domingo, 30 de março de 2014

A Igreja de Jesus Cristo - A Organização


Há muito tempo que gostaria de escrever sobre A Igreja de Jesus Cristo mas de uma forma mais aprofundada. Irei dividir este texto em cinco parte - Organização, Doutrina, Ordenanças, Frutos e Revelação. Este primeiro irá funcionar, também, como uma introdução.

Quando o Salvador esteve no meio de nós, ele edificou uma casa para acomodar as necessidades espirituais de todos; uma casa de abrigo, uma casa de aprendizagem, uma casa onde fosse possível aprender a Sua vontade e realizar as ordenanças necessárias para alcançar a Vida Eterna. Os detalhes sobre essa casa, ou melhor, sobre a Igreja de Jesus Cristo, podem ser encontrados no Novo Testamento. 

Todos nós, em algum momento da nossa vida, procuramos por esta casa. Encontramos informação nos textos antigos, nas tradições de nossos pais, nos conselhos de amigos mas, muitas vezes, não encontramos essa casa ou simplesmente nos contentamos com uma casa parecida. Qualquer pessoa que deseje descobrir onde está a Igreja de Jesus Cristo de hoje deve comparar a planta espiritual encontrada no Novo Testamento com cada igreja cristã no mundo; e deve fazê-lo até encontrar aquela que combine com a planta - Organização por organização; ensinamento por ensinamento, ordenança por ordenança, fruto por fruto e revelação por revelação.; cada alicerce deve coincidir, e a pedra de esquina deve ser Jesus Cristo. Quando realizamos este exercício - e eu próprio o fiz até há sensivelmente 3 anos atrás - vamos encontrar igrejas, ou crenças, que contém alguns ensinamentos parecidos, uma ou duas ordenanças semelhantes, alguns ofícios com o mesmo nome - mas só irá encontrar uma Igreja que coincide, na sua plenitude, com a planta espiritual - A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Com estes cinco textos irei descrever o exercício que fiz, alicerce por alicerce, até encontrar a Igreja do Salvador:

--> O primeiro alicerce é, então, a Organização:

Paulo escreveu: "Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina" (Efésios 2:20). 
A Igreja do Salvador deve ser edificada sobre os apóstolos e profetas. Jesus Cristo chamou doze apóstolos para serem Seus discípulos e, para após a Sua partida, liderarem a Igreja. Sempre que o quórum dos doze era quebrado devido à morte de um dos membros, por exemplo: quando Judas traiu o salvador e morreu, os onze reuniam-se em conselho para escolher, usando de revelação, um sucessor. A importância de manter o quórum é evidenciada quando Paulo nos ensina (referindo-se aos chamados de apóstolos e outros ofícios da igreja): "Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulentamente" (Efésios 4:14). Os Apóstolos eram, e são, fundamentais para manter a doutrina pura e era muito fácil naquele tempo, e até hoje em dia, existirem alterações à doutrina; seja por dúvida, ignorância ou fraude. A importância dos Apóstolos pode ser compreendida imaginando a seguinte situação: Estão 50 pessoas numa sala e eu digo uma frase à primeira pessoa e peço para ela ir passando a mensagem, em segredo, para a pessoa ao seu lado. Este exercício é realizado até chegarmos à última pessoa da sala que irá dizer, em voz alta, a mensagem que percebeu. Todos nós já fizemos esta brincadeira e sabemos que a mensagem nunca era igual à mensagem inicial. A adulteração da mensagem acontecia por duas razões principais: o ouvinte não compreendia o que foi dito e passava o que pensava ter ouvido ou um brincalhão mudava a mensagem de propósito. Os Apóstolos, no tempo do Novo Testamento, tinham como função corrigir os erros doutrinários que iam acontecendo - daí as Epistolas escritas por eles que constituem grande parte do Novo Testamento. Quando os Apóstolos foram mortos, deixou de existir um sistema que evitasse um domínio injusto sobre a doutrina, já não havia mais ninguém com poder e autoridade para fazer correcções - como resultado, as doutrinas foram distorcidas ou simplesmente perdidas.

Não existe, em lugar algum das escrituras sagradas, revelação ou ensinamento que diga que Apóstolos e Profetas não eram, nem são, mais necessários para orientar, ensinar e exortar os Filhos de Deus. Se, como Paulo ensina, o igreja deve ser edificada sobre o fundamento dos Apóstolos e Profetas então a Igreja de Jesus Cristo de hoje em dia deve ter Apóstolos e Profetas. 

O Salvador, durante o Seu ministério, além de chamar os Apóstolos para o auxiliarem na pregação do Evangelhos, chamou outros para os ajudarem. Ele chamou Setentas para preparar o caminho (Lucas 10). Conhecem alguma igreja, hoje em dia, com esse oficio? Também foram chamados Bispos (I Timóteo 3), Anciãos (significa Elderes - Atos 14:23, Tito 1:5), diáconos (Filipenses 1:1); Evangelistas (significa patriarca - Efésios 4:11); e pastores (Efésios 4:11). Pastores são homens como bispos e presidentes de Estaca, são aqueles que presidem uma congregação/conjunto de santos.

A 6ª regra de Fé d'A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias faz referência a essa organização:
"Cremos na mesma organização que existia na Igreja Primitiva, isto é, apóstolos, profetas, pastores, mestres, evangelistas, etc."; por outras palavras, a Igreja actual de Jesus Cristo deve ter a mesma organização que existia no tempo de Cristo e está apenas sujeita às mudanças recebidas por Revelação. Por isso, cada um desses ofícios está presente na nossa Igreja hoje em dia.

Como são escolhidos, então, estes homens chamados para servir a Cristo? Será que se candidatavam? Será que o Salvador os foi procurar nas melhores Universidades de Jerusalém? A resposta é não. O salvador chamou Pedro, um pescador; chamou Mateus, um cobrador de impostos. O ministério era um ministério leigo e, hoje em dia, também o é. O quórum dos doze, hoje em dia, é constituído por engenheiros, professores, advogados, etc.. Quem é chamado para servir na Igreja do Salvador é chamado segundo a sua maturidade espiritual, o seu desejo de servir, o seu amor para com seus semelhantes - "Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei"(João 15:16). Quando Cristo chama alguém para O seguir, ele investe-o de Poder e Autoridade para agir em Seu nome. Todo homem que possui o Sacerdócio  de Deus nesta igreja, na Igreja de Jesus Cristo, pode remontar a sua autoridade do sacerdócio a Jesus Cristo, a fonte de toda a autoridade e poder.

E, para terminar esta primeira parte, como se deveria chamar a Igreja?
Se somos baptizados em nome de Cristo, se oramos em nome de Cristo, se somos salvos em nome de Cristo e se Ele é o fundador e pedra angular principal de Sua igreja, qual esperariam que fosse o nome de sua igreja? A resposta é simples - "A Igreja de Jesus Cristo"
Em 3 Néfi 27:8, Jesus Cristo ensina:  "E como será a minha igreja, se não tiver o meu nome? Porque se uma igreja for chamada pelo nome de Moisés, então será a igreja de Moisés; ou se for chamada pelo nome de um homem, então será a igreja de um homem; mas se for chamada pelo meu nome, então será a minha igreja, desde que estejam edificados sobre o meu evangelho.". Gostava de reforçar a última parte - "Se estiverem edificados sobre o meu evangelho". Não basta dizer que se chama pelo nome do Salvador, é preciso estar edificada no Seu Evangelho. É maravilhoso ver que o Senhor foi capaz de preservar o Seu santo nome, durante séculos de apóstasia, até ser usado na Sua Igreja Restaurada, nos nossos dias, pelo Profeta Joseph Smith. Disto vos testifico, em nome de Jesus Cristo. Amém.

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A próxima parte - sobre a Doutrina - sairá, muito provavelmente, terça-feira.

domingo, 23 de março de 2014

A História do homem rico


E eis que; aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a Vida Eterna?
E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.
Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho;
Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda?
Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me.
E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.
(Mateus 19:16-22)


Acho que muitos conhecerão, mesmo que por alto, a história deste jovem rico; aliás, acho que todos conhecem esta frase que vem logo a seguir : "...é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus" (Mateus 19:24). Ao contrário do que muitos pensam, esta história não ensina que os ricos não herdarão o reino dos Céus apenas por serem ricos. Garanto-vos que muitos ricos entrarão no reino dos céus e muitos pobres irão ficar às portas. O que esta história me ensinou é o que hoje desejo transmitir com este texto.

Em algum ponto das nossas vidas já aconteceu aquele momento em que pensamos que mais falta  eu fazer? Eu cumpro os mandamentos, eu vou à igreja, eu ajudo quem me pede ajuda, eu faço a minha parte - o que me falta fazer dado eu já fazer tudo? 
Jesus Cristo, quando foi abordado por este homem, sabia exactamente o que o jovem fazia e os problemas que ele tinha; no entanto ele deixou o jovem responder às perguntas. O Salvador começou por dizer que para entrar no reino de Deus é preciso cumprir os mandamentos. O jovem em vez de responder que cumpria os mandamentos ele fez uma pergunta diferente - Quais? Ele claramente sabia os mandamentos da lei Judaica pois era rico e instruído, no entanto, ele perguntou quais os mandamentos que ele tinha de cumprir para entrar no reino dos Céus. Isto é algo que nós também temos a tendência de fazer. Nós sabemos Sempre quando falta algo ou quando não cumprimos algo mas sempre que nos perguntam se cumprimos os mandamentos nós perguntamos quais? para ver se aquele no qual nós falhamos não é mencionado; caso não seja mencionado então não temos a necessidade de confessar ou sentir culpa.

O jovem cumpria os mandamentos e era, na sua essência, uma boa pessoa, e Jesus Cristo sabia isso muito bem. Ele sabia que este jovem rico cumpria os mandamentos, que amava quem o rodeava, que honrava os pais, que era incapaz de matar alguém  ou de cometer adultério. Apesar disto, este jovem tinha um problema - quando Jesus Cristo lhe disse que para ser perfeito ele teria de largar tudo, dar aos pobres, e seguir o Salvador, o jovem baixou a cabeça em vergonha e tristeza e saiu da presença do Senhor. Este jovem estava preso às riquezas do mundo - não era livre e, por isso, não poderia herdar o Reino dos Céus. 

Agora o erro comum começa nesta última parte. A generalidade das pessoas pensa que isto é problema de ricos mas é, de facto, um problema comum a todos nós. Todos temos algo que nos prende e impede de seguir o Salvador quando Ele nos chama. As desculpas são incontáveis:
- Não posso ir à igreja porque é muito cedo e, no Domingo, eu gosto é de dormir;
- Não posso visitar quem precisa porque hoje estou muito cansado do trabalho;
- Não posso cumprir a lei do Dizimo porque este mês foi "complicado";
- Não posso cumprir a lei da Castidade porque desejo ter relações sexuais com a minha namorada antes de casar e o Amor basta;
- Não irei ser baptizado porque isso irá exigir que eu deixe de fumar/de beber/de usar drogas, e isso é algo muito difícil para mim;
- Não irei viver o Evangelho de Jesus Cristo porque ele exige sacrifício e há religiões que não exigem tanto..;
- Não irei numa missão de tempo integral porque tenho uma carreira de sucesso e iria perder dois anos da minha vida e esta oportunidade;
- Não irei pedir perdão porque eu é que tenho razão!;
- Não irei perdoar porque isso implicaria dar a razão!;
- Não irei ler as escrituras porque estou cansado..;
- Não irei dar uma esmola a um pobre porque eu nem para mim tenho!;
- Não... não.. não..

Estes são pequenos exemplos das coisas que dizemos a nós próprios para negar seguir a Jesus Cristo. Preferimos as coisas imediatas do mundo do que a garantia de Vida Eterna. Eu vejo os prazeres do mundo como vejo a minha relação com o chocolate. Eu gosto muito de chocolate mas, em demasia, faz com que a minha cabeça comece a doer muito. Apesar de saber que irá doer eu arrisco e como um chocolate. Eu podia comer aos poucos - um quadradinho agora, um daqui a pouco - e assim iria ter esse pequeno prazer prolongado no tempo mas eu quero esse prazer todo agora e, então, irei comer o chocolate todo! O prazer durou apenas o tempo que durou o chocolate e a minha cabeça começa a doer. Eu ignorei os avisos e desejei ter aquilo que me iria fazer mal (da forma que me faz ainda pior) quando nós sabemos que na vida tudo que é bom é dado linha sobre linha, preceito sobre preceito

As coisas do mundo podem ser, e são, agradáveis à vista e isso faz com que nós desejemos tudo e agora. O Reino dos Céus exige algo mais de nós, exige que nós deixemos de ser do mundo e passemos a apenas estar no mundo, vivendo uma Lei que é Celestial. Quando nós vivemos o Evangelho nós estamos verdadeiramente livres das amarras e enganos do mundo. Deixamos de ser enganados pelo engodo agradável à vista, que nos faz arriscar a nossa salvação em troca de simples momentos de prazer. É assim que um pescador apanha um peixe e é assim que o mundo nos amarra e nos leva em cativeiro - não é com coisas desagradáveis mas com coisas agradáveis à vista. 

Testifico que, ao viver o Evangelho, os meus olhos se abriram e eu vi o quanto eu vivi enganado e o quanto o mundo anda enganado. João 8:32 ensina que ..conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará, e não há nada mais maravilhoso do que olhar os Céus e ver as portas se abrirem e as bênçãos a serem derramadas sobre nós, tudo porque um dia, depois de muito tempo de luta como a do jovem rico, o Salvador disse - vem e segue-me, e eu simplesmente o segui.. 

Quando nós o seguimos e fazemos as coisas que o vimos fazer então, ricos ou pobres, entraremos no Reino dos Céus. 

sábado, 15 de março de 2014

Música - Eu a tocar Oasis, da Tarja Turunen



Depois de ter feito a brincadeira de filmar-me a tocar piano, decidi fazer outro video. Desta vez a música é da Tarja Turunen e chama-se Oasis .

Gosto muito desta música, acho-a linda, apesar de ser muito triste. A minha performance não ficou perfeita mas gostei muito de voltar a experimentar com as filmagens a tocar piano. 
Durante a semana irei provavelmente fazer outro - vamos ver como fica!



segunda-feira, 10 de março de 2014

A parábola do filho pródigo e de seu irmão



Esta é uma das minhas parábolas favoritas. Com ela é possível aprender sobre humildade, sobre os problemas do orgulho, sobre o arrependimento e a alegria do perdão. Também é possível aprender que muitas vezes deitamos tudo a perder, principalmente as coisas que tomávamos como garantidas, apenas porque deixamos o nosso coração se encher com orgulho, com ciúme ou com a ira.

Esta parábola encontra-se na Bíblia Sagrada em Lucas 15, dos versículos 11 a  32:

Um certo homem tinha dois filhos; E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. e ele repartiu por eles a fazenda.
E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.  
E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades. E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos. E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.
(11-19)

Vamos parar por aqui por uns momentos. 
Nesta primeira parte temos um filho, o mais jovem de dois irmãos, que decide pedir ao pai toda a herança a que te tinha direito. Este jovem queria viver o mundo, desejava conhecer mais para além do que estava à volta dele. Este jovem tinha tudo mas ainda desejava viver outras experiências, desejava a aventura. Acho que dentro de muitos de nós existe este desejo pela aventura mas o que muitas vezes nos falta é a maturidade para escalar essas montanhas. Algumas das aventuras que escolhemos viver são fruto de um sentimento de insatisfação, um sentimento que nos faz virar muito para nós próprios e comparar o que temos com o mundo, fazendo perguntas do tipo: porque é que eles vivem isso e eu não?; porque é que eles têm essas coisas e eu não?, Porque é que eles podem fazer certas coisas e eu sou ensinado que me devo afastar delas? Porque é que eles podem sentir todos os prazeres do mundo e fazer o que desejam sem pensar em mais nada nem ninguém e eu sou ensinado de que devo Amar a todos que me rodeiam e "esquecer de mim mesmo"?
O mundo está cheio de coisas maravilhosas mas também tem inúmeras armadilhas. Este jovem pediu tudo a que tinha direito a seu pai e partiu para uma aventura no mundo. Quando chegou ao mundo ele se perdeu.. ele gastou tudo o que tinha e ficou na miséria. Este jovem que pensava que iria encontrar a liberdade nas coisas do mundo, perdeu a liberdade por completo. Ele não era forte o suficiente para resistir às tentações do mundo e, por isso, se deixou envolver por elas e se perdeu do caminho. 
Apesar desse estado de mendigagem física, que no fundo é espiritual quando aplicamos esta parábola na nossa própria vida, este jovem não foi capaz de se voltar imediatamente para quem o poderia ajudar. Ele primeiro precisou passar pela amargura de dar comida a porcos, comida essa que nem ele tinha direito para saciar a sua fome. Só depois de tanto sofrer é que "voltou em si mesmo", que leio como - colocou o orgulho de lado, e decidiu pedir o perdão de seu pai e também a sua ajuda, mesmo que isso significa-se ficar na posição de um simples servo.

O que aconteceu a seguir é simplesmente maravilhoso:

E, Levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de intima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés; E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos; porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se. 
(20-24)

O filho mais jovem voltou para casa. Acredito que pela sua cabeça estivessem a passar todos os cenários possíveis: "será que o meu pai me vai aceitar? Será que ele me irá colocar fora, depois de o ter desonrado e perdido tudo? Será que irei ser como um dos seus servos? Eu, que outrora foi mestre deles.."; acredito que também estivesse a ponderar a forma mais correcta para abordar o pai. Apesar de todo este receio, o que aconteceu foi maravilhoso. Antes que este jovem pudesse sequer abrir a boca e dizer seja o que for, o pai corre na sua direcção e lhe dá um forte abraço.. este não é um abraço qualquer, é um abraço cheio de intima compaixão, ou seja, cheio de Amor. O pai sabia porque é que ele estava ali, ele o viu à distancia e viu o estado em que ele se encontrava. Ele conhecia seu filho e o amava. 
Quando nós também desejamos, com toda a força de nosso coração, nos arrepender e voltar a casa, nós somos recebidos com o mais terno abraço. Somos recebidos em festa e nos é colocado um anel no dedo, alparcas nos pés e as melhores roupas - o que quer dizer que voltamos a ser contados como parte da família. Quando nos tornamos humildes e nos arrependemos, as nossas vestes se tornam brancas como a neve e somos recebidos de braços abertos e com grande Amor. 

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Agora a história do irmão mais velho. Este, segundo a tradição, é quem tem direito a toda a herança de seu pai, ele é quem irá tomar conta do negócio do pai e, devido a isso, é quem toma conta da fazenda e de todos os assuntos relacionados com ela. Este é aquele filho que sempre foi fiel, que sempre serviu o pai, que sempre fez a sua parte e nunca o questionou:

E o filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças. E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo. Mas ele se indignou, e não queria entrar.
E saindo o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado. 
E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas; Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu, e tinha-se perdido, e achou-se.
(25-32)

O filho fiel ficou indignado e discutiu com o pai. Neste momento, o filho fiel a seu pai, deixou que sentimentos de orgulho, ciume e ira entrassem em seu coração. Ele argumentou que o pai nunca lhe tinha dado nada para ele se alegrar com os amigos (como um simples cabrito) mas que bastou seu irmão mais novo voltar (o irmão que tudo desperdiçou e que perdeu a sua vida nas coisas do mundo) para que uma festa fosse realizada em seu nome. 
Este filho não foi como seu pai; ele não foi receber o irmão de uma forma amorosa mas se escondeu e se indignou devido ao orgulho e inveja. Quando deixamos que estes sentimentos entrem em nosso coração então deixa de existir espaço para o Amor. 
Só um coração humilde recebe, de braços abertos, um pecador arrependido. Só um coração cheio de amor é capaz de olhar para além do que uma pessoa foi ou fez; uma pessoa amorosa olha para o que ela é hoje e para aquilo em que ela se irá tornar. 

Irei terminar com uma ultima passagem: 
Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilha será exaltado 
(Lucas 14:11)




Para encerrar estar entrada no blog da melhor forma -> Comecei, finalmente, a tirar a carta!! Algum dia teria de ser!

sábado, 1 de março de 2014

Quando O Amanhã Chegar


Durante este semana recebi um livro com o título "Quando o Amanhã Chegar". O Livro centra-se à volta da mensagem deste poema:

Quando o amanhã chegar...
Vou ser um pai melhor e passar mais tempo com os meus filhos,
E pôr a minha família antes do meu trabalho.
Vou comer melhor
E começar a fazer exercício como sei que devia.
Vou sair menos com os meus amigos
E passar mais tempo a conversar com a minha mulher.

Vou fazer um esforço para telefonar aos meus avós
E aprender a ser mais paciente com os outros.
Vou finalmente deixar de fumar
E beber menos álcool

Vou aprender a voar como sempre quis fazer
E ter consciência de que tudo é possível se me esforçar para que 
os meus sonhos se tornem realidade.
Vou, todos os dias, ter um gesto generoso para com um estranho
Para ajudar a criar um mundo melhor.
Vou dizer apenas a verdade,
Mesmo que isso tenha consequências para mim próprio,
Pois essa é a forma correcta de agir.

Mas não hoje.

Hoje tenho muitas contas para pagar.
Hoje tenho muito trabalho extra para terminar.
Hoje os miúdos portaram-se mal e eu preciso de um cigarro para me acalmar.
Hoje não tenho tempo.

Mas quando o amanhã chegar,
Vou fazer aquilo que sei que devia e tudo será melhor.
Amanhã vou arranjar tempo para fazer tudo,
Porque, lá no fundo, sei que tudo o que não faça agora, não vai acontecer,
Porque o amanhã nunca chegará.

Mas não hoje.


Convido-vos a ponderar sobre esta mensagem poderosa - Agora :)
Bom fim de semana!