quarta-feira, 22 de maio de 2013

Do Tempo - Das Escolhas que definem o nosso futuro



A vida é feita de escolhas.. sempre ouvimos dizer esta frase, principalmente quando temos alguma escolha pela frente. 
Há uns meses atrás, depois de acabar o Mestrado, tive de decidir o que fazer - ficar cá ou ir para fora. Acabei por ficar por terras lusitanas e foi a maior bênção que podia ter recebido, um trabalho numa universidade, num grupo fantástico e a fazer aquilo que gosto. 
Agora chegou o momento para mais uma decisão e, desta vez, acho que é mais complicada. Acho-a complicada porque está ligada à minha identidade profissional. 
Na área das ciências exactas é normal uma pessoa focar em uma área de estudo, especializando-se em um tema especifico. Isto é bem normal pois, desde pequeninos que nos vamos especializando numa área de estudo. Lembram-se quando escolheram ciências no secundário? Já estava a fazer uma pré escolha da vossa especialização. Quando chegamos à universidade nós vamos escolher outra especialização e, com os mestrados e "ramos" dos cursos, acabamos por nos tornar especialistas em algo especifico, principalmente quando acabamos a nossa tese de mestrado.

O meu percurso académico não foi tão centralizado numa área, como é normal; o que eu achava ser algo bom acabou por me causar este desconforto que sinto agora - O que quero eu fazer?
O meu percurso foi, no mínimo  estranho. Eu entrei para a universidade inscrito no curso de Engenharia Informática. Ali aprendi, por exemplo, sobre programação. Passados dois anos vi que não queria ser programador, pois era limitante, e mudei para o curso de Física. Neste curso eu já tinha mais abertura mas ainda me sentia restringido na área de conhecimento e, devido a isso, acabei o curso no ramo da biofísica. Apesar disso, sentia-me fraco na área da óptica e, devido a isso, fiz o meu projecto de final de curso na área da óptica (desde teoria até à parte experimental). A escolha deste ramo, da física, abriu-me as portas para o Mestrado em Biofísica onde fiquei a saber bem mais sobre biologia. Durante o mestrado trabalhei num grupo de investigação onde estudava condutividade, nanotubos, etc.. que me permitiu conhecer mais uma área/tema de estudo.
A minha Tese de mestrado foi feita com bases já em química, pois eu tinha poucas bases de química e queria saber mais. Agora trabalho no estudo de polímeros (plásticos), algo que nunca tinha trabalhado antes.

Em suma, eu não me especializei em nenhuma área especifica. Sei de muitas coisas mas não segui um caminho que a generalidade das pessoas segue. Normalmente as pessoas gostam de uma coisa e especializam-se nessa área (ou próximo); no meu caso, a minha especialização é ter mais conhecimento e resolver problemas..
Na última sexta-feira, o meu orientador fez uma pergunta que me deixou sem resposta - o que quero eu fazer no futuro, pois estávamos a falar de doutoramentos. Não soube responder porque gosto de todas as coisas - desde a biologia, física, química, etc.. Em qualquer uma das áreas eu iria me sentir em casa. Um doutoramento é, por definição, uma especialização e essa ideia assusta-me. 

Sexta-feira já tenho que saber responder a esta pergunta - O que quero fazer no futuro?  

1 comentário:

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