esperamos que o rumo da nossa vida mude sem que nós façamos algo para alterar isso. Muitos se queixam que a vida que levam não leva a lado nenhum, que a cada passo que dão parece que tropeçam sempre.; normalmente isto acontece porque, apesar de esse caminho ser tortuoso e mau, essas pessoas não fazem nada para mudar de rumo - "se um corpo está a mover-se numa direcção, ele continuará nessa direcção a não ser que seja forçado a mudar aquele estado". Podemos nos queixar que a vida vai mal, que nada acontece na nossa vida, que parece que tudo está parado mas, nada irá acontecer a não ser que nós façamos mais do que simplesmente nos queixarmos - "se um corpo está em repouso, então ele continuará nesse estado até ser aplicada uma força nele" . No mundo da mecânica, as forças são sempre aplicadas sobre o corpo mas nós temos algo mais do que qualquer objecto inanimado - capacidade de escolher e de agir.
Esta nossa capacidade inata de agir e de escolher é algo muito precioso mas que cada vez mais é deixado a perder devido às más decisões que tomamos no nosso dia a dia. O maior exemplo da perda de arbítrio, e consequentemente a limitação no agir e escolher, é quando nos deixamos envolver por vícios, quando nos deixamos consumir por ódio, pelo medo, pela euforia; ou quando fazemos uma má escolha e a nossa vida se torna limitada porque temos de pagar o preço por essa má escolha - a consequência.
Quando nos deixamos envolver em vícios, como tabaco, álcool, drogas (pesadas ou leves), ou até medicamentos que causam dependência, perdemos a capacidade de escolher livremente e de agir segundo os nossos desejos. Quem é dependente de vícios, sejam eles quais forem, pensam que são livres até ao dia em que têm de escolher entre o vicio ou fazerem o que querem (como ficar numa mesa de jantar com amigos em vez de interromper a conversa e sair para fumar).
Quando o medo, o ódio ou até a euforia, consomem a nossa mente e coração, nós também deixamos de agir e de escolher livremente. A nossa mente irá fazer escolhas com base nesse estado de espírito e, muitas vezes, essas escolhas são as erradas. Por ódio, ou por euforia, nós escolhemos por impulso e é nestas alturas que fazemos escolhas que nos farão arrepender depois. Por medo nós normalmente escolhemos não agir.
Outras vezes as nossas escolhas são tão más que as suas consequências são bem mais limitantes: imaginem alguém que rouba e depois é preso; ou alguém que decidiu exceder o limite de velocidade, provocou um acidente e agora está deitado numa cama.
O Principio da Inércia é, além da 1ª lei de Newton, é também umas das primeiras leis da nossa vida - Se não fazemos nada então nada vai acontecer e tudo ficará como estava. Se querem mudar algo então ponderem bem, façam um plano e ajam segundo os vossos desejos.
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