terça-feira, 24 de junho de 2014

Genealogia - História da Família


"(..)Pois, nós, sem eles, não podemos ser aperfeiçoados; nem podem eles, sem nós, ser aperfeiçoados" (D&C 128:18)

Antes de começar a falar sobre genealogia vou deixa uma outra citação, desta vez do Elder Boyd K. Parker:

“Nenhum trabalho dá mais proteção para a Igreja do que as ordenanças do Templo e a pesquisa genealógica que as sustem. Nenhum trabalho é tão purificador. Nenhum trabalho nos confere mais poder. Nenhum trabalho exige um padrão de retidão mais elevado.”

Acho que esta citação é maravilhosa - realmente não há trabalho mais purificador, que nos confere mais poder e que nos exige uma maior dignidade do que o trabalho de genealogia e as ordenanças do Templo. 

Comecei a fazer a minha genealogia à uns bons tempos atrás mas apenas recentemente me dediquei mais a ela. No Templo ainda não tive a oportunidade de realizar nenhuma ordenança em favor de um antepassado meu mas já realizei algumas pelos antepassados de outras pessoas e é maravilhoso o que sentimos, o que aprendemos e a alegria e paz que enche o nosso coração durante e no final das ordenanças. 
A minha árvore ainda está muito incompleta e desequilibrada; por exemplo, o lado do meu pai está vazio mas do lado da minha avó materna eu já tenho informação até à 7-8ª geração ( ano de ~1750 sensivelmente, mas este trabalho não foi todo realizado por mim). Ao olhar para a minha árvore, e para o trabalho que ainda tenho de fazer, sou capaz de aprender muito mais sobre as minhas origens, sobre a história dos meus antepassados, sobre o que eles faziam (alguns registos dizem a profissão que tinham). Nós devemos muito aos nossos antepassados e sem eles nós não podemos ser aperfeiçoados e nem eles o podem sem nós. Nós somos o seu legado e é através de nós, seus descendentes, que eles podem ser salvos através do nosso trabalho no Templo em seu favor. 

O trabalho da história da família também nos dá a oportunidade para partilhar o que acreditamos com os nossos familiares; dá-nos a oportunidade para  ouvir as suas histórias e conhecer um pouco mais sobre as nossas origens. Hoje em dia perdemos muito pouco tempo a conversar uns com os outros, principalmente com os nossos avós e bisavós. O trabalho da genealogia é uma excelente oportunidade para ir ter com os nossos, sentar e falar horas a fio sobre a nossa família e a nossa história. Eles anseiam pela nossa companhia, a companhia dos seus filhos, netos e bisnetos; podemos aprender tanto com eles e eles ganham tanta paz e amor com a nossa companhia e atenção. 

“Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR; E ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição.” (Malaquias 4:5-6)

O profeta Malaquias (do velho Testamento) profetizou algo maravilhoso diretamente relacionado com o trabalho da genealogia - o coração dos filhos será ligado aos pais e o coração dos pais será ligado a seus filhos. O nosso coração é realmente ligado aos nossos antepassados quando realizamos este trabalho missionário que é a genealogia. O nosso coração fica Selado a eles para toda a Eternidade. 


“Tenho certeza de que se nosso povo frequentasse o templo com mais assiduidade, haveria bem menos egoísmo em sua vida. Haveria menos ausência de amor em seu relacionamento. Haveria mais fidelidade entre marido e esposa. Haveria mais amor, paz e felicidade no lar de nosso povo. Cresceria na mente dos santos dos últimos dias a consciência de seu relacionamento com Deus, nosso Pai Eterno, e da necessidade de trabalharmos mais arduamente para vivermos como filhos e filhas de Deus.” 
(Pres. Gordon B. Hinckley - 1984)

sábado, 21 de junho de 2014

Conhecer as pessoas



Na passada quinta-feira passei por uma experiência interessante. É algo que todos já fizemos, e eu pessoalmente não gosto muito mas, desta vez, a minha perspectiva mudou bastante, principalmente pela forma como foi realizado.
Eu estou a participar numa formação de formadores e um dos módulos é comunicação e dinamização de grupos (o de quinta-feira). Uma das primeiras coisas que a formadora do módulo pediu para fazer foi nós nos apresentarmos. Confesso que mal ouvi isso o que me passou pela cabeça foi um "outra vez?" ; realmente não gosto de me apresentar, nunca sei o que dizer. No entanto, a apresentação iria ser realizada de uma forma diferente: nós teríamos de nos agrupar aos pares e conhecer o nosso par; depois o iriamos apresentar ao grupo. Mais uma vez a ideia que me passou pela cabeça não foi a mais entusiasmante: "agora vou falar o quê e perguntar sobre o quê?"; sou tímido demais para estas coisas. 

Depois deste "choque" inicial começamos a atividade. No inicio foi estranho mas uma boa forma de quebrar o gelo é começar pelas perguntas padrão: nome, idade, trabalho, estudos, etc..  depois disto passamos para os interesses e, uns 1-2 min depois, já estávamos a conversar sobre nós com alguma naturalidade. 
No final dos 10min de conversa começamos as apresentações: nós tínhamos de apresentar o nosso par. Foi interessante ouvir que as pessoas, além de saber a informação básica, conseguiram conversar o suficiente para saber características do seu par que, sem alguma atenção e interesse, não seriam observadas. Falo de características mais significativas do que o simples é simpático. 

Foi interessante ouvir o que a minha parceira observou sobre mim e, também, o que pude saber sobre ela. Aprendi, com esta atividade, que podemos entender melhor as pessoas se nós perdermos tempo a falar com elas e a ouvi-las com interesse para as conhecer melhor. Por exemplo, no caso das pessoas do meu grupo, principalmente sobre a minha parceira (que fiquei a conhecer melhor dado ter sido com quem falei diretamente), fiquei a saber o que gostam, os seus traços de personalidade, como vêem a vida, a sua postura, etc.. claro que tudo isto não é aprofundado pois, para isso, seriam necessários mais "10 min" de conversas e convívio. 
Quando nós usamos "10 min" do nosso precioso tempo para conhecer as pessoas à nossa volta então vamos vê-las de uma perspectiva bem diferente, com menos julgamentos e mais empatia; vamos saber como as apoiar, como lidar com elas, como falar com elas e sobretudo sobre o que falar com elas. Vamos conhecê-las minimamente para saber até o tipo de presente para oferecer no seu aniversário, ou até vamos compreender minimamente as suas dificuldades/fraquezas e, dessa forma, a nossa tolerância a elas (fraquezas) será bem maior - vamos perdoar mais facilmente. 

Sempre me considerei um observador e sempre usei essa característica para conhecer as pessoas mesmo sem falar com elas (algumas das coisas que falei sobre o meu par eram coisas que observei durante a formação) mas aprendi que, quando falamos/interagimos com as pessoas, vamos aprender um pouco mais sobre elas, elas vão sentir que alguém está realmente interessado nelas - logo irão sentir-se melhor; e, ao contrário da observação, nós nos vamos dar a conhecer aos outros. Quando isto acontece, a confiança entre pares aumenta.
A vida não foi feita para ser caminhada em solidão; nós precisamos dos outros e eles precisam de nós. A forma mais eficiente para alcançar a felicidade é conhecer e dar a conhecer. Esta caminhada não foi feita para tímidos.. algo que tenho de mudar! :)


quinta-feira, 12 de junho de 2014

O que aprendi em três anos e meio.


Depois de ler um artigo sobre o que um Bispo, d'A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, tinha aprendido durante o seu chamado, eu comecei também a ponderar sobre o que aprendi durante estes três anos em que sou membro e sirvo a Deus e a quem me rodeia. 
Durante estes três anos e meio eu servi como Secretário; Líder da Obra Missionária e Segundo conselheiro da presidência do Ramo; estes dois últimos chamados ainda mantenho. Também ensino na Igreja e toco piano nas reuniões ou quando é preciso alguém ir fazer barulho e não há pianista. Todos estes chamados e designações fizeram com que eu aprendesse algo sobre quem me rodeia e, acima de tudo, sobre mim. 

Aprendi que:

- Aprendi que a pergunta "porquê eu?" não é feita raramente; eu faço esta pergunta quase sempre. Não é uma questão de auto-estima mas sim de afirmação e humildade. Não pergunto para deixar de o ser mas para entender melhor o meu propósito e, já agora, porquê escolher um "miúdo" para liderar ou ajudar na liderança.

- Aprendemos muito quando ouvimos os outros. Sentar horas a fio a ouvir alguém a desabafar e a se abrir connosco - aprendemos tanto com essas pessoas, com os seus problemas. Tentamos dar os melhores conselhos, inspirados por Ele, mas, no fundo, somos apenas instrumentos de conforto e um ombro amigo para quem mais precisa. Não sei o que aprenderam comigo mas eu certamente aprendi muito com eles.

- Aprendi que não tenho jeito para papelada e que o chamado como secretário me ensinou a ser melhor nesse campo.

- Aprendi que existe um humor divino que não nos deita abaixo mas nos faz pensar - como chamar um anti-social como líder da obra missionária.

- Aprendi que afinal eu não sou anti-social..

- Aprendi que tenho o dom da palavra e conhecimento mas não tenho o dom de controlar o tempo que passo a falar! 

- Aprendi que se não estiver preparado então as coisas vão correr mal - como ser chamado para tocar piano num serão com os Lideres da Estaca e com um Setenta e eu ter passado a semana anterior sem tocar piano.

- Aprendi que a sede por conhecimento é uma bênção mas também pode ser uma maldição, quando tentamos saber mais do que aquilo que as nossas bases aguentam.

- Aprendi que há mais gente a querer ver-me casado do que a querer casar comigo xD  (isto tinha de ser falado! )

- Aprendi que somos criaturas de hábitos e é essa luta contra o conformismo que nos faz crescer e ser melhores para connosco e para quem nos rodeia.

- Aprendi que ninguém consegue deixar um vício sozinho.

- Aprendi que ninguém foi feito para estar sozinho e que esta mortalidade e caminhada de aperfeiçoamento foi planeada para ser feita, pelo menos, a dois;

- Aprendi, depois de falar com tantas pessoas diferentes, que é mais fácil negar a Deus do que negar os desejos da carne;

- Aprendi que nos sentimos sempre uns falhados quando cometemos erros, que permitimos que o desânimo encha o nosso coração, mesmo quando as nossas crenças exortam a aprender com os erros e a crescer com eles. 

- Aprendi que o perdão é o maior presente que podemos oferecer aos outros; também é o melhor presente que podemos oferecer a nós próprios.

- Aprendi que a Igreja não é uma casa para pessoas perfeitas mas sim uma casa onde pessoas imperfeitas vão porque desejam tornar-se melhores e ajudar os outros a também atingirem o seu potencial divino.

- Aprendi que o Amor e o perdão de Deus é algo tão maravilhoso e que está ao alcance de todos. Ninguém é velho o suficiente ou pecador demais para que não possa ser perdoado e voltar ao caminho de volta a Casa

- Aprendi que consigo fazer um nó de gravata às 7:00 da manhã, cheio de sono. 

- Aprendi que até gosto de andar de fato..

- Aprendi que os milagres existem.

- Aprendi que os verdadeiros milagres não são publicitados mas acontecem dentro de quatro paredes, abençoando famílias, doentes, desamparados.

- Aprendi que 90% das bênçãos que são derramadas nas outras pessoas são realizadas através de nós. 

- Aprendi o verdadeiro significado das palavras: ser um instrumento nas mãos de Deus.

- Aprendi que uma oração sincera é capaz de mover montanhas e trazer paz aos nossos coração.

- Aprendi que O Pai nos dá espaço suficiente para nós tomarmos as nossas próprias decisões mas irá sempre intervir quando outros, quando a doença ou até a natureza, nos ameaçam e tentam prejudicar. Os fardos tornam-se mais leves e o caminho a seguir se torna mais claro.

- Aprendi que aprendemos muito ao ler as escrituras e que elas são bem mais do que histórias de povos antigos. 

- Aprendi que quando ouvimos o sussurro do Espírito, nós tomamos sempre o caminho certo e abençoamos mais pessoas.

- Aprendi que a voz do Espírito é tão suave que muitas vezes nos passa despercebida.

- Aprendi que nós fazemos a diferença nas pessoas mesmo sem perceber.

- Aprendi que há mais tristeza neste mundo do que aquilo que imaginava. Aprendi também que há mais alegria do que aquela que pensava.

- Aprendi que ser feliz é uma escolha.


Aprendi muitas coisas
Aprendi que ainda tenho muito por aprender e para crescer. 

segunda-feira, 9 de junho de 2014

A 1º Lei de Newton - O Principio da Inércia


"Todo corpo continua em seu estado de repouso, ou de movimento uniforme em uma linha recta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele."

Esta é a primeira Lei de Newton, mais conhecida pelo Principio da Inércia. 
A mecânica clássica estar repleta de fórmulas matemáticas que tentam explicar o mundo à nossa volta mas, essa amalgama de equações, constantes, leis e corolários, nos desviam a atenção, e até assustam os mais sensíveis, para a essência da lei em si. Não vou falar de física, nem vou expor as equações matemáticas relacionadas com esta lei; o que irei fazer é convidar-vos a lerem, de novo, a lei que escrevi em cima e a meditarem bem sobre ela.

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No fundo, o que esta lei diz é que as coisas vão continuar na mesma a não ser que algo seja feito em relação a isso. No mundo da física, como na nossa vida, nada muda de estado a não ser que algo force essa mudança. Nós temos o mau hábito de esperar, de deixar o tempo passar e, na nossa inocência ou apatia, nós esperamos que o rumo da nossa vida mude sem que nós façamos algo para alterar isso. Muitos se queixam que a vida que levam não leva a lado nenhum, que a cada passo que dão parece que tropeçam sempre.; normalmente isto acontece porque, apesar de esse caminho ser tortuoso e mau, essas pessoas não fazem nada para mudar de rumo - "se um corpo está a mover-se numa direcção, ele continuará nessa direcção a não ser que seja forçado a mudar aquele estado". Podemos nos queixar que a vida vai mal, que nada acontece na nossa vida, que parece que tudo está parado mas, nada irá acontecer a não ser que nós façamos mais do que simplesmente nos queixarmos - "se um corpo está em repouso, então ele continuará nesse estado até ser aplicada uma força nele" . No mundo da mecânica, as forças são sempre aplicadas sobre o corpo mas nós temos algo mais do que qualquer objecto inanimado - capacidade de escolher e de agir. 

Esta nossa capacidade inata de agir e de escolher é algo muito precioso mas que cada vez mais é deixado a perder devido às más decisões que tomamos no nosso dia a dia. O maior exemplo da perda de arbítrio, e consequentemente a limitação no agir e escolher, é quando nos deixamos envolver por vícios, quando nos deixamos consumir por ódio, pelo medo, pela euforia; ou quando fazemos uma má escolha e a nossa vida se torna limitada porque temos de pagar o preço por essa má escolha - a consequência. 
Quando nos deixamos envolver em vícios, como tabaco, álcool, drogas (pesadas ou leves), ou até medicamentos que causam dependência, perdemos a capacidade de escolher livremente e de agir segundo os nossos desejos. Quem é dependente de vícios, sejam eles quais forem, pensam que são livres até ao dia em que têm de escolher entre o vicio ou fazerem o que querem (como ficar numa mesa de jantar com amigos em vez de interromper a conversa e sair para fumar). 
Quando  o medo, o ódio ou até a euforia, consomem a nossa mente e coração, nós também deixamos de agir e de escolher livremente. A nossa mente irá fazer escolhas com base nesse estado de espírito e, muitas vezes, essas escolhas são as erradas. Por ódio, ou por euforia, nós escolhemos por impulso e é nestas alturas que fazemos escolhas que nos farão arrepender depois. Por medo nós normalmente escolhemos não agir. 
Outras vezes as nossas escolhas são tão más que as suas consequências são bem mais limitantes: imaginem alguém que rouba e depois é preso; ou alguém que decidiu exceder o limite de velocidade, provocou um acidente e agora está deitado numa cama. 

O Principio da Inércia é, além da 1ª lei de Newton, é também umas das primeiras leis da nossa vida - Se não fazemos nada então nada vai acontecer e tudo ficará como estava. Se querem mudar algo então ponderem bem, façam um plano e ajam segundo os vossos desejos.  

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Sentar na frente ou atrás?



Que tipo de pessoa somos? 
Somos do tipo que se senta na frente ou dos que enche os lugares de trás? 

Já passei por muitas situações em que tinha de escolher onde me sentar, se seria junto do orador ou se iria ficar na parte de trás da sala. Também já tive a oportunidade de estar na posição de orador (ou a ver uma plateia) e há algo que é imediato quando olhamos na direcção de quem está sentado a ouvir - a sua posição na sala em relação a nós (frente da sala). Quando olhamos a plateia é curioso observar um fenómeno de desequilibro que faria qualquer barco virar ou qualquer avião ser impedido de levantar voo - as pessoas tendem a ocupar mais os lugares de trás do que os da frente. 
Já presenciei situações em que os lugares de trás eram preenchidos com uma rapidez superior aos lugares da frente e, ainda mais curioso, as pessoas encontravam-se mais desconfortáveis atrás, pois estavam sentadas em bancos bem mais cheios, do que se estivessem sentadas nos lugares da frente.  Porque é que há esta tendência de nos sentarmos atrás? 
Pessoalmente eu tenho a tendência a sentar-me atrás quando é algo novo para mim - como uma aula que estou a assistir ou uma reunião que vou assistir pelas primeiras vezes; tirando estes casos eu sempre fui dos que se senta nas filas da frente. No entanto, acho curioso os fenómenos que acontecem dependendo do lugar onde nos encontrámos sentados. Quando estamos sentados na parte de trás existe uma maior facilidade de nos distrairmos, de ficar na conversa, de ir ver o telemóvel mais vezes,  ou até dormir; em contra-partida, quando estamos nos lugares da frente parece que há uma necessidade maior de estar atentos, de ouvir as coisas com mais atenção e, para desespero de alguns, de ser chamados para alguma intervenção, como responder a uma pergunta de um professor por exemplo. 

Agora, quando olho para estas plateias eu, além dos lugares relativos das pessoas, vejo uma comparação com a sua posição, ou atitude, nesta caminhada que é a nossa Vida. Será que desejamos ficar sentados na fila de trás da nossa vida, apáticos ao que acontece a nossa volta, a deixar as coisas passar por nós e a ver os outros - lá na frente - a fazer aquilo que nós também podíamos estar a fazer? Será que nos vamos deixar adormecer aqui no fundo da sala da nossa vida ou nos vamos levantar e correr para a fila da frente?

Nos lugares da frente da vida estão aquelas pessoas que não têm medo de ser chamadas, não têm medo de servir; são aqueles pessoas que, quando as chamam pelo nome elas respondem - "Eis-me aqui!" sem hesitar! São as pessoas que desejam aprender e sacrificam o conforto do anonimato das filas de trás para dar a cara por uma causa - que é a nossa vida. 
À medida que a vida avança nós vamos ter momentos em que vamos preferir sentar na fila de trás. Pensamos que estamos a descansar da nossa luta diária mas, quando sentamos atrás, estamos sujeitos a todo o tipo de distracções e tentações, deixamos de ouvir quem nos chama lá da frente pois o burburinho, cá atrás, é bem maior e ensurdecedor. Quando somos compelidos a sentar atrás da sala nós nos devemos esforçar para sentar bem lá na frente, na primeira fila. Quanto mais tempo passamos a relaxar na fila de trás da vida mais complicado será sair desse conforto e voltar a tomar as rédeas do nosso destino. Um dia, ou melhor. todos os dias vamos ser chamados para fazer algo - se estamos na fila de trás nós iremos ter dificuldades em ouvir mas, se estivermos nos lugares da frente, nós nos iremos levantar e dizer "Eis-me aqui!" sem qualquer segundo de hesitação. Apesar de a vida na linha da frente soar solitária e dura, devemos ter sempre uma certeza em nossos corações - nós nunca vamos estar sozinhos - podemos ser menos numerosos do que os que estão sentados bem lá atrás mas somos, sem sombra de duvida, bem mais fortes e corajosos; Uma vida feliz requer isso mesmo - coragem.