terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A solidão


(O tema deste texto foi sugerido por uma leitora ^_^ )

Solidão.. 
Acho que este sentimento; este estado de alma, é algo cada vez mais comum no mundo em que vivemos. Podemos viver numa casa cheia de pessoas, podemos ter um emprego no qual lidamos com pessoas todos os dias, podemos até conhecer muita gente mas, no fundo, podemos estar a viver uma solidão que o mundo ignora mas que, aos poucos, já começa a admitir.

Existem pessoas que estão sós porque não encontraram alguém com quem partilhar a sua vida; outras estão sós porque perderam essa pessoa. Uns estão sós porque não têm amigos; outros estão sós porque os amigos não são verdadeiros amigos. Uns estão sós porque desejam estar sós; outros estão sós porque ninguém se lembra deles. Há aqueles que estão sós porque não têm alguém com quem partilhar os seus segredos; outros estão sós porque ninguém está disponível para os ouvir.

Existem muitas razões para se estar só mas raros são aqueles que, vivendo na solidão, estão verdadeiramente felizes. Nós não fomos criados para estar sozinhos; até a própria natureza foi desenhada aos pares, onde um irá complementar o outro. Apenas crescemos e desenvolvemos os nossos talentos quando os partilhamos com quem nos rodeia. A maior motivação para aprender algo é poder partilhar esse conhecimento com outras pessoas. Sentir apenas faz sentido quando envolve outra pessoa.. Amar só faz sentido se amarmos alguém e se formos amados; estar feliz só faz sentido se existir alguém com quem partilhar essa alegria (amigos, companheiro, família, mundo inteiro!). No entanto, existem tantas pessoas sozinhas, abandonadas no seu próprio sofrimento. Umas estarão assim porque o desejam, ou porque se colocaram nessa situação - afastando toda a gente; mas a grande maioria está só porque ninguém as deseja acompanhar.

Acredito que todos nós conhecemos, pelo menos, uma pessoa que esteja sozinha. Essa pessoa pode ser um familiar, uma amiga, ou até um conhecido. O que podemos fazer para ajudar essa pessoa? A resposta é simples mas exige algo de nós. Nós devemos fazer sentir a essa pessoa que ela importa, que alguém se lembra dela, que ela não está sozinha. Podemos fazer tanta coisa para ajudar essas pessoas:
-podemos lembrar o aniversário delas;
-podemos telefonar, uma vez por semana, para saber como ela está;
-podemos convidar para um almoço/jantar em familia;
-podemos ir visitar e verificar se está tudo bem;
-podemos conversar com essa pessoa e ouvi-la;
-quando as vemos na rua podemos cumprimentar de forma carinhosa (em vez de simplesmente acenar com a cabeça e dizer olá.. como é comum hoje em dia)
-podemos ser verdadeiros amigos..
-...

Estas sugestões exigem tempo, um desejo para ajudar, uma empatia por quem está ao nosso lado mas, sobretudo, exige amor. Apenas quem tem um coração amoroso é capaz de esquecer de si mesmo para ajudar quem precisa. Algo tão simples como telefonar ou enviar um postal a desejar feliz aniversário, pode ser feito por qualquer um, a qualquer hora. A solidão é um sentimento que nos empurra para um abismo fundo e escuro, e o que mais desejamos é ter alguém estique a sua mão e nos ajude a ver, de novo, o nascer do sol. 
Convido-vos a pensar em alguém que esteja só (amigo, familiar) e a fazer algo por essa pessoa - nem que seja um simples telefonema. Acreditem que o que alguém que vive na solidão mais deseja é saber que alguém se lembra dela e se preocupa com ela. Um simples gesto pode iluminar o dia de uma pessoa.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

A nossa Alma Gémea


O dia dos Namorados passou e, como é normal, os desejos, a alegria, os jantares, os passeios, os ramos de flores esgotados, os chocolates, as juras de amor, as músicas, os poemas e as cartas, encheram o mundo à nossa volta. 

E aqueles que estão sozinhos e desejam um dia também celebrar o seu Amor? 
A pergunta que todos fazemos, os solteiros, é - será que um dia também irei encontrar a minha cara metade, a minha alma gémea?

Vou começar com uma história:
Uma jovem arqueóloga encontrou, numa escavação que estava a fazer, uma lâmpada. Ela esfregou a lâmpada e um génio apareceu. Ele concedeu-lhe 1 desejo. Ela ponderou durante algum tempo e finalmente disse: 'Desejo paz no mundo, entre as nações e toda a humanidade'. O génio pensou sobre o assunto e respondeu: 'Isso é impossível! As disputas entre os homens são muito antigas e profundas; por favor, pede tudo menos esse desejo..'. Um pouco desiludida, a jovem arqueóloga pensou e finalmente disse:' génio, algures no mundo existe o homem com quem estou destinada a ficar; eu desejo encontrá-lo.. alguém que seja bonito, inteligente, que me apoie, que tenha um bom sentido de humor, alguém que me ajude em casa, que não esteja sempre a ver televisão ou no computador, que adore crianças, que tenha um emprego bom, que pense primeiro na minha felicidade, alguém que vá às compras comigo!, alguém que se dê bem com a minha família..eu desejo encontrar esse homem!'. O génio, considerou e pensou muito sobre o desejo da moça e respondeu: ' deixa-me ver o que eu posso fazer em relação à Paz entre os homens'.

Eu não acredito que exista apenas uma pessoa certa para nós. Acho que o mundo, ajudado por poetas, escritores, até filmes e músicas, criaram uma ideia errada de que -algures no mundo- está a pessoa certa para nós, a tal alma gémea. Ensinam que a nossa caminhada passa por encontrar essa -única- pessoa, que irá ser perfeita para nós; a única pessoa que iremos amar como não poderíamos amar nenhuma outra. 
Acredito que passamos muito tempo à procura de uma pessoa específica e, no processo, perdemos inúmeras oportunidades maravilhosas para amar. Isso acontece por algumas razões:

- perfeição: procuramos a pessoa que é perfeita para nós mas que já vem com "tudo feito", isto é, não tem falhas ou, se as tem, elas são mínimas. Procuramos por aquela pessoa que nos irá complementar em tudo, que irá fazer com que a paixão e o amor durem, e durem, e durem, sem ser preciso muito esforço. Gostava de afirmar que as pessoas que pensamos ser perfeitas são aquelas que nós não conhecemos bem. A perfeição não é algo que se encontra mas sim que se cria, a dois, numa relação. É apenas limando as arestas, polindo bem, aplicando muita pressão e calor, que um diamante em bruto se torna na pedra preciosa que todas as mulheres gostariam de ter, a brilhar, no topo de um anel colocado no seu dedo. 

- medo: medo da rejeição, medo de falhar, medo de não estar à altura. Por vezes não vivemos um amor porque estamos a viver no medo. O medo de ser rejeitado é algo que assusta muitos; preferem ficar a imaginar como seria estar com quem amam, do que tentar algo e ver o seu sonho destruído porque ela disse que não. A prisão da indecisão é aquela que impede muitos de encontrar a felicidade.. acreditem.. eu sei.

indisponibilidade: aqui está um que poucos pensavam existir. Por vezes não estamos a viver um verdadeiro amor porque estamos simplesmente muito ocupados a viver paixões e não amores. Falo por mim, se vejo uma moça que gosto a namorar com outra pessoa (seja a sério ou na "brincadeira") então eu não irei perder tempo a tentar algo com ela - ela está ocupada. Provavelmente muitos homens e mulheres já perderam a oportunidades maravilhosas porque estavam a viver aventuras ou relações pouco significativas. Outro factor análogo são as pessoas que estão indisponíveis porque simplesmente "não estão em lado nenhum" (contra mim falo). A nossa alma gémea dificilmente irá bater à nossa porta e pedir-nos para sair com ela (se isso acontecer eu altero - imediatamente - esta frase). 

O segredo para encontrar a pessoa certa é simplesmente encontrar muitas pessoas, isto é, o segredo é conhecer muitas pessoas, ter amigos, sair com amigos, ir a actividades sociais até do próprio emprego. Algures no nosso circulo de amigos e conhecidos, estará aquela pessoa que irá fazer o nosso coração acelerar (e o raciocínio falhar..). Depois de a encontrar-mos é preciso entrar em acção! Isto implica falar com essa pessoa, convidar para algo a sós - é complicado conhecer realmente alguém se estão sempre em grupo ou em actividades sociais. Acredito que é apenas quando se está a dois, seja a passear ou a jantar fora, que é possível manter conversas mais interessante e realmente se dar a conhecer, sem distracções, sem ruído de fundo.  A partir do momento em que fazemos o compromisso de amar - incondicionalmente - quem está ao nosso lado então, é nesse preciso momento, que nos tornamos almas gémeas.

Para quem já encontrou apenas posso dizer uma coisa - nutram esse amor, cuidem bem dele. Manter a chama do amor acesa é preciso trabalho e dedicação de ambas as partes. 
Para quem, como eu, ainda anda à procura gostaria de dizer para nunca desanimarem. Podem ser rejeitados 1,2,3 -- 20 vezes mas devemos sempre tentar e continuar a caminhar. Os homens devem ser mais corajosos e dar o primeiro passo. Não caiam no erro de pensar que ela nunca irá sair comigo; acredito que há muitas mulheres a pensar porque é que ninguém as convida para sair e o problema poderá estar no facto de os homens não terem coragem, ou a auto-estima, para as convidar. Ás mulheres também deixo um recado.. sejam meigas!! e não procurem a perfeição em alguém que ainda não viveu o suficiente para sequer entender o verdadeiro significado dessa palavra. A perfeição atinge-se a dois.


Para finalizar, gostaria de complementar este texto com o link para a alma gémea dele - O Amor não é para nós  , acho que ficam bem juntos.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Marca dos 15.000 e novidades



Entre os dia de ontem e hoje, o blog chegou à marca das 15.000 visitas.  Continuo a marcar estas coisas porque, quando criei o blog, eu nunca pensei que fosse sequer chegar à marca das 1000. Torna-se gratificante ver que o blog é lido por muitos. Algo que pensava que seria apenas para desabafos e pensamentos, tornou-se algo um pouco maior e com potencial para crescer ainda mais - a ideia de criar um blog-irmão em inglês continua no forno. A motivação para continuar a escrever vem principalmente de verificar que as coisas que escrevo não ficam perdidas na internet. É inspirador observar que o que por aqui escrevo toca as pessoas (pelo menos há quem diga que sim ^_^).

Eu quero considerar o blog como algo aberto, isto é, não apenas dependente das minhas ideias e temas. Fiz isto antes e gostaria de fazer de novo - convidar quem por aqui passa a sugerir temas, coisas que gostariam que fossem abordadas, ou até sugerir temas para debate (não sei se seria fácil debater algo mas seria interessante ^_^)


Bem!
Quanto às novidades.

Além da ideia de criar o blog-irmão em língua inglesa, eu senti-me inspirado a fazer algo complicado.. A ideia surgiu do nada e ainda acho que é areia demais para mim mas o tempo dirá. 

Há sensivelmente duas semanas senti-me inspirado a escrever uma história, estilo Romance. Engraçado que a ideia não surgiu da forma "e se eu escrevesse um livro?", para isso já tinha a minha tese.. conta como livro (conta?). 
Estava a andar pela cidade e a ideia apareceu do nada.. Parece que vi a personagem principal a crescer e a contar a sua história. As dificuldades que ela passou, as peguntas que ela fez, as respostas que recebeu, as coisas que aprendeu e que ensinou. Vi a personagem a nascer, a ir à escola, a ficar entusiasmado por entrar na universidade, a dar o primeiro beijo, a encontrar a sua cara metade, a namorar, a casar, a trabalhar e a crescer no emprego; vi os filhos a nascer, os netos e vi quando ela partiu desta vida e todo o seu legado. Escrevo estas coisas e é como se ainda estivesse a ver tudo de novo. 
A razão porque acho que é areia demais para mim é porque não sou escritor, não tenho formação nesse campo (aquela escolinha onde até se aprende a saber usar as virgulas nos sítios certos..). Apesar desse problema, e nem que fique guardado numa caixa aqui por casa, irei escrever a história. 


Enfim, lá para Domingo escrevo algo decente dedicado ao dia dos namorados! Principalmente dedicado a quem passou esse dia sentado no sofá a ver filmes e a comer gelado à colherada ^_^

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O que se deve adaptar, nós ou a religião?


Certa vez, um homem sonhou que estava em um grande salão, no qual estavam reunidas todas as religiões do mundo. Ele percebeu que cada religião tinha muitas coisas que pareciam desejáveis e dignas.
Encontrou um casal muito simpático que representava A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e perguntou: “O que vocês exigem de seus membros?”

“Nós não exigimos nada”, responderam eles. “Mas o Senhor pede que consagremos tudo.”

O casal prosseguiu explicando sobre os chamados da Igreja, o ensino familiar e as professoras visitantes, a missão de tempo integral, as reuniões de noite familiar semanais, o trabalho do templo, os serviços humanitários e de bem-estar e a designação de dar aulas.

“Vocês pagam às pessoas para fazerem todo esse trabalho?”, perguntou ele.

“Oh, não”, explicou o casal. “Elas doam seu tempo sem nada cobrar.”

“Além disso”, continuou o casal, “a cada seis meses, os membros de nossa Igreja passam um fim de semana comparecendo ou assistindo a uma conferência geral de dez horas”.

“Dez horas vendo pessoas fazer discursos?” questionou o homem.

“E os serviços semanais de adoração na Igreja? Qual a duração deles?”

“Três horas, todos os domingos!”

“Oh, puxa”, disse o homem. “Os membros da sua Igreja realmente fazem o que vocês disseram?”

“Tudo isso e mais. Nem sequer mencionamos a história da família, os acampamentos dos jovens, os devocionais, o estudo das escrituras, os treinamentos de liderança, as atividades dos jovens, o seminário matutino, a manutenção dos edifícios da Igreja e, é claro, a lei de saúde estabelecida pelo Senhor, o jejum mensal para ajudar os pobres e o dízimo.”

O homem disse: “Agora estou confuso. Por que alguém desejaria filiar-se a uma Igreja assim?”

O casal sorriu e disse: “Estávamos justamente esperando você perguntar isso”.
Extrato do discurso de Presidente  Uchtdorf, conferência de Outubro 2013 - Venham, Juntem-se a Nós



Coloquei esse texto como introdução a uma questão que hoje se fala muito - Será que é a religião que se deve adaptar às pessoas ou são as pessoas que se devem adaptar às doutrinas da religião?

Gandhi, uma das minhas inspirações, disse:
"Os sete pecados capitais responsáveis pelas injustiças sociais são: riqueza sem trabalho; prazeres sem escrúpulos; conhecimento sem sabedoria; comércio sem moral; política sem idealismo; religião sem sacrifício e ciência sem humanismo."

Religião, ou melhor, a Fé, implica ação, sacrifício e, sobretudo, implica mudança. O que acontece no mundo é o facto de as pessoas escolherem a crença que melhor se adapta ao seu estilo de vida. Por exemplo, uma doutrina que não condene fumar será muito bem aceite por pessoas que sejam fumadoras; uma doutrina que não condene a não consagração do dia do Senhor (Domingo) será bem aceite por todos os que gostam de usar o domingo para fazer de tudo menos lembrar de Deus.

Hoje em dia existem religiões para todos os gostos e muitas delas são baseadas no mesmo livro - Bíblia Sagrada. É interessante ver que da mesma Palavra foi possível criar crenças tão distintas e até opostas nas suas doutrinas. Quem está certo? Quem está errado? Como disse o Senhor: Assim, pelos seus frutos vocês os reconhecerão! (Mateus 7:20). 

O mundo condena toda a crença que não seja - permissiva - em relação às coisas modernas. Uma coisa que o mundo se esquece é que quem dita as regras não é o homem mas sim aquele que as criou - Deus. A doutrina não se torna supérflua apenas porque ela se torna inconveniente para os desejos do homem. Por exemplo, a Lei de Saúde do Senhor sempre existiu mas como fumar, beber álcool, usar drogas, sedentarismo, etc.. se tornaram coisas tão banais então, essa lei, é vista como algo acessório e não como essencial. A lei da Castidade também sempre existiu mas como o mundo começou a ensinar que é preciso experimentar antes de fazer compromisso (como se de carros se estivesse a falar), começou a ensinar que casamento é algo acessório e também ensina que façam o que quiserem porque o que interessa é que sejam felizes ou que "all you need is love" , então a lei da castidade passou a ser algo chamado de antiquado. 
Como há doutrinas inconvenientes então, as pessoas, começaram a procurar por crenças que as aceitassem como elas são - ou seja - que não as obrigassem a mudar os seus comportamentos. 
Toda a Lei de Deus é para o nosso bem; somos nós quem mais ganha quando cumpre os mandamentos, quando sacrifica o seu tempo para servir e ajudar. 

Vivemos numa época onde as coisas de Deus são ridicularizadas ou adaptadas à vontade do homem. 
Se observarem com atenção irão reparar que todos procuram por algo para encher um vazio que têm no coração mas não conseguem encontrar.. procuram na ciência, procuram nos prazeres, procuram nas substâncias licitas e nas drogas, procuram no dinheiro.. mas falta sempre algo.. o seu semblante está sempre triste, ou escondido por uma máscara. No entanto, quando a oportunidade de mudança chega, as pessoas se recusam a aceitá-la. Essa recusa acontece porque aceitar algo assim irá fazer com que os seus alicerces frágeis se quebrem e a obriguem a mudar - a limar as arestas.  

A mudança implica sair do conforto, implica sacrificar os prazeres do momento, implica deixar de pensar em si mesmo e pensar nos outros, implica perdoar a todos, implica servir a todos, implica cumprir mandamentos (que são para nosso bem), implica que vão ter de deixar de ser do mundo e vão passar a apenas estar no mundo. Essa mudança pode levar uma vida mas o resultado pode ser observado durante todo o processo - uma felicidade e esperança que não podem ser encontradas nas coisas do mundo. Convido a ler este texto - A Verdade Liberta-nos

O espaço que antes estava vazio está agora preenchido com algo que o mundo tenta compreender mas não consegue, algo que os poetas tentaram descrever sem nunca alcançarem a sua plenitude, pois as palavras não chegam, a musica não tem notas suficientes e o mundo não tem a vontade para mudar para abraçar a razão de todos os mandamentos, de toda a doutrina  e de todas as ordenanças - O Amor. 


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O Amor não é para nós.



Não, isto não é um texto de lamentação mas sim inspirado num outro - marriage isn't for you - que acredito que se tornou bem conhecido nas redes sociais.

Como já disse algumas vezes, eu passo muito tempo a observar as pessoas e a forma como elas reagem e falam das suas relações. Há muito tempo que estava para escrever um texto com este tema mas hoje li algo que me fez realmente colocar mãos à obra e escrever sobre o assunto. 
O que li é algo que muitas pessoas dizem quando se encontram numa relação ou até casamento:
Será que encontrei a pessoa certa?
Será que casei com a pessoa certa?
Será que ela me ama como eu a amo?
...

O texto viral que li fala que o casamento não é para nós mas eu decidir ir mais longe e afirmar que é o Amor que não é para nós. 
Quando nós amámos alguém, nós não vamos esperar que essa pessoa seja a certa; este é o erro passado, de geração em geração, por poetas, escritores, filmes e devido a conhecimento errado. Não existe uma pessoa certa para nós, como se de uma alma pré-destinada a nós se tratasse. O que existe é um conceito totalmente diferente que é ignorado por alguns e desconhecido para muitos:

Nós é que nos devemos tornar a pessoa certa para quem amámos

Esta frase, que digo algumas vezes, ilustra o conceito de que o amor não é para nós. Nós não devemos amar para que sejamos amados. O amor deve ser inocente e sem esperar algo em troca - por isso até as escrituras ensinam que devemos amar nossos inimigos (quão fácil é amar quem nos ama?). No amor dito romântico é a mesma coisa; quando nós amámos quem está ao nosso lado nós não iremos cobrar retorno, não iremos comparar com outros casais; O que deveremos fazer é simplesmente deixar de pensar no que nós queremos e começar a pensar no que quem está ao nosso lado precisa (atenção que não escrevi quer mas sim precisa), ou seja, nós iremos amar incondicionalmente, nós iremos lutar pela felicidade de quem está ao nosso lado, nós iremos perdoar, nós iremos nos sacrificar, nós iremos deixar de pensar em nós e começar a pensar na outra pessoa. 

E agora, perguntam - "se eu deixo de pensar em mim quem é que cuida de mim?" 
Aqui entra o lado maravilhoso do amor - Quem nos ama irá fazer o mesmo por nós. É este o segredo de uma relação feliz - nós deixamos de olhar para nós próprios e começamos a pensar no bem estar de quem está ao nosso lado. Quando as duas partes fazem isto então as duas partes estão a cuidar uma da outra de forma incondicional. Isto é Amar. 

O problema do mundo de hoje é que ele ensina algo que vem do mundo animal - sobreviver. Por outras palavras, o mundo ensina que o que interessa é que sejamos felizes, independentemente das consequências que isso possa ter. É devido a este pensamento egoísta que leva a que casamentos/relações sejam destruídas devido a, por exemplo, adultério; uma pessoa está tão focada na sua própria felicidade que já não luta pelo seu casamento e se deixa distrair pelo que é de fora, criando até uma ilusão em uma terceira pessoa que também quer ser feliz. Quando as relações vão mal, o primeiro reflexo é a sobrevivência, devido a esse reflexo carnal, as discussões acabam por ser autênticos campos de batalha, onde as partes deixam de pensar no bem estar de quem está do outro lado, ignorando até os reais sintomas dos problemas, e começam a atacar a sua cara metade com cobranças relacionadas com a sua felicidade e raramente com a felicidade dos dois - por vezes indo buscar assuntos que há muito se pensava estarem perdoados e esquecidos. 

As relações são complicadas porque implicam que nós devemos dar mais de nós do que aquilo que nos é confortável. 
São complicadas porque implicam que devemos deixar de pensar em nós próprios e começamos a pensar no bem estar de quem amámos.
São complicadas porque o individualismo, ensinado pelo mundo, deixa de fazer sentido quando há amor e o mundo não sabe o que é amar. 
São complicadas porque amar implica profunda devoção e afeição. 

O amor perfeito existe; o que não existe é pessoas perfeitas. Para que um amor se torne perfeito é necessário que duas pessoas imperfeitas se amem de uma forma que nem os poetas conseguem descrever e que nem a música consegue acompanhar. Esse estado de amor só é atingido quando nós nos tornamos as pessoas certas para quem amámos..