quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Da Greve e das Manifestações


Apesar da imagem que escolhi para ilustra uma manifestação pacifica, como a de à sensivelmente um mês atrás, o que irei falar é o completo oposto do ilustrados.

A Greve é um direito de todo o trabalhador. Com ela mostramos o nosso desagrado em relação à nossa entidade patronal, no caso de ontem - O Estado. Eu sempre tive um sentimento, digamos, bipolar em relação às greves. Concordo que nos devemos manifestar e não trabalhar, por x tempo, para mostrar o nosso desagrado. Por exemplo, concordo plenamente com a Greve Geral de ontem. No entanto, sou contra as greves hipócritas como o caso das greves da CP e TAP onde estas pessoas fazem greve quase todos os meses por uma simples razão - perda de privilégios (que não falam deles ao publico em geral) e ainda pedem aumentos salariais (que é o que o povo todo quer). Depois temos a greve dos estivadores, que devem chegar aos 2 meses sem trabalhar (a 100%), prejudicando as nossas exportações e a economia em geral. 
Todos sabemos que, ao fazer greve, perdemos o direito ao salário do dia. Já se perguntaram como é que estas pessoas, a fazer greves por tudo e por nada, sobrevivem? Talvez seja porque a vida realmente não lhes custa ou será porque ganham por outros lados? Segundo soube, pois achei que seria muito hipócrita se fosse realmente verdade, os grevista são pagos pelos sindicados ( % do salário do dia) quando fazem greve. Assim a greve deixa de ser um sacrifício e passa a ser "mais um dia normal" pois continuam a ganhar e apenas a entidade patronal, e o país em geral, é que perde. Para mim isto é hipocrisia e gozar com a cara de quem faz greves como a de ontem, onde realmente se perdeu 1 dia de trabalho e esse dinheirinho ao fim do mês.

Depois da palestra da CGTP, que não direi se concordo ou discordo com os pontos deles, aconteceu a batalha campal que passou em todas as televisões nacionais, e internacionais. Se na manifestação - da foto - fomos conhecidos pelas melhores razões, depois de ontem voltamos a estar ao nivel da Grécia e Espanha. 
Como disse o ministro da Administração interna, os desacatos foram causados por profissionais da desordem, que vão para estas manifestações apenas para causar problemas. Eles até vão já equipados, com roupas grossas e mochilas às costas. Vão de caras tapadas para esconderem a vergonha que fazem passar os pais e a própria imagem do país. Atiram pedras contra agentes da autoridade que estão ali a cumprir o seu dever civil. Esquecem-se que a PSP e GNR são muito penalizados pela austeridade mas estão ali por amor à camisola como se costuma dizer. Se à um mês policias diziam que gostariam de estar do "outro lado", ontem acredito que muitos diziam estar do lado certo. 
A Policia aguentou mais de hora e meia, minutos intermináveis  a ser agredida, insultada; a levar com pedras e garrafas que eram atiradas indiscriminadamente. Jornalistas e pedestres foram atingidos por estes objectos (ver reportagem da TVI). Por fim chegamos a um limite e a policia avisou que estava na hora de dispersar. Foram dados 5 minutos para os manifestantes abandonarem o local ou - legalmente - a policia iria exercer da sua autoridade. Quem era pacifista devia ter ouvido estas palavras de ordem e ter aproveitado a deixa para abandonar o local. Alias, quem é pacifista nem devia lá estar mal os desacatos começassem. Existe o bom senso e este deve ser usado. A policia carregou e foram contabilizados 48 feridos, nos quais 21 policias, e 9 detidos. Claro que existem mais feridos mas estes são os que foram atendidos pelo INEM e pela policia no local.
Vejo agora que começam a aparecer comentários  tipo os da Amnistia Internacional, da qual sou membro, a dizer que condena a policia pela violência excessiva usada contra manifestantes pacíficos  Meus caros, o ambiente já não era pacifico e, nestas condições, quem é pacifista deve simplesmente ABANDONAR, ou será inserido no saco dos manifestantes desordeiros que desobedeceram à ordem de abandonar o local. 

A manifestação de ontem foi uma vergonha para o país. Quando vi a primeira pedra a voar eu senti vergonha daquele povo que diz-se "revoltado" e agride o próprio povo. Destroem a propriedade dos outros, pintando paredes e queimando caixas multibanco e eco-pontos. Enchendo de medo jovens e crianças, diante de tamanha violência. 

O país deve acordar e virar-se contra a austeridade mas não como ontem. O que vi ontem é simplesmente vergonhoso. 

6 comentários:

  1. tlv interesse ler a opinião de quem lá esteve
    https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10151239915056590&set=a.42816281589.50867.528221589&type=1&theater

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    1. Li isso e acredito que o aviso, via megafone normal, não fosse audível a quem estava mais atrás, principalmente com os assobios e afins. Mas diga-me, ao ver as pedradas a voar, as garrafas a ser atiradas, as barreiras a cair, a policia a organizar-se e a levar com petardos e very-lights, não seria uma espécie de "DICA" de que algo já não estava bem? Ou ficaram ali pela simples curiosidade de ver o que ia acontecer?

      Por isso falei do bom senso, o bom senso de sair do local. Violência gera violência e a policia reagiu à violência dos manifestantes (não o contrário). Acredita que, numa carga policial, momento de grande adrenalina e tensão, os policias irão ter o discernimento de ver quem apedrejou ou não?
      Quem é pacifista nem lá deveria estar e deveria ter abandonado o local mal começou a violência..

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  2. Já não posso com a CP. Feriados, greves e mais não sei o quê é sempre uma boa desculpa para fazer greve e lixar a vida às pessoas que não podem perder um dia de trabalho porque os sindicatos não lhes vão pagar o dia (sim, ontem também fiquei a saber que o sindicato dos maquinistas da CP paga-lhes o dia, também quero um trabalho assim!).
    Também já tinha pensado que eles devem ganhar muito bem para andar sempre em greves e já o disse em voz alta nos transportes públicos, pode ser que assim desperte alguma mente mais adormecida.

    Também fiquei desapontada com o que a Amnistia escreveu hoje no seu mural... Também faço parte da Amnistia, mas hoje gostaria de dizer que não faço parte da AI.

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    1. A greve deles é um pouco a gozar com os pobres trabalhadores que não o podem fazer. Como contratados que são "coagidos" a não fazer greve, mas vêem estes personagens a fazer greve mes sim mes não, e a impedir outros de ir trabalhar. E ainda ganham por isso.

      A Amnisitia tem razão no uso da força contra "inocentes" mas os inocentes deviam estar longe do local... chama-se a isso precaver. Se eu vejo desacatos ao fundo e não irei lá ver, tal curioso que sou, pois estarei sujeito a ser atingido. Como muitos inocentes foram atingidos pelas pedradas, alem dos policias.

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  3. Que achas que se deve fazer, entao? Sair à rua e gritar frases como "Povo unido jamais será vencido"?
    Nao quero dizer que concordo com a atitudes dos manifestantes de ontem. No fundo, nem manifestantes pacifistas nem manifestantes revolucionários vao conseguir mudar alguma coisa. Por isso é que nao vou a manifestações nem nada do género

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    1. As pessoas devem manifestar-se. Elas têm esse direito e devem usa-lo para demonstrar o seu descontentamento. O mesmo com as greves.
      Mas manifestações não têm de significar violência, como a que se viu ontem, por cá e por essa Europa fora.

      Manifestações podem mudar atitudes, um povo unido numa causa pode mudar atitudes mas uma manifestação como a de ontem apenas divide e não une. PAra isto basta ver as opiniões de hoje - uns são contra os policias e outros contra os "manifestantes".
      Uma manifestação como a de à semanas atrás, que uniu pessoas de todos os quadrantes e idades, jamais será realizada de novo, tudo porque uns 15-20 desordeiros fizeram, e voltaram a fazer, distúrbios e todos sabemos - Violência gera violência.

      Devido aos distúrbios, já não se fala da união do povo mas sim dos desordeiros e da carga policial.

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