terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Fim de ano



Hoje, sem grandes filosofias e grandes textos. 
Desejo que esta passagem de ano seja muito boa e proveitosa. Que usem estas horas que faltam de 2013 e ponderem sobre o que poderão mudar. Os anos e o tempo, seguem sempre em frente e nós devemos fazer o mesmo - seguir em frente e evoluir. Devemos pegar no que temos de bom e tornar melhor e, também, devemos admitir as nossas fraquezas e torna-las em pontos fortes. 
Façam as vossas metas para 2014 e que sejam metas que possam cumprir, não aquele tipo de metas que apenas dura na primeira semana do ano. 

Vamos usar estas ultimas horas do ano para parar e pensar sobre o que podemos mudar. A nossa atitude neste momento pode traçar o destino de todo um ano que começa daqui a umas horas. Vamos aproveita-las da melhor forma e começar o ano também da melhor forma. 

Bom final de ano!! :)

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

É o Tempo que voa ou seremos nós?



Antes de começar a dissertar, espero que o Natal tenha sido bom para todos; muitas prendas e cheio de alegria em família e/ou amigos :)

Mais um ano está para acabar e, como é da praxe, começam os desejos de ano novo; as mensagens nas redes sociais a desejar um bom ano e a incentivar ás resoluções de ano novo. É estranho pensar que há um ano eu estava a celebrar o grau de mestre.. O ano passou a voar.. ou será que fui eu que voei pelo ano?

É um conceito engraçado que estava a pensar hoje: é o tempo que passa a voar ou somos nós que voamos pelo tempo?
Normalmente associamos o voar com felicidade e com coisas boas. O tempo passa sempre mais rápido quando estamos mais alegres e felizes. O nosso desejo seria para que essa nossa perspectiva fosse ao contrário, isto é, que o tempo voasse nos momentos mais complicados e de aflição mas que fosse mais lento nos momentos de maior alegria e felicidade. Eu também  já pensei muito assim mas como é impossível mudar isso, pois vamos sempre voar através dos momentos de felicidade, eu mudei de estratégia - decidi escrever e relatar esses momentos. 
Como já falei em outros textos, eu mantenho um "diário" (entre aspas porque não é diário, é mais uma espécie de  "caderno para quando apetece escrever mas que por vezes me esqueço"). Nesse caderno eu escrevo o que corre bem e o que corre mal e o faço porque, quando a caneta toca o papel, o tempo pára. A minha memória ficou gravada nessas folhas e, sempre que volto a ler esses textos, eu lembro-me desses momentos como se tivessem acontecido ontem
É bom ver o tempo parar quando começo a escrever.. 
Para dizer a verdade, eu é que parei no tempo. Tudo à minha volta continua a correr, a voar, mas eu parei para escrever. Ainda ontem, dia de Natal, eu saí de perto da família - toda unida a ver filmes ou a contar peripécias do passado - e fui escrever; escrevi no meu diário mas também em um outro caderno que mantenho, onde escrevo as coisas que aprendo sobre Deus e a Sua doutrina. Enquanto escrevia aquelas coisas o tempo parou e era como se fosse apenas eu e aqueles cadernos. É engraçado que quando comecei o sol ainda iluminava as ruas mas quando pousei a caneta e fechei o caderno, já era hora de ir jantar. Eu voei pelo tempo mas senti como se estivesse parado.

Assim também foi este ano para mim. Se tivesse de o definir como bom ou mau eu diria que foi um ano bom. Apesar de ainda não viver o que desejo, eu aprendi bastante e cresci ainda mais. Das metas que tracei ao longo do ano apenas uma não consegui realizar devido ao trabalho (a meta era ir ao Templo a Madrid). Aprendi, durante este ano, algo muito importante e que se aplica a todos nós - quando fazemos a vontade do Pai, Ele nos abençoa tanto espiritualmente como materialmente - e eu tentei, com todo o meu coração, força e alma, ser fiel a Ele e eu testifico que vi e aprendi coisas maravilhosas e que fui muito abençoado. E, porque vivi estas coisas, eu vos convido a viverem-nas também. A fórmula é muito simples - fazemos a vontade d'Ele mesmo que isso implique sacrifício pessoal (porque vai implicar.. seja o nosso tempo, os nossos comodismos, etc..) e prometo que também viverão estas coisas. Dificuldades irão sempre surgir mas nós, se formos fieis e confiarmos n'Ele, e também em nós, elas serão sempre ultrapassadas. 

Vamos viver o ano de 2014 a voar.. 







segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

A mensagem de Natal.



Natal.. 
A época do ano capaz de unir as famílias à volta de uma mesa para celebrar algo que, infelizmente, à muito foi esquecido; ou melhor, que o espírito benigno e cristão há muito se foi perdendo. 
O Natal é a festa da celebração do nascimento de nosso Salvador e Redentor, Jesus Cristo. Acredito que todas as pessoas do mundo, mesmo aquelas que nunca entraram em uma igreja (seja de que religião cristã for), conhecem a história do "menino que nasceu de uma virgem e que tinha uma manjedoura como berço". Esta maravilhosa festa cristã é celebrada por pessoas de todo o mundo mas será que elas sabem o porquê dessa celebração? Sabem o seu real e poderoso significado? Será que a história do menino nascido de uma virgem não passa de um conto, ou de uma lenda, para o mundo actual?  

É maravilhoso ver a alegria nos olhos das crianças quando as vejo a abrir os presentes ou as ver saltar à volta dos pais a pedir um brinquedo que viram no corredor da loja. É também bom ver a alegria de algumas famílias que apenas têm a oportunidade de estar unidas nesta época natalícia. Apesar da alegria que sinto quando vejo estas coisas, há algo que me deixa sempre menos feliz, quando observo o mundo durante esta época..
As pessoas já não pensam nesta época como uma maravilhosa oportunidade de partilhar amor mas a vêem, cada vez mais, como a -época chata para comprar presentes- ou -terem de aturar a família com as suas histórias e perguntas chatas-  ou as mulheres (as mais sacrificadas nesta época) a pensar no stress de preparar todo um jantar e sobremesas para que a noite de Natal seja perfeita. 
Mas, será que neste movimento e stress natalício, as pessoas são capazes de parar e ponderar sobre o verdadeiro espírito de natal?

Celebramos o nascimento de Jesus Cristo e, dado ser a celebração do aniversário d'Ele, o mais lógico seria ter como prioridade pensar sobre que prenda lhe oferecer. O que acham que Jesus Cristo gostaria de receber no Natal?
A resposta é tão simples e anula por completo o comercialismo e materialismo em que se tornou o Seu aniversário.. Ele pede Amor; pede que o Amemos e que nos amemos uns aos outros. Pede que nós tenhamos caridade em nossos corações. Ele pede que cada um de nós pense mais nos outros do que em si mesmo. Ele deseja que o nosso coração se encha de amor e paz; e que esse amor e paz seja partilhado com todos os que nos rodeiam. Imaginem como seria o Natal se colocássemos o materialismo de lado e a nossa mente e corações estivessem focados no amor e partilha. Imaginem a prenda maravilhosa se as pessoas partilhassem perdão e as suas guerras e ofensas terminassem com esse maravilhoso acto de humildade e nobreza chamado de perdão. Imaginem o Natal das crianças que podem ver amor e alegria nos olhos dos pais onde antes apenas existia discórdia. Imaginem como seria o Natal se nós partilhássemos da nossa fartura com aqueles que menos têm. 

A minha mensagem é esta.. que aproveitemos este Natal para pensar mais nos outros; não na forma como vão reagir aos presentes que vamos oferecer mas pensar neles com amor. O Espírito de Natal é o Amor que deve existir entre cada um de nós. Convido cada um de vós, que lê estas palavras, a parar o que está a fazer e ponderar se o seu coração está suficientemente cheio de Amor, para o partilhar com a família e amigos. Convido todos vós a aproveitar esta época maravilhosa para amar mais quem vos rodeia do que a amar o materialismo do mundo. 

Feliz Natal!!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Para cada acção há uma reacção



A imagem usada é a de um pêndulo de Newton. Acho que todos, pelo menos uma vez, já brincaram com algo assim. Puxa-se a bola do lado e ela, ao bater nas outras, irá fazer com que a bola do extremo oposto se eleve no ar. Ao puxar duas bolas vamos fazer com que duas bolas do extremo oposto se elevem; e por aí fora. Este pêndulo serve para demonstrar um conceito chamado de par acção-reacção; para cada acção que seja realizada existirá sempre, pelo menos, uma reacção. Isto é verdade tanto na física como na vida real. 
Todas as nossas acções vão criar reacções. Acredito que isto não seja novo para ninguém, mesmo que não queiram admitir que as suas acções tenham consequências. Mas, hoje, não vou falar do conceito normal; hoje vou falar de um outro conceito, paralelo a este - a ausência de acção também gera reacções.  
No fundo, acho que podemos considerar uma não acção como uma acção 'especial'. Quando escolhemos não fazer nada, em alguma situação, isso irá gerar, também, reacções/consequências. Por vezes nós ficamos inactivos, sem acção, porque temos medo que as nossas acções venham a ter consequências menos boas mas o não agir também pode criar o mesmo efeito. No fundo, nós só sabemos o resultado possível das nossas acções apenas depois de agir. Antes desse momento apenas existe uma de duas coisas - Esperança (ou Fé), ou Medo. 

Muito novo na minha vida eu aprendi, da pior maneira, o resultado de uma não acção e, devido a isso, eu decidi tornar-me numa pessoa de acção. Decidi tornar-me uma pessoa que prefere agir do que reagir. Este modo de viver, se é que posso dizer assim, permite-me ter algum controlo sobre as consequências dos meus actos. No entanto, como ser imperfeito que sou, nem sempre corre como planeado e uma má escolha passará pelo processo de aprender para não voltar a cometer o mesmo erro. Estamos cá para aprender e crescer e é bom quando aprendemos com os nossos erros mas é ainda melhor aprender com os nossos sucessos.

Quando a minha vida começa a ficar mais lenta, eu começo a ter mais tempo para mim e para olhar para dentro. Como já descrevi no passado, são estes momentos que fazem com que mudanças aconteçam e elas já estão a acontecer. É bom sentir a mudança a acontecer e ver que há coisas na nossa vida que precisam mudar mas que, para ter esse resultado, foi preciso primeiro agir. Ainda tenho mais uma ou duas decisões a tomar, mudanças a fazer, para sentir que o plano foi concretizado com sucesso. Serão mudanças do coração e da mente que me irão elevar um pouco mais e tornar-me um pouco melhor mas, para isso acontecer, terei de agir e esse processo será custoso mas acredito que o resultado será o mais favorável. 

Acredito que a vida é uma bênção e que ela nos foi dada com o propósito de nós vermos o nosso potencial e o usar ao máximo. Eu vi um pouco mais e desejo caminhar nesse sentido. Tenho uma montanha para escalar e o frio, a vertigem, a dor, irão fazer com que eu volte ao ponto confortável mas fui ensinado a preservar até ao fim pois sei que Ele me irá apoiar nesta escalada e apontará o caminho mas eu é que tenho de agir e colocar os pés para me elevar. Há mais de 14 anos Ele me ajudou a escalar a primeira fase da montanha e eu não sabia (talvez da idade..) mas, hoje reconheço-O e sei que me irá ajudar, a cada passo. 

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Parábola do Tesouro e das Chaves



Certa vez um homem recebeu, como herança, duas chaves. Foi-lhe dito que a primeira abria uma caixa-forte que ele deveria proteger a todo custo. A segunda era para um cofre que estava dentro da caixa-forte e que continha um tesouro inestimável. Ele deveria abrir esse cofre e usar livremente as coisas preciosas ali guardadas. Foi advertido de que muitos procurariam roubar-lhe a herança. Foi-lhe prometido que, se usasse o tesouro dignamente, este seria reabastecido e nunca diminuiria, por toda a eternidade. O homem seria testado. Se usasse o tesouro para benefício de outros, suas próprias bênçãos e alegria aumentariam.

O homem dirigiu-se sozinho à caixa-forte. A primeira chave abriu a porta. Ele tentou abrir o tesouro com a outra chave, mas não conseguiu, pois havia dois cadeados no cofre. A sua chave, sozinha, não o abriria. Por mais que tentasse, não conseguiu abri-lo. Estava confuso. Recebera as chaves. Sabia que o tesouro era seu, por direito. Obedecera às instruções, mas não conseguia abrir o cofre.

Num determinado momento apareceu uma mulher na caixa-forte. Ela também tinha uma chave; era uma chave visivelmente diferente da que ele possuía. A chave dela serviu no outro cadeado. Isso fez com que ele humildemente reconhecesse que, sem ela, não poderia obter a herança que era dele por direito.

Eles fizeram um convênio de que, juntos, abririam o tesouro e, conforme as instruções, ele vigiaria a caixa-forte e a protegeria. Ela, por sua vez, vigiaria o tesouro. Ela não estava preocupada com o fato de ele, como guardião da caixa-forte, ter duas chaves, pois seu objetivo era garantir que ela estivesse em segurança enquanto vigiava aquilo que era muito precioso para ambos. Juntos eles abriram o cofre e partilharam da herança. Alegraram-se pois, como prometido, o tesouro não se esgotava.

Com grande alegria descobriram que podiam passar o tesouro para seus filhos, e que cada um poderia receber a medida plena, sem que diminuísse, até a última geração.

Talvez alguns de sua posteridade não encontrassem um companheiro que possuísse a chave complementar, ou alguém digno e desejoso de cumprir os convênios relacionados ao tesouro. Não obstante, se guardassem os mandamentos, não lhes seria negada nem a menor das bênçãos.

Como alguns tentaram levá-los a fazer mau uso de seu tesouro, eles foram cuidadosos ao ensinar a seus filhos sobre as chaves e convênios.

Mais tarde apareceram, entre os de sua posteridade, alguns que foram enganados, ficaram enciumados ou se tornaram egoístas porque a uns foram dadas duas chaves e a outros só uma. “Por que”, os egoístas perguntaram, “o tesouro não pode ser só meu, para que eu o use do jeito que desejar?”

Alguns tentaram moldar a chave que receberam, no formato da outra. Talvez, pensaram, ela poderia servir nos dois cadeados. E assim o cofre foi fechado para eles. Suas chaves remoldadas eram inúteis e eles perderam a herança.

Aqueles que receberam o tesouro com gratidão e obedeceram às leis referentes a ele, receberam alegria sem limites nesta vida e por toda a eternidade.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Padrões de movimento..




When everything is moving at once, nothing
appears to be moving, as on board ship. When
everyone is moving towards depravity, no one
seems to be moving, but if someone stops, he shows
up the others who are rushing on, by acting as a
fixed point. -- Blaise Pascal

Tradução: - Quando tudo se está movendo ao mesmo tempo, nada parece que está em movimento, como quando estamos num barco. Quando todos se movem em direcção ao que é mau, ninguém parece que se está realmente movendo mas se alguém pára, essa pessoa irá mostrar aos outros que eles se movem, simplesmente agindo como um ponto fixo.

Em física nós chamamos isto de "movimento relativo", ou seja, um corpo está em movimento quando comparado com outro corpo. Quando estamos num barco, nós estamos parados em relação ao barco mas se comparar-mos com um ponto fixo - com uma ilha no mar - nós já estaremos em movimento. 
Este é outro fenómeno físico que pode ser passado para as nossas vidas de uma forma tão simples.Quantas vezes nós não nos vemos a fazer coisas menos boas apenas porque todos o fazem? Ou olhamos para o espelho e justificamos os nossos actos dizendo que todos fazem isso ou a sociedade está a evoluir e á coisas que são do passado e não de agora.

Quando uma multidão começa a fazer algo, quando ela começa a andar numa direcção existem duas coisas que nós podemos fazer:
- juntar à multidão;
- não juntar e ficar parados e observar para onde a multidão caminha. 
Isto é um ponto muito importante - parar e observar. Quando nós andamos no mesmo sentido e à mesma velocidade que todo o resto do mundo nós não vamos ter noção de duas coisas extremamente importantes para o nosso bem-estar: Para onde vou e o que acontece no final do caminho.
Do meio da multidão e ao fazer o mesmo que todos os outros fazem, nós perdemos a noção da realidade, da nossa realidade. Ficamos tão imersos no que os outros fazem, somos vitimas de uma pressão tão elevada que, do nada, nos tornamos iguais a eles. 

O mundo caminha para algo que não é nada bom e apenas quem pára para observar é que é capaz de discernir esse efeito. Quem caminha junto com o mundo irá ver tudo como normal pois, para quem está no barco, tudo continua parado e apenas o movimento dentro do próprio barco é que lhes faz sentido pois é tudo normal para eles. No entanto, para aqueles que decidiram sair do barco e se colocaram num ponto fixo - numa ilha do mar - são capazes de observar que esse barco navega para águas menos boas, para o meio de tempestades e abismos morais. Mas, dentro do barco, tudo é normal.

Apesar de se saber todas estas coisas, o barco tem um chamamento enorme sobre as pessoas, até sobre aqueles que já saíram do barco mas que, no fundo, desejam voltar. O prazer que sentiam lá, a falsa liberdade que sentiam lá dentro; tudo que existe naquele barco é apelativo aos olhos carnais e, por isso, muito poucos querem sair e arriscar ser diferentes. Acredito que consigo dividir este grupo de pessoas em algumas categorias:
- Os que não desejam sair do barco e nem sequer ponderam sobre o assunto. A vida que eles têm lá é tão prazerosa e os satisfaz de tal maneira que não querem largar essas coisas.

- Os que vivem no barco e sabem que algumas coisas são más mas acomodaram-se ao conceito de "mal menor". Essas pessoas até gostariam de viver algo diferente, pois sabem que muito do que se passa no barco é mau, mas não têm a coragem de sair porque, no fundo, existem coisas que, apesar de serem más, elas gostam de as ter e não as desejam perder.

-Os que saíram do barco e realmente conseguiram discernir para onde ele leva e a sua velocidade, no entanto não conseguem parar de olhar para lá com os olhos da saudade. Essas pessoas realmente sabem que tudo o que existe no barco nunca levará a um lugar onde existe real felicidade mas a sua fraqueza carnal ainda supera a sua força espiritual e, nos momentos de mais fraqueza, elas desejam voltar ao barco.. para viver alguns desses prazeres. O problema é que a escolha foi feita e voltar a sair será ainda mais difícil do que quando saíram pela primeira vez.

- Os que saíram do barco, acho abominável o que lá acontecia e não mais desejam lá voltar e farão de tudo para ajudar outros a não voltar e ajudar quem deseja sair de lá. Essas pessoas não olham com saudade pois sabem que tudo o que lá se passava era mau. Essas pessoas sabem perfeitamente para onde o barco leva e esse destino não é de felicidade mas sim de infelicidade. Essas pessoas conseguem discernir para além da ilusão do prazer, para além da névoa das duvidas e confusões. Essas pessoas tentam ser o melhor que podem para conseguirem resistir aos chamamentos daqueles que chamam por eles a partir do barco.. e eles podem ser familiar, amores, amigos, ou o gozo dos inimigos.

Existe é um grave problema com o barco. Independentemente das intenções daqueles que se encontram a navegar nele, ele irá levar todos para o mesmo sitio. Será que é o melhor lugar para se estar?

Nós devemos ser mais fortes do que as pressões de grupo que nos obrigam a escolher caminhos que, no fundo, nós sabemos que nos levam por caminhos menos bons. Na vida não existe escala de cinzento entre o que é bom e o que é mau. Isto é algo que nós usamos para racionalizar as nossas faltas mas é uma filosofia falsa porque, se é mal, menor ou não, é mau e apenas leva a um final mau. O lado menos bom tenta os nossos corações, tenta a nossa mente e tenta o nosso corpo, aliciando com tudo o que nós queremos ouvir. Somos aliciados de tal forma que muitos cedem e perdem-se. Essas pessoas vivem na ilusão de que estão bem, que estão felizes mas é no momento que gritam - finalmente estou livre!!  que elas estão ainda mais acorrentadas.

A vida não é fácil e nós temos de fazer escolhas todos os dias mas são essas escolhas que irão ditar o nosso destino final. Nós não podemos caminhar, nesta vida, com um pé em lugar santo e com o outro pé em babilónia, e esperar que o destino final seja um lugar de eterna felicidade.  Se queremos realmente encontrar a felicidade, a paz de coração, encontrar um Amor que dura para a eternidade, se queremos viver e atingir todo o nosso potencial divino então devemos fazer a escolha certa. A questão que vos deixo é - têm coragem para realizar essa escolha e viver segundo ela para todo o sempre sem nunca olhar para trás? 
A caminhada não é fácil, as tentações para olhar serão muitas mas uma coisa eu vos prometo - vocês nunca estarão sozinhos nessa caminhada!

sábado, 30 de novembro de 2013

O efeito entrópico das nossas experiências de vida

(imagem retirada do Shiuuuu)


A Entropia é uma grandeza física que mede, de uma forma simplificada, o grau de desordem de um sistema. Devido a esta grandeza existe esta lei:

A Segunda Lei da Termodinâmica determina que a entropia total de um sistema termodinâmico isolado tende a aumentar com o tempo, aproximando-se de um valor máximo à medida que restrições internas ao sistema são removidas. 

A nossa vida também sofre deste sintoma entrópico. Quando as coisas vão bem e seguindo uma ordem que nos é confortável então a entropia começa a aumentar e podemos ver o nosso conforto desaparecer e até ver a nossa vida a ser alterada completamente.. tudo porque um simples acontecimento fez alterar toda a energia do nosso sistema e, o que antes era ordem passou para um estado de desordem. 

Estes acontecimentos nem sempre são grandes. Lembro-me de um dia estar a falar com uma pessoa sobre variados assuntos e uma simples frase dela fez mudar a minha forma de pensar e ganhar conhecimento; principalmente no que toca à minha diligência em fazer essas coisas. Algo simples tornou algo ordenado e confortável em algo que criou desordem de forma a ser reorganizado para um estado melhor e mais favorável. No fundo, ao aceitar essa desordem e ao agir sobre ela, eu mudei o meu estado, que antes até podia ser bom, para algo que agora acredito ser melhor.

No entanto, existe um problema com estas mudanças - ninguém gosta de passar de um estado confortável para um estado desconhecido e sem uma ordem aparente. É neste sentido que muitas vezes se fala em sair da zona de conforto. Para um sistema físico progredir por vezes, ou até diria que todas as vezes, tem de realizar uma mudança, mesmo que pequena, para que evolua para algo melhor. É essa pequena mudança que requer a maior coragem. Nem sempre estamos dispostos a mudar algo; até podemos desejar mudar mas o passo entre o desejo e a acção torna-se complicado de dar porque temos receio.. 
e se não der certo? 
E se eu falhar e acabar num estado pior que este?  
O nosso medo de agir, as nossas duvidas, os constantes "e se's" que adiam uma mudança vão fazer com que o tempo passe, as oportunidades desvaneçam e nós..  acabamos por ficar na mesma..  


Para mudar algo, seja no rumo da nossa vida ou até em nós próprios, temos de arriscar e, por vezes, temos de arriscar muito; como gosto de dizer: "dar um passo de fé" (ou leap of faith, em inglês). Este tipo de passo é dado quando nós não temos todas as garantias de sucesso; nós apenas confiamos.. confiamos que dessa ordem, ou até desordem confortável, em que vivemos, podemos tornar em algo bem melhor.. mesmo que se tenha de passar por um período desconfortável de desordem. 


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Estou com uma branca..


Estas últimas semanas têm sido tão cheias no que toca a coisas para pensar e fazer que fiquei sem ideias sobre o que escrever aqui no blog. Isto acontece-me principalmente quando uso mais o lado esquerdo do cérebro do que o direito. Como o projecto em que trabalho acabou, eu (e um colega) temos de escrever o relatório final e, também, uma publicação cientifica (a última do projecto..). O artigo cientifico já foi submetido, depois de umas boas duas semanas (ou até mais) a preparar e a escrever; agora falta o relatório. Tanta coisa para pensar cientificamente que a inspiração para coisas mais inspiradoras (adoro redundâncias) ficam em segundo plano. 

Espero que a branca não dure muito tempo..  Alguma ideia?!


Em contra-partida, ontem tive um momento musical, no piano, onde toquei de uma forma que nunca me ouvi a tocar antes.. hoje já não repeti o feito. A minha inspiração tem de deixar de ser tão volátil!! 

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O Amor segundo as Escrituras


Escrevi este texto durante as minhas férias.. Espero que vos seja tão proveitoso como foi o estudo que fiz para o escrever :)

----

Paulo ensinou que entre "Fé, esperança e o Amor (..) o maior [deles] é o Amor" (Corintios 13:13). A Fé, a esperança e o Amor são a base de todo o Plano de Felicidade. Sem estas três coisas, ou melhor, se falta apenas uma delas então o nosso progresso não será favorável.
Gosto muito do capitulo 13 de I Corintios, pois ensina muito sobre o Amor e a importância deste maravilhoso sentimento nas nossas vidas. Do versículo 13:1 até ao 13:3, Paulo ilustra a importância do Amor. ele ensina que:
mesmo que tenhamos a Fé para mover montes;
mesmo que tivesse dons de profecia ou de línguas;
mesmo que soubesse todos os mistérios e toda a ciência;
mesmo que se doasse toda a fortuna aos pobres..
Se tudo isso fosse feito sem Amor então nada disto nos traria proveito algum. É de observar que todas as estas coisas que referi atrás, trazem benefícios a quem as recebe mas, se o fizermos sem Amor, somos nós que não aproveitamos, ou seja, não iremos receber as bênçãos associadas a essas acções. 
Paulo continua a falar sobre o Amor nos versículos 13:4-8, com uma lista das características do Amor:

-"O Amor é sofredor, é benigno" - O Amor não faz sofrer. O mundo e os poetas ensinam que a Amor é dor mas isso não é verdade. O Amor é alegria, é felicidade;
-"O amor não é invejoso" - Quem Ama ao próximo e a si mesmo não deseja o que não é seu;
-"o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece" - quem Ama não deixa que a preguiça e o ócio o afaste daqueles que necessitam da sua ajuda e apoio;
-"..não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal" -  quem Ama trata os outros, e a si mesmo, com respeito. Quem ama esquece de si mesmo e seu orgulho e foca as suas energias em quem o rodeia. Quem Ama não julga os outros;
-"não folga com a injustiça mas folga com a verdade" - quem ama será justo em todos os contextos em que se encontre. Quem tem amor no seu coração será sempre honesto;
-"..tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" 
-"O Amor nunca falha (..)" (I corintios 13:4-8)

Pode ser muito difícil ser perfeito em todas estas características mas nós devemos tentar ser mais amorosos a cada dia que passa. Provérbios 17:17 ensina: "Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angustia nasce o irmão", ao amar quem nos rodeia nós os iremos elevar e ajudar a suportar todas as coisas e, quando chegar a hora da nossa angústia, eles também nos irão elevar. Jesus Cristo acrescenta que devemos nos esforçar a Amar nossos inimigos - "Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei o bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede, pois, misericordiosos como também vosso Pai é misericordioso" ( Lucas 6:35-36)

O Rei Benjamim, em seu maravilhoso discurso, ensinou: "Ensiná-los-eis [vossos filhos], porém, a andarem nos caminhos da verdade e da sobriedade; ensiná-los-eis a amarem-se uns aos outros e a servirem-se uns aos outros" (Mosias 4:15). É algo que devemos ter em mente, o Amor deve ser ensinado a nossos filhos logo desde pequeninos; só assim eles serão bem fortes e Amorosos com quem os rodeia. 
Alma ensinou o seu povo sobre como se poderiam ser chamados de Deus, ele disse que eles "[Não deviam contender] entre si, mas que olhassem para a frente com um único fito, tendo uma fé e um baptismo; tendo os corações entrelaçados em unidade e amor uns para com os outros." (Mosias 18: 21-22). O Amor é, realmente, a base de todas as coisas e também é a base de todos os actos e acções do nosso Pai Celestial. "Porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o Pai ao filho a quem quer bem" (Provérbios 3-12). Todas as acções d'Ele foram feitas por Amor a todos nós. No evangelho segundo João podemos ler o seguinte ensinamento do Salvador:
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida Eterna."(João 3:16). Ele veio para nos salvar e Ele faz tudo isso por Amor a nós e, o Pai, nos receberá de braços abertos, mesmo depois de nos termos afastado d'Ele devido a nossos pecados e transgressões; e ele faz tudo isso porque nos Ama. 

O Senhor nos deu o maior dos mandamentos - "Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua Alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento" (Marcos 12:30). Quando seguimos este mandamento nós teremos todas as condições para receber todas as bênçãos que o Pai tem guardadas para nós. Mas, como demonstrar nosso Amor pelo Pai e pelo Filho? Jesus Cristo responde desta simples forma: "se me amais, guardai os meus mandamentos" e continua "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me Ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele" (João 14:15, 21).
Se desejarmos Amar o Pai então devemos seguir o exemplo do Filho e cumprir os mandamentos. O Amor tem de ser demonstrado com acções ou não é um Amor verdadeiro.. será apenas uma palavra.

As escrituras também ensinam que "No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temos tem consigo a pena e o que teme não é perfeito em Amor" ( I João 4:18). Aqui, a palavra temer está relacionada com medo. Quem ama não tem medo de o demonstrar;  se amamos a Deus, então não temeremos ao cumprir os Seus mandamentos.
Nós apenas somos capazes de Amar se o nosso coração estiver aberto e limpo. Alma, em Alma 38:12, ensina a respeito disso - "(..) faze também com que todas as tuas paixões sejam dominadas, para que te enchas de amor..". Se o nosso coração está ocupado com as coisas do mundo e com as paixões do mundo então não haverá espaço para o Amor. A exortação feita a Emma Smith (esposa do Profeta Joseph Smith) é válida para todos nós - "e em verdade eu te digo que deverás deixar as coisas deste mundo e buscar as coisas de um melhor" (D&C 25:10). Devemos deixar de nos apegar à velha babilónia, ás riquezas do mundo; ao materialismo e ao consumismo em que vivemos nos dias de hoje. Se desejámos Amar então devemos estar dispostos a largar tudo o que é supérfluo; deixar todas as nossas paixões e abraçar a grande bênção que é o Amor que o Pai Celestial tem para todos nós. 

----

Muitas mais coisas poderiam ser escritas sobre o Amor segundo as escrituras Sagradas mas eu ainda não sei todas as coisas e, também, ainda estou a aprender à medida que vou lendo e experimentando com o evangelho. Um dia talvez consiga desenvolver isto ainda mais!



Lista de Referências:
Bíblia Sagrada
I Corintios: 13:13; 13:1-8
Provérbios: 17:17; 3:12  
Lucas: 6:35-36
João: 3:16; 14:15; 14:21
Marcos: 12:30
I João: 4:18

Livro de Mórmon e D&C
Mosias: 4:15; 18:21-22
Alma: 38:12
D&C: 25:10

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Quando nos estão a ver..


Existe um fenómeno em Física Quântica chamado de Dualidade da Matéria, isto é, a matéria ao nivel atómico comporta-se como onda ou como partícula. 
Como fiz com o texto sobre o Paradoxo do gato de Schrodinger, irei explicar esta dualidade e aplica-lo a todos nós.

Existe uma experiência em física a qual chamamos d'a dupla fenda , isto é, uma placa com duas fendas é colocada entre um alvo e um aparelho que irá 'atirar' as partículas atómicas. Como a explicação usando apenas texto é um pouco complicada, no final do texto coloco um link com um video a explicar esta experiência de uma forma bem simples.
Como disse no inicio, as partículas atómicas podem comportar-se como ondas - imaginem ondas criadas quando atiram uma pedra num lago; ou como partículas - imaginem a pedra que atiraram. Segundo a mecânica quântica, uma partícula quando chega às duas fendas algo fantástico acontece e que é apenas explicado matematicamente:
- ela não passa em nenhuma das fendas;
- ela passa apenas na fenda da direita;
- ela passa apenas na fenda da esquerda;
- ela não passa em nenhuma das fendas; 
E todas estes possibilidades são prováveis de acontecer! Tudo porque a partícula se comportou como uma onda.  
Quando se comporta como partícula, ao passar pela fenda, ela irá atingir o alvo apenas no local directamente à frente da fenda por onde passou. Ou seja, o fenómeno que falei atrás não irá acontecer.
O que tornou este fenómeno mais interessante foi descoberto porque os cientistas queriam ver porque é que isto acontecia - A entidade do observador foi criada. Os cientistas, além do aparato do aparelho + fendas + alvo, incluíram um detector para "ver" o que se passava e descobrir porque é que estas entidades atómicas tanto se comportavam como onda ou como partícula. Devido a isso, algo inesperado aconteceu. 
Em condições normais, a entidade atómica comporta-se como uma onda e cria todos os resultados matemáticos que enumerei na lista acima. O resultado disto é um padrão de difracção no alvo. Quando incluímos um observador algo inesperado acontece. A entidade deixa de se comportar como onda e "escolhe" tornar-se partícula e criar um resultado apenas observado para partículas. O simples acto de observar mudou completamente o comportamento da entidade atómica. Ela deixou de ser a "onda" e passou a comportar-se como uma partícula.. e todas as suas acções mudaram com ela. 


Nós somos basicamente a mesma coisa. Tanto somos umas ondas como somos uma partícula. Quando ninguém está a ver nós somos capazes de fazer coisas que, caso alguém visse, nós não a faríamos. Como seria a nossa vida se tivéssemos em constante monitorização? Se cada passo nosso era observado por alguém? Será que seriamos a mesma pessoa que mostramos ser ao mundo?
As máscaras deixaram de existir. Tudo que é bom e mau em nós está à mostra. Todas as nossas escolhas são observadas e quantificadas por alguém. O que escolhemos?  
Será que escolhemos a direita porque toda a gente escolhe a direita e toda essa gente está de olho em nós para saber o que vamos escolher?
Ou será que escolhemos a esquerda, que seria a escolha normal caso ninguém estivesse a ver mas que agora é mais difícil pois todos estão a ver e vão apontar os seus dedos e fazer troça de nós.

Que escolhas fazemos nós no escuro, sejam elas boas ou más, e que escondemos do mundo? 

Se fazemos algo bom no escuro então o que nos impede de o fazer às claras? Medo de ser gozados? Medo que apontem o dedo e vos chamem de anjinhos ou meninos da mamã? Medo que haja represálias por terem escolhido fazer o que é certo?

E as coisas que fazem de errado mas no escuro.. Acredito que as façam porque elas são erradas e sentem vergonha por as fazer - caso contrário fariam às claras. A solução para isso é tão simples - Parem! 


Nós não podemos ser como as ondas do mar, que vão e vêm com o vento. Sem sentido, sem uma força constante que depende das marés e estas estão dependentes das fases da lua e dos ventos... 
Nós devemos ser mais constantes e coerentes com aquilo que somos. Devemos escolher o que é certo sem medo dos observadores e do que eles vão pensar. - Coragem e determinação - são as palavras que vão determinar o que são - uma onda ou uma partícula.  



Aqui está o video da experiência:


sábado, 2 de novembro de 2013

O Sol Volta Sempre a Nascer


Da forma como acabei o último texto que escrevi, começo este - o Sol volta sempre a nascer.

Durante esta semana decidi mudar algumas coisas e arriscar um pouco mais mas sempre um pouco de cada vez. Eu gosto de ver o processo de mudança como quando estamos a correr numa passadeira em um ginásio (como já vou ao ginásio já posso fazer estas comparações ^_^). Nas passadeiras nós temos vários níveis de velocidade. Se nós começarmos logo pelos níveis mais elevados o nosso corpo não estará aquecido o suficiente para esse tipo de esforço o que poderá levar a lesões; por isso temos de começar por caminhar e ir gradualmente aumentando a velocidade. Mas é preciso aumentar essa velocidade senão o proveito que tiramos será zero se mantemos sempre o mesmo ritmo. 
Com a nossa vida é igual.. por vezes é preciso mudar o nosso ritmo e adaptar à nossa preparação. Por vezes é preciso desacelerar mas, na maior parte das vezes, é preciso arriscar e alterar o nosso ritmo para um passo mais acelerado
Eu gosto de pensar que quando somos interpelados pela escolha de reduzir o ritmo estamos a ser testados na nossa Humildade. Uma pessoa orgulhosa irá ser teimosa e irá até acelerar quando deveria parar mas, uma pessoa humilde, irá ponderar a situação e irá reduzir o ritmo para um nível mais apropriado. Por outro lado, quando a vida nos pede para acelerar estamos perante uma escolha que irá testar a nossa Coragem, Sabedoria e Atitude. Uma pessoa com essas características irá ponderar e usará essa valentia para arriscar essa mudança de ritmo. A palavra chave é arriscar. Se não arriscarmos dar um passo então nunca iremos sair do mesmo sitio. Por isso o medo é o pior inimigo de quem deseja progredir. Se nos deixarmos influenciar pelo medo de arriscar então nunca iremos sair do sitio. Viver sempre no mesmo ritmo não é viver.. A longo prazo nós estamos a andar para trás e não para a frente.  

Durante esta semana decidi começar a arriscar em algumas coisas pequenas
O meu maior problema é ser social mas decidi enfrentar esse defeito e juntei-me com uns amigos meus em um jantar a meio da semana. Foi um jantar especial, para mim pelo menos, porque é o primeiro jantar que vou desde há uns bons anos. Acho que os meus amigos e colegas nunca me tinham visto em condições normais fora da universidade/trabalho. 
No inicio da semana fui presenteado, também, com uma oportunidade maravilhosa de ajudar duas pessoas - curiosamente no mesmo dia. Eram duas pessoas a precisar de ajuda e eu simplesmente ajudei. Sei que neste momento uma menina de 3-4 meses tem o que comer porque não recusei ajudar. Uma menina que nunca vi na vida. É maravilhoso quando esquecemos de nós próprios e ajudamos quem mais precisa.
Na quinta-feira fiz uma coisa que já não fazia à muito tempo - dado ser comparado a eremita.. - Saí de casa e fui ao cinema! Foi mais pelas pipocas e pelo filme mas é bom sair!
Para acabar, fiz algo que já não fazia também há muito tempo. A minha cantora favorita - Tarja Turunen - vem a Portugal no dia 28 de Janeiro. O que fiz foi comprar já o bilhete e mentalizar-me que dia 28 de Janeiro estarei a ir para Lisboa para um concerto. 

Com estas pequenas coisas a minha semana passou de uma noite para o dia e observei que não é preciso GRANDES milagres para ver a nossa vida a mudar. Muitos desses milagres somos nós próprios que os realizamos - só temos é de perder o medo e arriscar.


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Um Livro na Noite



Quais são os primeiros pensamentos que correm para a vossa mente quando vocês estão no escuro?

Sentado na minha secretária, olho para o lado e vejo um livro. Nunca tinha visto esse livro.. não é o caderno que costumo ter sempre a meu lado. Está escrito à mão e contém cada pensamento e momento da minha vida.. Os bons e os maus momentos.. desde o primeiro dia de vida até este preciso momento. Actualizado a cada acção minha, a cada pensamento meu, a cada escolha que faço.

Existem muitos capítulos já escritos e muitos mais ainda em branco. Leio passagens que todos conhecem e leio outras que apenas eu as conheço. Relembro os momentos, escondidos do mundo, que me moldaram e me tornaram na pessoa que hoje sou. Há passagens que preferia esquecer mas que estão lá.. para me relembrar. 

Torna-se engraçado relembrar os momentos, as escolhas, que me tornaram de um rapaz amigável para uma pessoa bem mais fria durante metade da minha vida. O meu coração tinha congelado .. não valia a pena o usar mais. A empatia que outrora tinha pelos outros foi enterrada à força para nunca mais sentir tal coisa por quem me rodeia. Não valia a pena.. não valia  a pena arriscar e ser magoado. 
Apenas nos últimos ~4 anos essa frieza se atenuava, culpa de um coração mais cheio de amor. Um dia esse amor desaparece, curiosamente num por do sol, e a minha reacção era voltar ao que era antes mas, nessa noite bem escura, decidi fazer algo diferente. Uma ideia, um pensamento muito ténue. bem longe, quase inaudível, me veio à mente. Uma dor me enchia o coração, como nunca antes a sentia.. era uma dor diferente.. como se algo quisesse sair com toda a sua força porque já estava acorrentado durante muito.. muito tempo. Nessa noite gritei, chorei, e caído no chão apenas sabia dizer uma coisa..- Ajuda-me.   

Lembro-me de adormecer. Essa noite durou 2-3 semanas mas, um dia, acordei e senti-me diferente. A dor desapareceu, o que era mau desapareceu, o que era frio voltou a ser quente. Onde antes não existia nada voltou a existir um coração - quase novo. Nessa mesma semana um novo caminho começou a ser traçado e, no final dessa semana, aconteceu algo que já descrevi uma vez - A minha conversão.

Depois de uma noite, por mais longa que ela seja, o sol voltou a nascer. O sol volta sempre a nascer.  

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A Ilusão do Por do Sol



Há uns 3-4 anos atrás, no Verão, eu fui passar férias no Sul. Era o dia dos meus anos e, estava o dia quase a escurecer, e decidi sair sozinho para a praia. O sol estava a desaparecer no horizonte e as nuvens pintavam o céu de vermelho e laranja. Caminhei na areia até umas rochas, junto do mar, e sentei-me fitando o por do sol. O sol desaparecia e a lua começava a brilhar cada vez mais. Continuei ali sentado por duas horas, até passar a meia-noite.
Enquanto estava ali sentado, a fitar o sol e depois a lua, eu revivi muitos momentos da minha vida, tracei metas, pensava na minha vida até esse dia e no rumo que estava a seguir.
Ainda hoje faço isto; saio de casa e vou simplesmente andar para lembrar e esquecer. A ultima vez que fiz isso foi à sensivelmente dez dias. Sai para a universidade e, depois de ter tratado dos assuntos que ia lá resolver, caminhei até um jardim na cidade. Sentei-me lá, num banco de madeira, e fiquei a fitar o infinito. Lembro-me que estava a chover. Debaixo das árvores eu observava quem passava e, à medida que o sol desaparecia lá no fundo, eu esperava por algo. O sol desapareceu e eu voltei para casa.

Como o ciclo de dia e noite, a vida é feita de momentos de luz e momentos de pouca luz. Não existe uma total escuridão, apenas uma diminuição da luz que nos vai iluminando. A ilusão criada pelo por do sol é que a luz irá desaparecer e essa ausência cria ansiedade e medo nos nossos corações.  Se há algo que podemos aprender observando o ciclo de dia e noite é que o Sol irá sempre voltar a nascer e iluminar os nossos dias. Podemos estar a ver um por do sol mas, daqui a umas horas, poderemos ver o nascer do sol e senti-lo a aquecer a nossa face enquanto o fitamos.

Depois de um dia a viver o nascer do sol e o observar lá bem no alto.. quando o vejo a desaparecer no horizonte um primeiro reflexo que sinto é a decepção. É um sentimento que já não sentia à tanto tempo, talvez mais de 3 anos que não o sentia.  É um sentimento estranho e que não sei lidar com ele. Não estou zangado, não sinto nada de mau, não odeio ninguém; apenas vivo com este peso da tristeza da decepção. Acredito que a razão de essa decepção não passar de uma tristeza é que eu sei que o sol voltará a nascer amanhã  e bem mais forte e quente. O que eu devia ter feito era preparar-me para a noite em vez de simplesmente esperar...


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Névoa e Padrões de Luz



Quando era mais novo eu e a minha família íamos passar férias para um parque de campismo. Como ele era muito perto do mar era comum acordar de manhã e ser presenteado com uma maravilhosa manhã de nevoeiro. 
Lembro-me de sair para a rua, para ir comprar o pão, e apenas ver pouco mais de alguns metros à minha frente; eu achava aquilo fantástico. Pegava na minha bicicleta e fazia o percurso mais longo para aproveitar cada momento que tinha para atravessar aquele nevoeiro misterioso. Eu olhava o céu e era capaz de ver, entre as árvores, a luz do Sol a tentar atravessar a névoa. À medida que ia atravessando o parque eu via vultos de pessoas a sair das suas tendas e a começarem o seu novo dia. Algumas acordavam mal dispostas porque aquela manhã já não seria uma manhã para apanhar banhos de sol; outras pessoas simplesmente estavam indiferentes, pois era normal. E eu? Eu estava contente porque estava a atravessar um misterioso nevoeiro usando um percurso que eu conhecia tão bem mas era incapaz de o discernir para além de alguns metros à minha frente.  O percurso não era muito longo mas eu não o queria percorrer com muita velocidade. Lembro-me de chegar no cimo de uma colina, não muito alta, e de ver o meu objectivo lá no fundo, junta à entrada do parque. Não o via bem, ainda estava encoberto pelo nevoeiro, mas o sol era capaz de o iluminar o suficiente para eu saber para onde eu tinha de ir. Quando estava mais perto já era capaz de ver pessoas a entrar e a sair, pessoas que foram comprar o seu pão, pessoas que apenas estavam a passear, crianças a brincar e também a pedalar no mesmo caminho que eu percorria.

A vida pode ser vista como uma caminhada no nevoeiro. Por vezes nós gostaríamos de ver para além dessa névoa, queríamos ser capazes de saber todas as coisas e manter o controlo e evitando as incertezas mas a vida não é assim. A vida é feita das escolhas que realizamos quando não vemos tudo; a vida é incerteza; a vida é arriscar; a vida é fazer as escolhas certas sem precisar de garantias.
Quando nós tentamos forçar a nossa visão para ver melhor através do nevoeiro nós vamos ver o contrário a acontecer.. de repente vamos deixar simplesmente de ver; o que antes seriam alguns metros de caminho passaram a ser palmos de distância - como quando acendemos uma lanterna bem forte e apontamos para a névoa e ela fica bem mais densa. 

A luz que temos em nossas vidas, aquela que nos permite ver o suficiente para dar mesmo que seja apenas um passo em frente, é o resultado das nossas experiências, do nosso conhecimento. A nossa capacidade para ver mais e mais longe, essa luz que nos guia, está ligada à nossa sabedoria quando fazemos cada escolha; quando damos cada passo nesta nossa caminhada através da névoa. Devemos confiar no nosso discernimento mas também devemos ser capazes de aceitar dar as mãos a quem nos deseja ajudar a percorrer esse nevoeiro. Na vida, envoltos numa névoa, nem sempre o nosso sentido de orientação aponta para norte, para a segurança. No entanto, quando fazemos esse percurso acompanhados, a chance de nos perdermos no nevoeiro é bem mais reduzida e , acima de tudo, nunca estaremos sozinhos mesmo que, por momentos, ambos estejam perdidos. 

Um passo de fé é um passo que damos quando a névoa é mais densa e não nos permite ver para além de um simples passo em frente. Se observarmos bem poderemos ver que mesmo na névoa mais densa a luz é capaz de penetrar, mesmo que seja o suficiente para nos ajudar a dar um simples passo em frente. 

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Pausa Temporária



Bom dia,
Estas últimas semanas têm sido demasiado pesadas e eu não tenho conseguido concentrar em escrever textos. Devido a isso decidi parar por algum tempo e concentrar-me no que tenho a fazer agora para que, no final, eu seja capaz de voltar com a energia toda e com nova inspiração. 

Abraço!

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

"Os nossos pontos fortes poderão ser a nossa queda"


Antes de começar, baseei este meu texto em um discurso do Elder Oaks, do Quórum dos Doze d'A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. 

É difícil pensar que isto seja verdade mas, depois de ler este discurso e ponderar sobre a nossa realidade e sobre mim mesmo eu percebi que os nossos pontos fortes se poderão tornar uma razão para a nossa queda. Dividi o texto em dezanove pontos fortes que poderão ser aplicados tanto à generalidade das pessoas como, alguns, são direccionados para aqueles que vivem o Evangelho mas podem ser transpostas para as coisas não doutrinárias.

1º- Foco em apenas um mandamento ou ensinamento doutrinário:
Existem pessoas que se focaram demasiado em um ensinamento doutrinário, estudando muito sobre ele; outras pessoas focam toda a sua energia no cumprimento de apenas um mandamento (ou conjunto). O Elder Boyd K. Parker, sobre essas pessoas, disse o seguinte usando o exemplo de um piano: "Alguns membros que deveriam saber melhor, escolhem uma ou duas teclas e ficam a tocar nelas incansavelmente, para irritação de quem os rodeia. Eles perderam a sua sensibilidade espiritual e perderam o rasto à plenitude do Evangelho. Essas pessoas escolhem focar em apenas as suas notas favoritas e descartam as restantes. Isto irá tornar-se exagerado e distorcido, conduzindo-os à apostasia". Em Doutrina e Convénios 49:2 podemos ler: "Eis que vos digo que eles desejam conhecer a verdade em parte, mas não toda.."

2º- Corrupção dos nossos Talentos:
Todos temos talentos, mesmo que seja apenas um. Esses talentos são uma prenda: ".. pois há muitos dons e a cada Homem é dado um dom pelo Espírito Santo"(D&C46:11) , "E todos estes dons Vêm de Deus, para beneficio dos filhos de Deus" (D&C46:26). Os nossos dons, os nossos talentos, são para o beneficio de todos e não para nos magnificar, gratificar ou elevar nosso ego acima dos outros.

3º- Tentar compreender todas as coisas sobre o Evangelho:
À partida isto nem poderia ser algo mau mas, sem a devida disciplina, poderá causar uma grande queda. Isto pode acontecer porque a procura indisciplinada de conhecimento e de respostas a mistério ainda não revelados, pode levar à procura em lugares onde a informação não é a mais correcta e poderá nos afastar, mesmo que aos poucos, do caminho que percorremos. 

4º- Pedir constantemente orientação divina:
É bom nós pedirmos orientação, pedir ajuda. É algo muito bom ter o desejo de ser guiado pelo Espirito e pelo Senhor no entanto, o constante pedido de orientação pode levar a algo mau. Fazer escolhas faz parte do nosso crescimento. O nosso objectivo é experimentar a mortalidade, fazer escolhas, agir e usar a nossa cabeça. Quando nós estamos constantemente a pedir orientação, até para as coisas mais triviais, estamos a limitar o nosso crescimento espiritual.

5º- Os elogios dos outros: 
Receber um elogio é algo bom; podem nos motivar e inspirar a continuar o nosso trabalho. No entanto, devemos nos lembrar que estes elogios e honras podem levar por um mau caminho chamado orgulho. Não devemos deixar que o desejo de receber as honras dos homens nos afaste da verdadeira razão pela qual nós fazemos as coisas.

6º- Sacrificar demais:
O desejo de Sacrificar tudo o que temos na obra do Senhor é algo bom e é, com certeza, um ponto forte; aliás, é um convénio que fazemos em lugares Sagrados. Mas, mesmo este ponto forte se poderá tornar um elo fraco. Como? Se nós falharmos em circunscrever esses sacrifícios em apenas nas coisas que o Senhor, e lideres, nos pedirem.  "..por que desejaria executar mais do que o trabalho para o qual fui chamado?" (Alma 29:6). Nós não devemos sacrificar mais do que aquilo que Ele nos pede. Ele sabe até onde podemos ir e, também, aquilo que é necessário. Fazer demais poderá nos levar a também exigir demais.

7º- Consciência Social:
Isto é um ponto forte principalmente nos dias que correm. O que poderá tornar este ponto forte em algo fraco? As pessoas que têm este enorme sentimento de resposta às injustiças e sofrimento dos outros podem cair num erro que os pode fazer esquecer outros valores. Nós devemos Amar ao proximo mas devemos ter cuidado para não os manipular, isto é, não devemos usar os outros e os recursos dos outros para cumprir a nossa missão, mesmo que seja por uma boa causa.

- O foco em metas e objectivos:
Traçar metas é algo muito bom. Isto nos permite ter uma noção das coisas que devemos fazer e aperfeiçoar, no entanto, este foco exagerado nos poderá fazer pisar em outros valores. Não devemos focar tanto em um objectivo de forma a que ele se torne uma forma de nós usarmos métodos errados para os alcançar.

9º- O Professor carismático:
Ser um bom professor é um ponto muito forte. Um professor com uma mente treinada, com o conhecimento e com uma boa técnica de apresentação, ele se poderá tornar muito popular e eficiente nas coisas que ensina. Apesar desse ponto bom, esse professor poderá ser tentado a começar a ensinar as suas proprias ideias, que poderão ser as menos correctas. Também poderá sentir-se tentado a aceitar seguidores por uma questão de honras e orgulho (5º ponto).

10º- Foco excessivo no trabalho:
O trabalho é muito importante. Sem ele nós não poderemos sustentar as nossas famílias e ajudar aqueles que mais necessitam. O foco excessivo no trabalho, mesmo que por uma boa causa, poderá tornar-se uma desculpa para negligência a família e outras responsabilidades. Uma família é o tesouro mais precioso, devemos cuidar dele e o trabalho ajuda mas nada nos deverá afastar dela.

11º- Homem - liderança do lar:
Membros d'A Igreja de Jesus Cristo acreditam que o homem, como portador do Sacerdócio, deve presidir o lar. Presidir não significa que é ele que manda, não significa que ele deverá exercer poder sobre a sua companheira e filhos, não significa uma ditadura e muito menos brutalidade. O homem pode presidir mas ele e a sua esposa formam a cabeça do lar. A mulher está ao lado do homem, não abaixo.

12º- Mulher e o feminismo:
O desejo de crescer, aperfeiçoar e magnificar os seus talentos é algo muito bom. Quando estas coisas são aliadas a ideias extremistas de feminismo, poderão tornar em algo mau como desejar ser IGUAL ao homem. Homem e mulher têm papeis diferentes mas isso não significa, e nunca significou, que o homem está acima da mulher; apenas a confusão dos homens e os ensinamentos de homens ao longo da história, fizeram com que a mulher fosse menosprezada e colocada abaixo. No plano de Deus a mulher está ao lado do homem e ambos têm papeis a desempenhar. 

13º-  Doar aos pobres:
Este é definitivamente um ponto forte. Doar a quem mais precisa é algo que muitos deveriam fazer. Até diria que é uma obrigação Cristã - ajudar os outros. Como os outros pontos, este poderá levar a uma queda. Isso irá acontecer quando uma pessoa, com o desejo de ajudar, irá doar demais; irá tirar o sustento da sua família, colocando-a em risco, para dar aos outros. Em Mosias 4:26-27 podemos ler: "quisera que repartísseis vossos bens com os pobres, cada um de acordo com o que possui, alimentando os famintos, vestindo os nus, visitando os doentes e aliviando-lhes os sofrimentos, tanto espiritual como materialmente, conforme as carências deles.E vede que todas estas coisas sejam feitas com sabedoria e ordem; porque não se exige que o homem corra amais rapidamente do que suas forças o permitam. E, novamente, é necessário que ele seja diligente, para que assim possa ganhar o galardão; portanto todas as coisas devem ser feitas em ordem." 

14º- Aprender e o orgulho:
O desejo de aprender é um ponto forte. Devemos desejar aprender, saber mais mas os frutos desse conhecimento poderão levar ao orgulho. Devemos ter cuidado para não nos tornar-mos orgulhosos devido ao conhecimento que ganhamos; seja ele conhecimento académico ou de doutrina.

15º- Fé mal empregada:
Gostei deste porque acredito que muitos possam cair neste erro. Ter Fé é algo extremamente bom. É um dom. Para demonstrar o que pode correr mal irei usar um exemplo. Um estudante começou o ano cheio de força. Com o decorrer do ano ele foi deixando de investir no estudo mas decidiu desenvolver a sua fé ao ponto de fazer o seu trabalho da Igreja e acreditar que o Senhor o iria abençoar nos estudos devido a isso. Devido à sua falta de estudo, esse estudante não passou o ano. Ele acabou por culpar Deus, porque ele tinha fé e fez as coisas da Igreja.. esqueceu-se foi do fundamental - estudar. A fé é vital mas deve ser acompanhada do nosso trabalho e esforço. 

16º- Desejo de ser excelente em um chamado:
Percorrer a segunda milha em um chamado é algo maravilho. Quando recebemos um chamado do Senhor devemos dar o nosso melhor para o cumprir no entanto algo pode correr mal. De novo, usando o exemplo de um estudante. Esse jovem recebeu chamados e investiu todo o seu tempo nesses chamados, quase como se fossem um trabalho a tempo inteiro. Ao fazer isso, esse jovem negligenciou a escola, pois faltava às aulas para trabalhar nas coisas da igreja. Perdeu o ano e, como consequência, culpou a sua falha no muito trabalho da igreja.

17º- A auto-suficiência:
Se auto-suficiente é algo muito característico dos Mormons. Temos o mandamento de ser auto-suficiente e não depender dos outros para sustentar a nós próprios e nossas famílias. Isto é algo muito bom mas pode levar a algo mau chamado de - Materialismo. 

18º- Apoiar o Profeta:
Apoiar o Profeta do Senhor é um ponto bem forte, principalmente numa época em que não se acredita em profetas e em revelação. O que pode causar este ponto forte em ponto fraco é quando o nosso apoio a um profeta especifico faz com que nós deixemos de apoiar outro profeta (posterior). Isto nos irá afastar de uma verdade que sempre existiu - Revelação continua; e nos fará desviar dos ensinamentos e conselhos dos profetas vivos.

19º- Amor e tolerância:
 O Amor e a Tolerância são poucos bem fortes. Foco sempre no amor como o resumo de todo o Evangelho. O que poderá tornar tão bom sentimento em algo mau? Quando é indisciplinado, o amor e tolerância nos poderão fazer esquecer a verdade. Amor e tolerância devem andar juntas com a verdade  e ela é que nós devemos estar em comunhão com Deus e todos devemos estar unidos, como um só. Como expliquei num texto anterior, a tolerância pode ser uma armadilha quando não é disciplinada e ponderada. 


Podemos chegar ao fim e dizer que, depois de tantos pontos a solução está na moderação de todas as coisas. O problema desta ideia é que a moderação em TODAS as coisas não é uma virtude e pode levar a uma moderação no nosso empenho em fazer as coisas. Isto deixa de ser moderação e passa a ser indiferença. A grande solução é a Humildade. A humildade é a grande protectora, o grande antídoto contra o orgulho. A humildade é o que nos faz desejar aprender mais porque temos noção que não sabemos todas as coisas, principalmente as coisas espirituais. A humildade é aquilo que nos faz para para ponderar e pedir conselho a Deus.

"..E dou a fraqueza aos homens a fim de que sejam humildes; e minha graça basta a todos os que se humilham perante mim; porque caso se humilhem perante mim e tenham fé em mim, então farei com que as coisas fracas se tornem fortes para eles." (Éter 12:27)

sábado, 28 de setembro de 2013

Quando Acreditas..



Esta semana tropecei nesta musica que me fez pensar.. A letra toca os nossos corações. Começo por escrever a tradução da letra para o português. Durante a musica aparece um texto em hebraico que irei colocar no final do texto.

Tanto que eu rezei
Sem ter provas de alguém ouvir
E cá dentro uma canção que não sei definir
Não temos medo já
Nem mesmo do que está para vir
Já movemos montes
Sem saber só a sentir

Quando acreditas há um milagre
Um sonho bom, não vai morrer
E os milagres estão para chegar
Se acreditares, vais conseguir
Mas só a acreditar

Medo e confusão
Por vezes rezas e é em vão
E a esperança voa além
Qual ave em migração
Mas estou tão bem assim
Um som tão bom no coração
Muita fé que faz sentir para além da razão

Quando acreditas há um milagre
Um sonho bom, não vai morrer
E os milagres estão para chegar
Se acreditares, vais conseguir
Mas só a acreditar

Crianças Hebraicas:
A-shi-ra la-do-nai ki ga-oh ga-ah
A-shi-ra la-do-nai ki ga-oh ga-ah
Mi-cha-mo-cha ba-elim adonai
Mi-ka-mo-cha ne-dar- ba-ko-desh
Na-chi-tah v'-chas-d'-cha am zu ga-al-ta
Na-chi-tah v'-chas-d'-cha am zu ga-al-ta
A-shi-ra, a-shi-ra, a-shi-ra...

Quando acreditas há um milagre
Um sonho bom, não vai morrer
E os milagres estão para chegar
Se acreditares, vais conseguir
Conseguir
Mas só a acreditar

Mas só acreditar..


Por vezes não acreditamos em milagres mas esta canção ensina algo que já o próprio Jesus Cristo dizia - Não temas, crê somente. Quando acreditamos tudo é possível, até o mais maravilhoso dos milagres! A Fé pode mover montanhas e a esperança pode fazer com que nossos corações se mantenham bem lá no alto.
Para terminar deixo, então, a tradução do que as crianças hebraicas cantam:

Cantarei ao Senhor porque Ele triunfou gloriosamente
Cantarei ao Senhor porque Ele triunfou gloriosamente
Quem é como Vós entre os deuses, oh Senhor?
Quem é como Vós, glorioso em divindade?
Em Vossa misericórdia, Vós nos guiais, Vós nos salvais
Em Vossa misericórdia, Vós nos guiais, Vós nos salvais
Cantarei, cantarei, cantarei...

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A Armadilha da Tolerância


Há sensivelmente um ano escrevi um texto sobre tolerância - Da Religiao XVI e da Alma XXI - A Tolerância. Comecei o texto com a seguinte citação:

“Tolerância não significa aceitar o que se tolera.”
―Mahatma Gandhi

Nesse texto eu quis mostrar que apesar do mundo se dizer mais liberal ele está, no entanto, mais intolerante.Tentei mostrar que o mundo se tornaria tão melhor se as pessoas fossem mais tolerantes umas com as outras; principalmente no que toca às diferenças entre elas.

Este texto que escrevo hoje irá complementar aquele que escrevi à quase um ano. Hoje vou falar da armadilha da tolerância. Então, o que é essa tal armadilha que falo?

A tolerância é uma virtude. É algo de bom e que todos deveríamos ter. Apesar disso, e como qualquer outra virtude, caso seja exagerada ela se tornará em algo mau. 
Vou começar com um exemplo simples.

Todos nós sabemos que copiar nos testes é errado. Apesar de nós sabermos que é errado muitos já copiaram e ainda copiam. Outros, que até são contra isso, olham e nada fazem.. nem a boca abrem para dizerem aos colegas e amigos que aquilo que estão a fazer é errado e mau para eles. Os professores, pelo menos os mais atentos, sabem quem copia e até quem fez plágio em um trabalho, no entanto nada fazem contra isso. As pessoas que nada fazem usam de uma desculpa muito simples - eles sabem o que fazem, é a vida deles. Eles mostram-se exageradamente tolerantes com uma situação que é prejudicial.

Hoje em dia nós temos as leis dos países a se tornarem mais liberais em função de coisas que são moralmente erradas. As pessoas que até fariam essas coisas erradas mas eram impedidas pelas leis viram essas mudanças como uma oportunidade para realizarem algo errado mas de forma justificada.
Outro exemplo é fazer download de material registado; isso é um crime e ele chama-se roubo mas as pessoas tornaram-se demasiado tolerantes a esse respeito. Como é tão fácil e toda a gente o faz então tornou-se algo banal.. no entanto continua a ser roubo e moralmente errado. Alguns partidos exageradamente tolerantes querem legalizar esse tipo de roubo e as pessoas, contentes, vêem que algo que é ilegal passará a legal e já se irão sentir justificadas. Mas será que deixou de ser moralmente errado? A resposta é NÃO.

Apenas porque as leis dos homens tornam algo ilegal em legal não faz com que algo que era imoral passe a ser moral. No dia em que formos julgados pelas nossas acções e pelo peso do nosso coração e alma, nós não poderemos dizer que era permitido por lei, porque a lei dos homens nunca se irá sobrepor à lei Divina. O que é errado para Deus será sempre errado e a vontade humana nunca mudará isso.

Outro exemplo. O valor da vida humana está a perder força quando o aborto se tornou algo banal. Algo que passou a ser realizado não por questões de emergência de saúde ou questões graves mas passou a ser realizado porque os país dessa criança foram irresponsáveis ao ponto de ter relações sexuais sem protecção (para não falar de ser fora de casamento). Derivado dessa irresponsabilidade, uma criança deixará de existir porque os pais acharam estar preparados para a concepção mas não queriam a responsabilidade da criação. No entanto, os iluminados, decidiram escolher que um bebé até às x semanas não é humano logo é legitimo abortar.. mas que a partir de x semanas mais um dia esse bebé passou a ser humano e o aborto já é ilegal, tudo isto sem nenhum critério de justiça e fiscalização bastando a futura ex-mãe querer que o procedimento será realizado. 

A questão do aborto é uma questão directamente ligada ao excesso de tolerância mas existe dezenas de outras; o ponto que quero focar é que nós, sociedade, deixamos de exigir responsabilidade às pessoas e passamos a dizer "Há uma saída fácil para os teus problemas". A promiscuidade e libertinagem tornou-se em algo tão comum hoje em dia que, por exemplo, as pílulas abortivas (pílula do dia seguinte) esgotam nas alturas de festivais. O sentido de responsabilidade simplesmente desapareceu devido à tolerância excessiva. 

Eu sei que se um dia deixar de haver policia e justiça - normal em alturas de revolução por exemplo - os roubos, violações e as ofensas à integridade dos outros irão disparar.. E isto irá acontecer porque a única coisa que impede os irresponsáveis de actuar não é a sua consciência, não é a sua educação e muito menos o seu sentido de responsabilidade - é apenas o medo das consequências imediatas dos seus actos. Bastará dar  alguma corda, disfarçada de tolerância, para que a corda volte a esticar de novo... até ao dia em que eles se auto-destruirão. 

É assustador pensar que algo tão bom como ser tolerante poderá tornar-se em algo que pode destruir uma sociedade. Um dia eu irei expandir mais neste ultimo ponto mas a solução não está em ser ponderado ou "no meio"; a solução está em ser humilde e responsável.

sábado, 14 de setembro de 2013

O mundo e a mudança


Há uma frase no filme Piratas das Caraíbas III, proferida por Jack Sparrow.. peço desculpa, pelo Capitão Jack Sparrow, que diz o seguinte:

The world's still the same, there's just... less in it 
(O mundo está na mesma, apenas mais.. vazio)

Esta frase, para mim, tem uma profundidade tremenda. 
Assusta-me ver o mundo cada vez mais vazio, sem vida, sem ânimo, sem alegria. Nós, homens e mulheres por esse mundo fora, fomos capazes de criar para tornar as nossas vidas mais vazias. 
Eu gosto de me colocar como observador e olhar as pessoas. Ver como elas vivem, como elas agem, reagem e interagem. A parte triste de observar é que começamos a ver o que nos deixa mais tristes..

As pessoas andam zangadas com o mundo mas continuam a ser do mundo..
As pessoas andam nervosas e não sabem o porquê; 
As pessoas procuram por algo mas não encontram.. ou preferem não encontrar..
As pessoas preferem ver a mudança nos outros do que simplesmente mudar..

A única fonte de alegria que encontro é nas crianças. É maravilhoso andar pela rua e, quando vem uma criança na minha direcção (até bebés em carrinhos com os pais), eu sorrio e as vejo a sorrir de volta. Comecei a fazer isso muito recentemente e, apesar de nunca as ter visto na vida, parece que as conheço desde sempre. O calor que sinto no peito, a alegria e paz que dificilmente encontro no mundo, eu sinto quando uma criança sorri.

Sim, ultimamente tenho falado muito das crianças e há uma razão para isso e ela é muito simples - Elas são o futuro. Elas, à medida que vão crescendo, vão copiar aquilo que nós fazemos. Se nós criamos uma sociedade triste e vazia então elas se irão tornar em jovens, e adultos, vazios e tristes.

O que podemos nós fazer para mudar isso? É simples - MUDAR.
O problema é que poucos são aqueles que querem mudar. Todos acham que não precisam mudar, ou pior, acham que os outros é que têm de mudar. Meu amigos, nós temos de ser a mudança que queremos ver no mundo.

Todos desejam um mundo melhor mas muito poucos mudam para melhor. O mundo só se tornará melhor e cheio de alegria quando nós começarmos a mudar para melhor.
Vou dar um exemplo simples que mudaria o mundo e as nossas vidas:

- Nós não podemos dizer que os outros que manda são corruptos quando nós próprios, dadas as circunstancias certas, seremos também corruptos. Chocados? Quantos não fazem downloads ilegais (com copyright)? Quantos não copiam nos testes? Quantos mentem para evitar problemas ou ter vantagem? 
Ou seja, não existe escala de cinzento para a honestidade, ou somos honestos ou não. 

Quando decidi mudar - mudar a sério - e comecei a trabalhar nesse sentido, a minha vida tornou-se maravilhosa. Antigamente eu fazia muitos downloads (filmes, jogos, musica), hoje em dia eu não o faço e nunca me senti tão bem. É tão bom trabalhar para comprar algo. Eu olho para todas as coisas que tenho e vejo que só as tenho porque trabalhei para as ter e isso aumentou - muito - o valor dessas coisas. 
É tão bom viver sem segredos e ser um livro aberto. Podem perguntar-me todas as coisas que responderei sempre a verdade. Não vale a pena mentir, não vale a pena ter vergonha se nós trabalhamos para mudar o que era mau e tornamos o que é bom em melhor. Não vale a pena mentir, mesmo que seja pequena, pois, quando vemos alegria nos olhos das pessoas quando nós lhes dizemos a verdade com todo o Amor. Pode ser a verdade mais dura mas elas não se sentirão mal porque foi dita com Amor e sabem que podem confiar.
A Honestidade é um simples exemplo para nós mudarmos e que apenas basta querer para se começar a mudar algo. As mudanças não são feitas do dia para a noite mas sim passo a passo mas sempre com a vontade de mudar. Temos de deixar a vida do "só mais esta vez.." ou "desta vez tem de ser porque senão.." e começar a mudança hoje, agora, neste mesmo instante. 

A cada escolha moral que fazemos nós apenas temos duas opções: ou fazemos o que é certo ou não. Não existe meio termo. Não se é mais ou menos honesto; ou somos honestos ou não. Não existe mais ou menos bom; ou somos bons ou maus. E todas estas coisas não são uma questão de perspectiva ou cultural. Todos nós sabemos o que é bom ou mau; o problema que existe cada vez mais hoje em dia (apesar de ter existido sempre), é que usamos de racionalizações, ou até da lei, para desculpabilizar as nossas acções e más escolhas. Mesmo que a lei do país permita algo não quer dizer que essa coisa passou a ser boa. Mesmo que a multidão diga que não faz mal não quer dizer que essa escolha não faça mal. 

Então deixo-vos as perguntas:
Hoje vão dar o primeiro passo para uma mudança? 
Vão escolher o que é certo e bom?
Vão escolher ser melhores?